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Audiência discute capacitação de professores para atendimento a estudantes neurodivergentes

A deputada estadual Clarice Ganem iniciou campanha para que as universidades promovam alterações em seus currículos e adotem disciplinas em seus cursos de licenciatura

A deputada estadual Clarice Gnem: início de uma campanha
A deputada estadual Clarice Gnem: início de uma campanha

Uma audiência da qual participaram o reitor da Unicamp, Antonio José de Almeida Meirelles, e a deputada estadual Clarice Ganem (Podemos), ocorrida na tarde de quarta-feira (19), discutiu a capacitação de professores para atender estudantes com transtornos do neurodesenvolvimento. A deputada disse ter iniciado uma campanha para que as instituições públicas de ensino superior promovam alterações em seus currículos e adotem disciplinas em seus cursos de licenciatura a fim de melhorar o atendimento a estudantes neurodivergentes.

“Estamos trabalhando para que as universidades introduzam mudanças no currículo e acrescentem disciplinas específicas com o objetivo de formar professores para o atendimento a estudantes que apresentem transtornos do espectro autista, por exemplo”, afirmou Ganem. Além do autismo, a neurodivergência inclui condições como o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), dislexia, síndrome de Tourette, entre outros. “Nós também estivemos na Unesp [Universidade Estadual Paulista] para tratar desse assunto”, contou a parlamentar.

Na reunião, o reitor observou que a Unicamp conta com o Programa de Atenção aos Transtornos do Espectro do Autismo (Pratea), órgão ligado à Faculdade de Ciências Médicas (FCM) que tem como um dos seus objetivos capacitar profissionais das áreas de educação, saúde e assistência social para detectar casos de autistmo e realizar intervenções terapêuticas, além de auxiliar na avaliação e diagnóstico.

Segundo Meirelles, a proposta de estimular a formação de profissionais nessa área é urgente. O reitor pediu à deputada um esforço para envolver nessa campanha as secretarias estaduais de Ciência e Tecnologia, da Pessoa com Deficiência, da Educação e da Saúde.

Meirelles lembrou ainda que a Unicamp começa a discutir a adoção de uma política de cotas para pessoas com deficiência no vestibular da Universidade e de colégios técnicos e, por conta disso, vai precisar de uma estrutura de atendimento.

Além do autismo, a neurodivergência inclui condições como a do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), dislexia, síndrome de Tourette, entre outros
Além do autismo, a neurodivergência inclui condições como a do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), dislexia, síndrome de Tourette, entre outros

“O Pratea já tem trabalhado nessa questão da capacitação de profissionais, tanto de profissionais de saúde, como de professores, além da orientação aos pais”, explica a professora Eloisa Helena Rubello Valler Celeri, do Departamento de Psiquiatria da FCM. “Vamos em breve começar a produção de uma série de vídeos para realizar capacitações, vídeos esses que serão disponibilizados para profissionais do SUS [Sistema Único de Saúde]”, acrescentou.

A professora disse, no entanto, haver a possibilidade de serem oferecidas disciplinas eletivas para todos os cursos da Universidade, disciplinas que tenham como objetivo a formação de profissionais de todas as áreas.

O diretor da FCM, Claudio Coy, sugeriu a criação, por meio de um projeto de lei, de uma rede de centros de formação de profissionais para fazer esse tipo de atendimento. E nesse caso, afirmou, a Unicamp poderia contribuir na formação desses profissionais.

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