Com o propósito de estimular a discussão transdisciplinar e o pensamento crítico, os cinco Grupos de Estudos temáticos do Instituto de Estudos Avançados (IdEA) da Unicamp apresentaram nesta sexta-feira (5) o resumo de suas atividades no I Seminário IdEA, realizado no auditório do Instituto de Geociências (IG), entre 8h30 e 17h. O evento de encerramento do ano foi aberto pelo reitor, Paulo Cesar Montagner, e pelo coordenador do IdEA, Marco Aurélio Cremasco, que também anunciou o lançamento da revista eletrônica “Entre Ideas”, já disponível no portal do instituto.
“Hoje estamos entregando os resultados desses grupos”, disse o coordenador do IdEA. Segundo Cremasco, a revista “Entre Ideas” também traz em seu conteúdo as discussões dos grupos, além de texto da cientista residente Débora Tajer sobre a masculinidade contemporânea. Para o professor, o IdEA pratica “o livre pensar democrático”, e a primeira e mais imediata contribuição dos grupos de estudo é a conexão entre diferentes áreas, além de levar à comunidade a reflexão sobre temas importantes. Neste ano, os temas abordados foram saúde mental e violência, o legado de Conrado Silva, doenças negligenciadas, filologia e saberes, convivência escolar.


De acordo com o reitor, a dinâmica e o conceito praticados pelo IdEA dão lugar ao debate de temas importantes para a sociedade de uma forma “mais livre e menos engessada”. “O IdEA é parte do nosso bem fazer as coisas”, declarou Montagner na mesa de abertura do evento. “Acompanho o trabalho desse conceito na Unicamp desde a sua origem. Um projeto como esse, com a dinâmica menos burocrática e a capacidade de aglutinar pesquisadores de diferentes matizes, sem a trava da linha de pesquisa, passa a ser um elemento importante de interface para detectar temas relevantes que o mundo precisa entender melhor. Esse evento de hoje é o congraçamento de um projeto que foi amadurecendo”, disse o reitor em entrevista.
Encontros mensais
Celebrados como espaços de convergência intelectual, os grupos debatem temas contemporâneos que “atravessam as fronteiras” entre ciência, arte, humanidades e políticas públicas. A professora Rosana Teresa Onocko Campos deu início à programação do seminário com a apresentação da palestra “Saúde mental como gramática possível para a violência no contemporâneo”. Na sequência, os demais grupos apresentaram seus resultados de discussão: “Conrado Silva: a escuta da Música Nova”; “Negligenciadas, mas persistentes: desafios em pesquisa, diagnóstico e tratamento das doenças socialmente determinadas no Brasil”; “Filologia inter scientias”; “Políticas públicas de convivência em redes de educação: fundamentos, desafios e transformações”.
Ao assumir a gestão do IdEA, Cremasco conta que resgatou os grupos de estudos transdisciplinares. “No grupo de doenças negligenciadas, não temos apenas pessoas da medicina, mas também da química, da biologia, da sociologia. Isso acontece em todos os grupos, que se reúnem pelo menos uma vez por mês.”

Propostas
De acordo com o coordenador, a concepção do IdEA começou em 1984, com uma proposta do professor e ex-reitor Carlos Vogt, já com a sugestão do programa do artista residente e com a ideia de promover interação com estudantes, professores e pesquisadores. Em 2010, foi criado o Centro de Estudos Avançados da Unicamp, que começou a trazer também os cientistas residentes. “O IdEA nasceu em 2017 da confluência destas duas residências. Nesse momento, surgiram os grupos temáticos de estudos”, diz Cremasco.
Existe um coordenador em cada grupo, que deve ser um profissional da Unicamp, técnico ou professor com expertise no assunto. “Além de ter integrantes da própria Universidade, existe a liberdade de buscar parceiros externos para a discussão, com o compromisso de entregar um produto, como o seminário e a revista.” O IdEA tem hoje oito grupos formados. “Nosso limite é de dez grupos, portanto, estamos abertos a propostas”, conclui Cremasco.
Foto de capa:
