Dez anos após a visita à Unicamp de representantes da Southwestern University of Finance and Economics (SWUFE), da China, e depois de diversas parcerias realizadas entre as duas universidades, uma nova delegação chinesa da SWUFE foi recebida pela vice-reitora da Unicamp, Maria Luiza Moretti, nesta sexta-feira (14/6). O encontro aconteceu com o objetivo de consolidar as iniciativas existentes e de ampliar programas, entre eles os intercâmbios de estudantes e de professores. No final da visita, o vice-presidente da SWUFE, Shi Daimin, entregou à vice-reitora um banner com o seguinte texto em chinês: “Existem amigos próximos em todo o mundo. Mesmo estando longe, nos sentimos como vizinhos”.
Também recepcionaram a comitiva chinesa, na reitoria da Unicamp, os professores Celio Hiratuka, diretor do Instituto de Economia (IE); Bruno Martarello De Conti, diretor do Instituto Confúcio e professor do IE; Alfredo Cesar Barbosa de Melo, assessor para Assuntos Internacionais e professor do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL); e Mayara Morais, da Diretoria Executiva de Relações Internacionais (Deri) da Unicamp.
A universidade chinesa SWUFE, que em 2025 completará 100 anos de fundação, foi representada pelo vice-presidente, Shi Daimin; pelo reitor da Escola de Negócios Western, Fu Daiguo; pelo vice-reitor de pós-graduação, Lyu Jia; pelo diretor do Escritório Internacional, Wang Xin; pelo secretário geral do comitê e da Escola de Negócios e Administração, Zheng Mao; e pelo gerente geral de Serviços Logísticos, Wang Xinhai.
Segundo Melo, o acordo já existente está focado na área de negócios, beneficiando especialmente estudantes do IE e da FCA. “Eles têm várias escolas de diversas áreas. Mais do que sacramentar o que já existe, a ideia do encontro era conversar sobre novas possibilidades”, disse Melo. “Temos parcerias cada vez mais intensas e fecundas com a China de maneira geral”, disse o assessor, que lembrou a recente visita do reitor da Unicamp, Antonio José de Almeida Meirelles, à China, da qual Morais participou.
Para Hiratuka, que coordena grupo de estudos Brasil-China e se dedica a estudar as relações entre os dois países, a China tem muito a nos transmitir, além de negócios, finanças, economia e administração. “No conjunto de áreas que estão relacionadas à educação superior, ciência e tecnologia, a China tem uma estratégia de longo prazo, pela qual desenvolveu toda a sua estrutura produtiva e de inovação, transferindo para as várias áreas”, disse.
Hiratuka manifestou o interesse da Universidade em firmar e ampliar parcerias com a SWUFE, incluindo novos centros de estudo. “Tenho muita expectativa de que a universidade consiga estreitar laços em diversas áreas.” As relações diplomáticas entre os dois países completam 50 anos em 2024, lembrou o professor. “Os dois países têm uma série de desafios em comum, como a diminuição da pobreza e as questões de política pública.”
De Conti compartilhou sua experiência como professor visitante da SWUFE, em 2018, programa que foi interrompido durante a pandemia e que pode ser agora retomado. “Temos uma relação histórica com intercâmbio de alunos, especialmente. Um aluno do IE acabou de retornar de lá, em março, após um semestre.” Ele lembra que, em 2020, a Unicamp receberia um professor da SWUFE, mas a pandemia impediu a continuidade da parceria, que existia junto com a Escola de Economia de Berlim. A pauta foi colocada para discussão e houve interesse na retomada do programa por parte das duas universidades. De Conti se encarregou de intermediá-la, participando de um encontro de bancos centrais da China e da Alemanha, com a organização de seminários.
De acordo com Daimin, a SWUFE é berço de presidentes do Banco Central da China. A universidade também é reconhecida pelo sucesso de suas relações com outras universidades, totalizando, hoje, 200 convênios estabelecidos com instituições de 40 países. Atualmente, há 118 estudantes brasileiros na SWUFE. Daimin disse que espera ampliar os programas com estudantes e professores da Unicamp e gostou da ideia da criação de centros de estudos, além do intercâmbio. “A relação Brasil-China vem se solidificando também nos últimos anos. Em 2023, Lula visitou o país e recebeu a visita do presidente chinês. A China exportou para o Brasil US$ 59 bilhões, enquanto o Brasil exportou para a China US$ 122 bilhões. As relações acadêmicas têm sido ampliadas, e a Unicamp é um exemplo disso.”
Daimin falou que, no segundo semestre, haverá um fórum de reitores de universidades chinesas e brasileiras. Com isso, espera que o intercâmbio entre as universidades se torne ainda mais frequente. O vice-reitor fez muitas perguntas sobre o curso de Mandarim da Unicamp, que hoje tem 600 alunos e que cresce a cada ano. Também ficou interessado em conhecer as atividades culturais, como o Dragon Boat Festival (Festival do Barco do Dragão), no Instituto Confúcio.
Para Moretti, a visita foi produtiva, porque há muitos interesses em comum entre as duas universidades. “Haverá muita troca na construção de estudos bilaterais.”