Nesta segunda-feira (13), o prefeito de Campinas, Dário Saadi, recebeu o reitor da Unicamp, Antonio Meirelles, para a discussão de iniciativas que podem ser implementadas a partir da parceria entre a Universidade e o poder público municipal nas áreas de eficiência e transição energética. Saadi conheceu as linhas de atuação do Centro Paulista de Estudos da Transição Energética (CPTEn), unidade dedicada ao desenvolvimento de pesquisas e projetos na área com o objetivo de implementar, no estado de São Paulo, a expertise da Universidade na busca pela eficiência energética.
O encontro ocorreu após a assinatura de um acordo de parcerias e intercâmbios entre a Unicamp e a Prefeitura, ocorrido em 11 de outubro, dentre os quais está a criação de um escritório de apoio a projetos para a transição energética na administração pública. O reitor esteve acompanhado de Luiz Carlos Pereira da Silva, professor da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (Feec) e diretor do CPTEn, e de outros integrantes do centro. Além de Dário Saadi, participaram da reunião os secretários municipais Carolina Lazinho e Marcelo Coluccini, respectivamente de Urbanismo e de Planejamento e Desenvolvimento Urbano.
Luiz Carlos apresentou ao prefeito os bons resultados obtidos pela Unicamp na busca por maior eficiência energética por meio do Projeto Campus Sustentável, fruto de uma parceria entre a Universidade, a CPFL e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), do qual também é diretor. Por meio dele, diversas ações foram desenvolvidas, desde a substituição de lâmpadas e aparelhos de ar-condicionado antigos, até a instalação de painéis solares em diversos pontos do campus. “Hoje, com as ações de eficiência energética e energia renovável, a Unicamp economiza R$ 5 milhões por ano. Outros R$ 10 milhões são economizados por meio da compra de eletricidade do mercado livre de energia”, destacou o docente.
Para 2024, o projeto tem o foco de ampliar a eficiência energética da Universidade. Entre as metas estabelecidas, estão a substituição de 100 mil lâmpadas convencionais pelas de modelo LED e a expansão da capacidade instalada de geração de energia fotovoltaica de 2.500 kWp (quilowatt pico) para 7.500 kWp. “Já temos muitos resultados acumulados na Unicamp e estamos tentando construir vínculos para fora da Universidade”, comentou Luiz Carlos, apontando o quanto as medidas vêm ao encontro do cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. “A resposta à emergência climática é urgente, e a transição energética está no cerne disso”.
O prefeito de Campinas manifestou interesse em estabelecer parcerias com a Unicamp, por meio do CPTEn, para auxiliar na gestão energética do município. Saadi apontou setores em que o Centro pode contribuir com a elaboração de projetos e no monitoramento da aplicação de políticas públicas, como uma recente parceria público-privada firmada pelo município para a iluminação pública, com o objetivo de fazer a substituição de todo o sistema de iluminação da cidade. “Para nós, é algo muito importante. Além de melhorarmos a qualidade da iluminação, esperamos reduzir os custos de energia com maior eficiência”, afirmou o prefeito.
Também foi mencionado o projeto da prefeitura de instalar painéis de energia fotovoltaica nas 210 escolas municipais, o que demandará a readequação de alguns prédios. Ele também demonstrou interesse nas pesquisas realizadas em tecnologias relacionadas às cidades inteligentes. De acordo com Saadi, a Universidade pode contribuir avaliando as propostas apresentadas por empresas no setor e orientando o poder público para que sejam feitas escolhas mais assertivas e de melhor custo-benefício para a população. “Sou totalmente favorável a esta parceria”, manifestou o prefeito, que pretende intensificar as discussões envolvendo o departamento jurídico da Prefeitura para avaliar o modelo de parceria mais adequado.
Para o reitor da Unicamp, o trabalho conjunto com o poder público municipal é uma oportunidade de levar a experiência da Universidade e os conhecimentos e tecnologias adquiridos ao longo do tempo para apoiar as estruturas públicas do estado de São Paulo. “Além disso, ganhamos não só com a eficiência energética, mas também com o desenvolvimento de soluções inovadoras na gestão de energia, desde tecnologias até modelos regulatórios, e na formação de pessoas”, celebrou Meirelles.