Uma delegação formada por representantes da Unicamp, do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) e do Fermilab, o laboratório de física de partículas e de alta energia ligado ao Departamento de Energia dos Estados Unidos, se reuniu com representantes do governo federal para discutir o financiamento para a participação brasileira no projeto DUNE (Deep Underground Neutrino Experiment).
O grupo se reuniu com o secretário-executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luiz Fernandes, e com o embaixador Laudemar Aguiar, do Ministério das Relações Exteriores (MRE). Além disso, esteve com o diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Márcio de Castro Silva Filho, e com o diretor presidente do Conselho Técnico-Administrativo da mesma fundação, Carlos Américo Pacheco. Os membros da delegação saíram otimistas dos encontros.
“As possibilidades de êxito na obtenção do financiamento compartilhado do MCTI e da Fapesp tornaram-se muito grandes não só pela importância do projeto DUNE, como pela associação recente do Brasil ao CERN [sigla em francês para Conselho Europeu para a Pesquisa Nuclear], e também pela importância que as duas instituições estão atribuindo à nossa participação”, disse o reitor da Unicamp, Antonio José de Almeida Meirelles.
O DUNE é visto como um dos mais importantes experimentos da história das pesquisas sobre neutrinos – partículas subatômicas consideradas um elemento-chave para a compreensão do processo de criação, constituição e evolução do universo. O projeto – que tem como sede o Fermilab – envolve 200 instituições de 37 países e aproximadamente 1.400 cientistas de todo o mundo. A Unicamp, principal representante nacional no programa, coordena a equipe brasileira.
De acordo com o reitor, os representantes do MRE, do MCTI e da Fapesp fizeram avaliações “muito positivas” sobre o DUNE e a necessidade de garantir a participação brasileira nessa segunda etapa. A participação do país envolve a construção em escala do equipamento de detecção de neutrinos, denominado Arapuca, e a obtenção de argônio líquido de altíssima pureza, um elemento usado no processo.
“Com o provável êxito de nossa participação nessa segunda etapa, a Unicamp, junto com o CNPEM, deverá se tornar um centro de acesso, processamento e investigação dos dados gerados pelo DUNE. A Universidade deve servir como centro regional para todo o Brasil e a América Latina”, afirmou Meirelles.
Entre os dias 20 e 23 de maio, a equipe que coordena o DUNE esteve na Unicamp. Participaram do grupo a diretora do Fermilab, Lia Merminga, os membros do laboratório Hema Ramamoorthi e Ron Ray e dois representantes do Departamento de Energia dos Estados Unidos, Regina Rameika e Abid Patwa.
Além do reitor, a equipe da Unicamp presente em Brasília foi formada pela coordenadora-geral da Universidade, Maria Luiza Moretti, pela diretora do Instituto de Física Gleb Wataghin, Mônica Cotta, pelo coordenador do Projeto de Argônio Líquido, Pascoal Pagliuso, pelo diretor da Faculdade de Engenharia Química (FEQ) e pesquisador do Projeto de Argônio Líquido, Dirceu Noriler, e pelo pesquisador do Projeto de Argônio Líquido Thiago Alegre. O professor Antonio José Roque da Silva, diretor-geral do CNPEM, também participou das reuniões.
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