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Encontro da Biologia Experimental deve reunir mais de 1,2 mil cientistas na Unicamp

A reunião anual da FeSBE deverá contar com mais de 200 atividades, entre conferências, palestras, cursos, mesas redondas ou rodas de conversa, em que serão apresentados mais de 600 trabalhos científicos e ministrados 25 cursos

A Unicamp recebe, entre os dias 2 e 5 de julho, a 38ª Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE) – organismo que abriga 24 sociedades federadas nas áreas da pesquisa biomédica e da biologia experimental, que, juntas, congregam cerca de 10 mil cientistas em todo o país. Neste ano, a reunião anual deverá contar com mais de 200 atividades, entre conferências, palestras, cursos, mesas redondas ou rodas de conversa, em que serão apresentados mais de 600 trabalhos científicos e ministrados 25 cursos. Até a última semana de junho, a Reunião registrava mais de 1,2 mil inscritos – entre professores, pesquisadores e estudantes – e deverá contar com a participação de 20 pesquisadores estrangeiros. Segundo o presidente da FeSBE, o professor Eduardo Colombari, a marca da edição deste ano é a “multidisciplinaridade”.

Haverá apresentação de painéis com temas desde estudos pré-clínicos usando modelos in vitro e in vivo para tratamento de câncer, até trabalhos sobre biologia da pele, abordagens contemporâneas no controle de doenças parasitárias, Inteligência Artificial, biofarmácia ou pesquisa com animais.

Confira a programação completa.

Pesquisador durante experimento em laboratório; encontro da FeSBE terá como tema central a multidisciplinaridade
Pesquisador durante experimento em laboratório; encontro da FeSBE terá como tema central a multidisciplinaridade

“Temos trabalhos em praticamente todas as áreas”, disse Colombari. “A reunião da FeSBE é uma interação científica muito forte, que abre possibilidades para novos trabalhos, novas pesquisas, de novas interações”, acrescenta. Segundo o presidente, cada uma das áreas é responsável por trazer para a reunião o que está sendo feito em termos de ciência no Brasil e, com isso, é possível montar um mosaico sobre as atividades de pesquisa em desenvolvimento nas áreas das ciências da biomedicina e da saúde no país.

O professor da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp José Antônio Rocha Gontijo reforçou o caráter multidisciplinar do encontro. “Não se concebe mais a ciência feita isoladamente, em que determinada área se fecha em seu compartimento. A ciência só progride, só cresce, quando existe uma relação metodológica e, neste sentido, a FeSBE é fundamental, já que, desde sua fundação, há quase 40 anos, tem essa característica de proporcionar debates mais amplos e interação entre as diferentes disciplinas”, afirma Gontijo.

A conferência de abertura “Entre o passado e o futuro: os (des)caminhos da universidade brasileira” será ministrada pela professora emérita da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Ana Lúcia de Almeida Gazzola, numa espécie de indicação de outra intenção da Reunião – que é o de discutir e estimular a presença da mulher na ciência.

“A participação da mulher na ciência é marcante e sempre existiu. Acontece que ela só passou a ganhar maior valorização nos últimos anos. Por isso, em todos os novos encontros, construímos temas específicos para tratar da equidade – seja na pesquisa, mas também na ocupação de cargos”, afirma Colombari.

A programação prevê ainda uma série de atividades que tem a mulher como ponto central, entre elas, uma palestra da presidente da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), Denise Pires de Carvalho, que vai tratar da pós-graduação no Brasil. No dia 3, uma mesa redonda debaterá o tema “Mães não atrapalham a ciência”,e, no dia 5, uma conferência discutirá “Mulheres na Ciência”.

Fortalecimento do conhecimento científico

A reunião da FeSBE também discutirá política no sentido institucional. No dia 4, uma mesa redonda tratará sobre a necessidade de se criar uma frente que possa orientar – ou dar suporte técnico – a parlamentares em projetos de pesquisa nas áreas biomédica ou de saúde, por exemplo.

“Convencer nossos parlamentares a investir em ciência, em educação, em pesquisa ainda é muito difícil”, afirma Colombari. “Na verdade, eles não veem os recursos destinados às universidades como investimento, e sim como gasto. Não entendem que o país que não tem conhecimento, tem uma fronteira limitadíssima”, argumentou.

Por conta disso, Gontijo chamou a atenção para a necessidade de o país pensar a educação e o fortalecimento do conhecimento científico como estratégia para o desenvolvimento. “O primeiro documento de criação da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) deixa isso muito claro. Dizia que o povo que não dominasse o conhecimento estaria fadado a carregar água e cortar lenha. Queremos isso para o Brasil? Não. Queremos um país que possa produzir e distribuir as riquezas em benefício de toda a população”, finaliza Gontijo.

Filiadas

A Reunião Anual da FeSBE é realizada em conjunto com algumas das sociedades filiadas, como a XXII Reunião Anual da BRAVO (Brazilian Research Association of Vision and Ophthalmology), o XVIII Congresso da SBCAL (Sociedade Brasileira de Ciência em Animais de Laboratório), o III Congresso DOHaD Brasil (Associação Brasileira das Origens Desenvolvimentistas da Saúde e da Doença), do XV Congresso da SBBN (Sociedade Brasileira de Biociências Nucleares) e do Encontro Brasileiro de Bioacústica 2024.

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