A Unicamp recebeu, nesta quarta-feira (5), a visita de representantes da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), que foram recebidos pela coordenadora-geral da Universidade, Maria Luiza Moretti. A comitiva veio à Unicamp para conhecer as iniciativas de incorporação de tecnologias digitais nos processos de ensino e aprendizagem e de modernização curricular dos cursos de graduação. “O interesse pela nossa Universidade e pelo trabalho que desenvolvemos no ensino de graduação nos deixa muito contentes”, comentou Moretti.
Estiveram presentes o General de Brigada Marcos Vinicius Gomes Bonifácio, comandante da Aman; o Coronel Janilson, chefe da Divisão de Ensino; o Coronel Pontes Amorim, chefe da Seção de Pesquisa; o Coronel R-1 Messias, assessor de Gestão e Inovação; o Tenente-coronel Stênio, chefe da Seção de Coordenação Pedagógica; o Major Couto, professor de Cibernética; e o Major Montenegro, assistente do Comandante da Aman. Além da coordenadora-geral, participaram do encontro o pró-reitor de Graduação da Unicamp, Ivan Toro, e os professores Arnaldo Pinto Junior, coordenador do Espaço de Apoio ao Ensino e Aprendizagem (EA2), Rosley Anholon e Matheus Souza, do Grupo Gestor de Tecnologias Educacionais (GGTE), e Raphael Supino e Luís Fernando Franco, da coordenação de Graduação da Faculdade de Engenharia Química (FEQ).
“Nosso maior objetivo com a visita é nos aproximarmos da expertise acadêmica da Unicamp”, explicou o comandante da Aman. Segundo o General, a equipe pedagógica da Academia deseja aprimorar as metodologias e técnicas de ensino para atender às novas gerações de cadetes que ingressam na instituição. “Dentro de nossa dinâmica, a geração atual é muito ligada às tecnologias digitais. Por isso, precisamos aperfeiçoar as condições de ensino para que eles possam aprender”, apontou Bonifácio, que também mencionou o interesse pelas pesquisas em cibernética e segurança de dados, área de responsabilidade do exército nas estratégias de defesa nacional.
Pinto Junior e Anholon apresentaram aos visitantes os trabalhos desenvolvidos pelo EA2 no apoio à formação continuada de professores da Universidade e na busca por novas metodologias que envolvam tecnologias e recursos digitais e promovam a interdisciplinaridade. “Os atos de estudo mudaram significativamente se comparados à nossa geração”, avalia Pinto Junior. Entre os destaques apresentados, estão a oferta de disciplinas integradas entre diferentes universidades do país nas áreas de sustentabilidade, ciência translacional e tomada de decisão.
Também foram apresentados projetos de desenvolvimento e uso de Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs) nos cursos de graduação. Souza destacou o trabalho do GGTE de suporte ao uso de ferramentas, como Google Classroom e Moodle, em cerca de 4 mil disciplinas ministradas por semestre.
Por fim, os professores Supino e Franco apresentaram o processo de reformulação da grade curricular do curso de Engenharia Química. Segundo os docentes, a reforma buscou oferecer aos estudantes oportunidades de aprendizagem voltadas a situações reais encontradas em empresas e na atuação profissional do engenheiro químico. “Saímos de um ensino baseado em conteúdos para um ensino baseado em competências. Por isso, desmontamos todo o curso e o reformulamos”, explicou Franco.
Os representantes da Aman demonstraram muito interesse nos projetos desenvolvidos, nas formações oferecidas pelo EA2 e na possibilidade de estabelecerem convênios com a Universidade. “Elas [as formações] seriam muito valiosas ao nosso núcleo de formação de professores”, avaliou o Coronel Janilson.
Para Maria Luiza Moretti, as duas instituições têm grande potencial na troca de experiências pedagógicas em seminários e workshops que podem ser promovidos em Campinas e em Resende (RJ), cidade sede da AMAN. “Foi um diálogo extremamente produtivo, e espero que essa relação cresça e renda bons frutos”, sintetizou a coordenadora-geral.