O Parque Científico e Tecnológico da Unicamp e a Incubadora de Empresas de Base Tecnológica (Incamp), ambos sob gestão da Agência de Inovação da Unicamp (Inova Unicamp), encerraram o ano de 2024 com 80 empresas vinculadas, um aumento de 33,3% em relação ao ano anterior. A categoria de startups liderou esse crescimento, com um aumento de 52% no número de empresas presentes no ecossistema do parque. Juntas, as startups e empresas incubadas faturaram R$ 129 milhões. Os dados foram publicados no Relatório Anual do Parque da Unicamp e da Incamp, produzido pela Inova Unicamp e divulgado nesta terça-feira (15).
“O excelente resultado de 2024, o maior desde o início da série histórica registrada pela Inova Unicamp, demonstra o sucesso das startups e das incubadas, beneficiadas pelo ambiente colaborativo e conectado do parque e sua Incubadora, que catalisa a inovação, promove a interação entre empresas e talentos da Unicamp, estimula soluções inovadoras e competitivas e impulsiona o crescimento socioeconômico”, afirma Renato Lopes, diretor-executivo da Inova Unicamp.
O aumento no número de empresas vinculadas – empreendimentos instalados fisicamente no parque e participantes dos programas de incubação da Incamp – foi influenciado pela ampliação de espaços e pela modernização das instalações do prédio da Incamp, garantindo o crescimento da comunidade de empreendimentos e mantendo 100% dos espaços do parque ocupados.
Das 80 empresas vinculadas, 35 são startups – categoria com maior crescimento no período – e outras 37, empresas incubadas ou com projetos de pré-incubação. O parque também abriga oito laboratórios de pesquisa e desenvolvimento (P&D) dedicados a projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) em parceria com a Unicamp.

Faturamento recorde
O Parque Científico e Tecnológico da Universidade e sua Incubadora atingiram, em 2024, o maior faturamento já registrado desde o início da série histórica acompanhada pela Inova Unicamp: juntas, as startups e as empresas incubadas somaram mais de R$ 129 milhões, um crescimento de 57% em relação ao ano anterior.
Localizado no maior campus da Unicamp, no distrito de Barão Geraldo, em Campinas (SP), o parque atrai empresas inovadoras como a M. Lima Engenharia, dedicada à fabricação de equipamentos biodigestores e de análise na área de biogás. A ideia do negócio surgiu durante a pesquisa de mestrado de Brenno Lima, ex-aluno da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM) da Unicamp, que identificou uma escassez de equipamentos adequados para estudos com biogás.
A solução foi criar seus próprios reatores, que mais tarde se transformaram na base tecnológica da empresa, fundada em 2022. Hoje, a startup emprega 35 colaboradores e vem registrando um crescimento expressivo. Para o fundador da empresa, a escolha de se instalar no parque da Unicamp revelou-se estratégica.
“Estar no parque da Unicamp nos trouxe credibilidade, o que facilitou parcerias e negociações. Os resultados aparecem nos números: a M. Lima Engenharia saiu de um faturamento de R$ 300 mil em 2022 para um de quase R$ 900 mil em 2023, chegando a R$ 1,7 milhão em 2024”, conta o fundador da M. Lima Engenharia, hoje instalada no Prédio Núcleo do parque.
O ecossistema do parque e da Incamp também atrai instituições voltadas à ciência, tecnologia e inovação, como o Instituto Hardware BR, que tem entre seus conselheiros Júlio Oliveira, ex-aluno da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (Feec) e fundador de várias empresas-filhas da Unicamp.
Com sede em Brasília e com uma unidade no parque, o Instituto Hardware BR promove o desenvolvimento tecnológico e a formação profissional em áreas como inteligência artificial, internet das coisas e indústria 4.0, oferecendo treinamentos, pesquisas, consultorias e suporte a startups e a outras empresas brasileiras.
“O vínculo com a Universidade é essencial para nós. Ele favorece nosso acesso a talentos qualificados e suporte tecnológico. Não por acaso, praticamente metade da nossa equipe está alocada na unidade da Unicamp”, explica Flávio Marcondes, diretor administrativo do Instituto Hardware, que possui uma unidade instalada também no Prédio Núcleo do parque da Unicamp.
Cabe destacar que o parque e a Incamp não recebem apenas empresas-filhas da Universidade, mas qualquer empreendimento voltado à ciência e à tecnologia. E qualquer empresa que queira desenvolver pesquisas em parceria com a Universidade pode submeter uma proposta para ocupar um espaço nesse ecossistema de empreendedorismo e inovação.

Geração de empregos
O crescimento no número de empresas também se refletiu na geração de postos de trabalho. As 80 empresas vinculadas ao ecossistema gerenciado pela Inova Unicamp registraram, em 2024, 711 postos diretos de trabalho, 68% dos quais nas startups. Também se destaca a absorção dos talentos da Unicamp pelas empresas, com 41,5% do total das vagas preenchidas por alunos e ex-alunos da Universidade.
“Uma das formas de viabilizar o crescimento das empresas é garantir sua conexão com um ecossistema diversificado, capaz de unir diferentes agentes de inovação e conectado a uma das melhores universidades da América Latina. Os esforços nesse sentido estabeleceram importantes conexões com o mercado, permitindo às empresas conquistar mais de 10.700 novos clientes, em 325 novas cidades, em 2024”, afirma Mariana Zanatta Inglez, coordenadora de ambientes de inovação e empreendedorismo na Inova Unicamp.
Outro exemplo de startup que tem se beneficiado da infraestrutura, do ambiente de colaboração e do suporte oferecidos pelo parque e pela sua Incubadora é a Diletta Solutions, fundada em 2014 por Michel Cusnir, egresso do Instituto de Computação (IC) da Unicamp. Inicialmente voltada ao desenvolvimento de software para startups, a empresa expandiu seus serviços para grandes corporações do setor de saúde, do setor de logística e, mais recentemente, do setor financeiro – com foco em contas digitais e meios de pagamento.
A Diletta emprega 110 pessoas – 55 no parque, em regime híbrido, e mais 55 colaboradores em trabalho remoto. A startup também mantém um acordo de PD&I com o IC, desenvolvendo um projeto, coordenado pelo professor Zanoni Dias, que usa a inteligência artificial para analisar dados e controlar fraudes no setor bancário.
“O ecossistema da Unicamp confere credibilidade à Diletta e reforça nossa capacidade de atrair talentos, o que fortalece a expansão da empresa”, afirma Cusnir, fundador da startup, instalada no Prédio Soma do parque da Unicamp.

Reconhecimento internacional
O desempenho das empresas do parque também ganhou reconhecimento internacional. O parque e a Incamp conquistaram o GIMI Innovation Awards 2024, concedido pelo Global Innovation Management Institute, na categoria Organização com melhor ecossistema de suporte às startups.
Essa reputação se reflete ainda na confiança do mercado. Em 2024, as empresas vinculadas captaram R$ 65 milhões em recursos públicos de fomento à inovação – um crescimento de 64% em relação a 2023. Também receberam R$ 17,9 milhões em aportes privados de investidores-anjo e fundos de venture capital, o maior volume já registrado. Os recursos foram direcionados ao desenvolvimento de novos produtos, consolidação de negócios e expansão de mercado.
Como parte dos esforços para ampliar oportunidades, a Inova Unicamp também conquistou, em 2024, o credenciamento da Incamp junto ao Comitê da Área de Tecnologia da Informação (Cati). Esse reconhecimento permite que empresas incubadas prestem serviços de P&D para grandes empresas beneficiadas pela Lei da Informática, criando novas possibilidades de financiamento, parcerias e acesso a clientes estratégicos.
Relatório completo
O relatório completo com todos os indicadores e com outros casos de sucesso das empresas vinculadas ao Parque Científico e Tecnológico da Unicamp ou a empresas incubadas no programa da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp está disponível para download na Biblioteca da Inova Unicamp.