![A deputada estadual Clarice Gnem: início de uma campanha](https://www.unicamp.br/wp-content/uploads/sites/33/2024/06/NI_20240621_Clarice-Ganem_DSC_0927_Interna-1.jpg)
Uma audiência da qual participaram o reitor da Unicamp, Antonio José de Almeida Meirelles, e a deputada estadual Clarice Ganem (Podemos), ocorrida na tarde de quarta-feira (19), discutiu a capacitação de professores para atender estudantes com transtornos do neurodesenvolvimento. A deputada disse ter iniciado uma campanha para que as instituições públicas de ensino superior promovam alterações em seus currículos e adotem disciplinas em seus cursos de licenciatura a fim de melhorar o atendimento a estudantes neurodivergentes.
“Estamos trabalhando para que as universidades introduzam mudanças no currículo e acrescentem disciplinas específicas com o objetivo de formar professores para o atendimento a estudantes que apresentem transtornos do espectro autista, por exemplo”, afirmou Ganem. Além do autismo, a neurodivergência inclui condições como o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), dislexia, síndrome de Tourette, entre outros. “Nós também estivemos na Unesp [Universidade Estadual Paulista] para tratar desse assunto”, contou a parlamentar.
Na reunião, o reitor observou que a Unicamp conta com o Programa de Atenção aos Transtornos do Espectro do Autismo (Pratea), órgão ligado à Faculdade de Ciências Médicas (FCM) que tem como um dos seus objetivos capacitar profissionais das áreas de educação, saúde e assistência social para detectar casos de autistmo e realizar intervenções terapêuticas, além de auxiliar na avaliação e diagnóstico.
Segundo Meirelles, a proposta de estimular a formação de profissionais nessa área é urgente. O reitor pediu à deputada um esforço para envolver nessa campanha as secretarias estaduais de Ciência e Tecnologia, da Pessoa com Deficiência, da Educação e da Saúde.
Meirelles lembrou ainda que a Unicamp começa a discutir a adoção de uma política de cotas para pessoas com deficiência no vestibular da Universidade e de colégios técnicos e, por conta disso, vai precisar de uma estrutura de atendimento.
![Além do autismo, a neurodivergência inclui condições como a do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), dislexia, síndrome de Tourette, entre outros](https://www.unicamp.br/wp-content/uploads/sites/33/2024/06/NI_20240621_Clarice-Ganem_DSC_0916_Capa-2.jpg)
“O Pratea já tem trabalhado nessa questão da capacitação de profissionais, tanto de profissionais de saúde, como de professores, além da orientação aos pais”, explica a professora Eloisa Helena Rubello Valler Celeri, do Departamento de Psiquiatria da FCM. “Vamos em breve começar a produção de uma série de vídeos para realizar capacitações, vídeos esses que serão disponibilizados para profissionais do SUS [Sistema Único de Saúde]”, acrescentou.
A professora disse, no entanto, haver a possibilidade de serem oferecidas disciplinas eletivas para todos os cursos da Universidade, disciplinas que tenham como objetivo a formação de profissionais de todas as áreas.
O diretor da FCM, Claudio Coy, sugeriu a criação, por meio de um projeto de lei, de uma rede de centros de formação de profissionais para fazer esse tipo de atendimento. E nesse caso, afirmou, a Unicamp poderia contribuir na formação desses profissionais.