Com a presença de 33 fundações de apoio às universidades públicas de todo o país, a Fundação de Desenvolvimento da Unicamp (Funcamp) sedia o 3º Encontro de Fundações de Apoio do Sudeste (Enfasud), que teve início na segunda-feira (23) com programação que se estendeu até terça (24). Foram mais de 170 inscritos, o dobro da estimativa inicial dos organizadores. O objetivo do encontro foi promover a interação entre gestores, assessores jurídicos e colaboradores das fundações.
Para o diretor-executivo da Funcamp, Orival Andries Júnior, a iniciativa também contribui para aumentar a visibilidade das fundações. “É muito importante levar um entendimento maior sobre as atividades das fundações. Hoje a Funcamp realiza um trabalho muito amplo. Temos quase 5 mil funcionários na Universidade e nos hospitais, com uma diversidade muito grande de atuação”, afirma.
A falta de conhecimento sobre o papel das fundações é algo muito comum, diz o diretor. “Talvez por questões culturais, somos muito pouco conhecidos na própria Universidade. Muitos pensam que estamos restritos ao apoio à pesquisa, mas vamos muito além disso. Hoje temos trabalhos sociais que transcendem a Universidade”, afirma Andries Júnior.
Os temas abordados durante o evento de dois dias foram definidos com base em uma pesquisa realizada junto às fundações. “Isso causou muito interesse e, apesar de ser regional, tem gente do Brasil inteiro. Foi preciso aumentar a estrutura para receber todo mundo. Mas também é comum participarmos dos encontros de outras regiões, como ocorreu recentemente no Nordeste.” O 1º Enfasud também ocorreu na Unicamp; e o 2º, no Rio de Janeiro, antes da pandemia.
Inovação
A mesa diretiva de abertura do evento foi composta pela coordenadora-geral da Unicamp e reitora em exercício, Maria Luiza Moretti, que é também presidente do Conselho Curador da Funcamp, ao lado do diretor de Relações Institucionais da Funcamp, Antonio Gonçalves de Oliveira Filho, do diretor executivo da Funcamp, Orival Andries Júnior, e do presidente do Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (Confies), Antonio Fernando de Souza Queiroz.
Oliveira Filho deu as boas-vindas a todos, agradecendo a presença do público. Moretti destacou o propósito em comum das fundações de impulsionar a pesquisa, a inovação e o desenvolvimento científico e tecnológico do país. “São instituições que sempre demonstraram capacidade de mobilizar recursos e fortalecer a infraestrutura das instituições de ensino e pesquisa, além de impulsionar o desenvolvimento. O desafio continua sendo grande, porque vivemos em um mundo em constante transformação. As fundações são catalisadoras da inovação. Proponho refletirmos sobre novas fronteiras da inovação, tendências globais, novas fontes de financiamento da pesquisa e o impacto social da pesquisa”, concluiu Moretti.
O presidente do Confies falou da importância da ocasião para tratar dos assuntos que preocupam o dia a dia das fundações de apoio, no sentido de fortalecê-las. “Nesses dois dias estão previstas discussões de temas da maior importância para levar a novas propostas e para promover o aumento da produtividade. É também uma ocasião para a uniformização de condutas, como um escudo de proteção às fundações de apoio e aos seus dirigentes”, disse Queiroz, que aproveitou para lembrar a todos sobre o congresso nacional que ocorrerá em novembro, em Brasília.
Também na mesa diretiva, Andries Júnior agradeceu o empenho da equipe da Funcamp na realização do evento. O diretor destacou posteriormente, em entrevista, a grande responsabilidade da Fundação em sua relação com a Universidade. “Os recursos financeiros extra-orçamentários que vêm para a administração da fundação têm a magnitude da Unicamp, isso exige muita responsabilidade e seriedade. Somos auditados frequentemente, por auditorias públicas e privadas, e temos o reconhecimento da Universidade.”
Programação
As duas primeiras palestras do encontro, com Marcelo Mofati, diretor executivo da Q3 Inova, e Fernando Sarti, professor do Instituto de Economia (IE) e pró-reitor de Desenvolvimento Universitário da Unicamp, versaram respectivamente sobre captação de projetos e prestação de contas e sobre inovação e economia nas relações com as fundações. Na tarde de segunda-feira, Thiago Moura Satiro, gerente de operações e controles da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa do Agronegócio (Fundepag), falou sobre implementação do Sistema de Gestão de Integridade na Fundepag, seguido por Isabela Brito, gerente setorial CENPES Petrobras, que abordou a visão da Petrobras sobre a relação entre o encerramento de projeto e a Agência Nacional de Petróleo (ANP), tratando da resolução 918/2023. Um painel de discussão encerrou o evento no primeiro dia. A programação de terça-feira incluiu palestras sobre fundo patrimonial, reforma tributária, compras nacionais, compras internacionais (importação), boas práticas em Compliance e governança, liderança e comportamento.