“Um mediador de conflitos é um arquiteto da paz.” A frase do mediador, escritor e pacifista Jean Carlos Dal Bianco, com extensa e respeitada carreira na área, serviu de inspiração para os participantes da primeira edição do Congresso Internacional de Mediação em Ambiente Universitário da Unicamp, que ocorreu juntamente com a terceira edição do Seminário de Mediação em Ambiente Universitário, nesta quinta-feira, 14 de agosto, no Centro de Convenções da Unicamp.
A coordenadora da Câmara de Mediação e Ações Colaborativas (Camac) da Unicamp, Maria Augusta Pretti Ramalho, destacou a importância do encontro, que reuniu representantes das procuradorias e câmaras de mediação das universidades estaduais paulistas (Unicamp, USP e Unesp) e convidados. “O evento é importante para trazer ao debate a mediação no ambiente universitário, tratando a gestão de conflitos nas universidades como um mecanismo de transformação social, educação e cultura da paz”, afirmou. “O encontro fortalece os laços comunitários e propicia uma reflexão crítica sobre as práticas institucionais, visando a um ambiente universitário mais justo e harmônico.”
Na abertura, o reitor em exercício da Unicamp, Fernando Coelho, enfatizou a importância do debate e destacou que a Universidade “não tolera nenhum tipo de violência”. “Nossas ações são para que isso fique muito claro na nossa comunidade. Um evento como esse traz debates fundamentais em torno da capacidade humana de mediar conflitos. O trabalho que é feito na Unicamp há algum tempo é de grande reconhecimento na universidade. O ser humano ainda tem muita coisa para trabalhar; em nome de liberdade de expressão, temos convivido com o que podemos chamar de barbárie humana. Está cada vez pior. As pessoas estão esquecendo que é preciso respeitar os direitos das outras pessoas, o direito de serem diferentes, de viverem. Obviamente, uma ação que trabalha para a mediação é fundamental no momento atual”, afirmou.
“Acredito que, a partir dos discursos produtivos que um evento com esse propõe, as ideias serão, de maneira geral, espalhadas, porque temos aqui representantes que vão contribuir para a formação de redes cada vez mais eficientes. Que o conceito das câmaras de mediação possa estar cada vez mais presente no nosso dia a dia”, completou Coelho.
O coordenador adjunto da Pró-Reitoria de Extensão, Esporte e Cultura (ProEEC), Pedro Emerson de Carvalho, enfatizou os resultados da Camac. “Acompanho a Câmara de perto e, apesar de tão jovem, já contamos com resultados significativos, com muitos benefícios em um mundo tão polarizado”, comentou. “Apesar dos tantos avanços tecnológicos que conseguimos, ainda falta avançar no relacionamento entre as pessoas.”
A procuradora chefe da Procuradoria Geral da Unicamp, Fernanda Lavras Costallat, destacou a mediação como “instrumento alternativo para resolver tensões”. “A Unicamp tem feito esse trabalho desde 2019, que, no setor privado, é mais comum, mas, no setor público, tem mais complexidades”, afirmou. A representante da Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP) da Unicamp, Marlise Furlan, destacou a oportunidade de aprendizado das diversas vertentes que uma câmara de mediação proporciona. “Com o diálogo, podemos desenvolver ferramentas para resolver conflitos de maneira equilibrada e prática.”
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