O reitor da Unicamp, Paulo Cesar Montagner, recebeu nesta quinta-feira (6 de novembro) dirigentes do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) para discutir políticas públicas de fomento ao esporte. “A CBC, com sua estrutura sólida, de mais de 150 anos, tem expertise para aglutinar forças. Vemos a necessidade de planejar novos modelos de centros de pesquisa e extensão no esporte, no modelo que já existe em outras áreas. A ideia é reunir competências, capital humano e energia”, afirmou.
Para Montagner, que foi jogador de basquete na juventude, a Unicamp pode contribuir para a criação de um projeto de esporte universitário comprometido, que gere empregabilidade e incentive o fomento de novos cursos. “Quando deixei as quadras de basquete para vir para a Universidade, não imaginava, nem em meus sonhos, que ocuparia o cargo de reitor. Para a área do esporte, essa é uma oportunidade para construir memória e deixar um legado, em parceria com quem entende do tema”, completou.
Arialdo Boscolo, presidente da Confederação Nacional dos Clubes (Fenaclubes) e secretário-geral da CBC, enfatizou a necessidade de novas iniciativas de fomento. “Precisamos ver o esporte como um todo e tratar da gestão pública com inovação”, afirmou. A superintendente da CBC, Gianna Lepre, destacou a importância de somar forças. “Associar teoria e prática é fundamental. A Unicamp se abre para entender as necessidades de uma política estruturada para dar perenidade às políticas públicas do esporte e sabemos que há muito a fazer na extensão e na pesquisa.”
Matheus Theotonio, gerente de esportes e competições da CBC, destacou na reunião a realização do Fórum Nacional de Formação Esportiva 2026, em abril do próximo ano, que deverá reunir 422 clubes de 27 Estados brasileiros. “Já temos modelos de pós-graduação e uma proposta de capacitação internacional”, adiantou.
Esporte no DNA
O diretor da Faculdade de Educação Física (FEF) da Unicamp, Odilon Roble, ressaltou que uma parceria efetiva com a CBC traz perspectivas de futuro. “O esporte está no nosso DNA e a Universidade tem uma forte característica formadora.” Renato Barroso, docente da FEF, que assumiu a recém-criada Diretoria de Esportes da Unicamp, reafirmou o objetivo de colocar o esporte universitário dentro das prioridades da Universidade. “Há boas ideias para serem operacionalizadas.”
Leandro Mazzei, professor de ciências do esporte da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA), no campus de Limeira, destacou a formatura, no final deste mês, da sua primeira turma de pós-graduação. “Tivemos 40 defesas de teses e vamos apresentar os melhores trabalhos em um evento nos dias 28 e 29.”
Alcides Scaglia, também professor de ciências do esporte e prefeito do campus de Limeira, ressaltou a importância do encontro. “Pensar diferente é o maior desafio, precisamos estudar e entender o esporte e sua estrutura organizacional para incentivar o crescimento do número de praticantes e a construção de modelos de organização.”
Lei de incentivo
O setor esportivo aguarda a sanção da nova Lei de Incentivo ao Esporte (PLC nº 234/2024), considerada uma das pautas mais importantes para a sustentabilidade dos clubes esportivos. A nova lei alterou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025, e instituiu a perenidade da Lei de Incentivo ao Esporte, que agora deixa de ter prazo determinado para sua vigência.
“Essa mudança garantirá estabilidade jurídica e previsibilidade, permitindo que clubes, atletas e patrocinadores possam planejar ações de médio e longo prazo”, ressaltou Boscolo. Outro avanço importante foi a ampliação do limite de dedução do imposto de renda de empresas, que passou de 2% para 3%.
Foto de capa:
