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Professor da Unicamp coordenará Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer

O docente da FCM, José Barreto pesquisa mecanismos que conectam a obesidade e a anorexia ao câncer

O docente José Barreto: combinação de dois medicamentos
O docente José Barreto: combinação de dois medicamentos

Professor titular do Departamento de Anestesiologia, Oncologia e Radiologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, José Barreto Campello Carvalheira foi nomeado pela ministra da saúde Nísia Trindade como novo coordenador-geral da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer (PNPCC) do Sistema Único de Saúde, o SUS. O médico integra, há 20 anos, o quadro de docentes da Universidade, onde vem desenvolvendo pesquisas sobre os mecanismos moleculares e celulares que conectam a obesidade e a anorexia ao câncer, entre outras temáticas relacionadas à doença.

Formado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e doutor em clínica médica pela Unicamp, Barreto realizou seu pós-doutorado na Universidade da Califórnia em São Francisco, nos Estados Unidos – onde também atuou como professor visitante, entre os anos de 2012 e 2014. Especialista em oncologia clínica pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), o novo coordenador-geral da PNPCC conta que recebeu o convite da ministra “com entusiasmo pela oportunidade de colaborar com o aperfeiçoamento do sistema e com muito senso de responsabilidade para com os pacientes e para com as políticas públicas no SUS.”

Como pesquisador, Barreto se notabilizou por testar a eficácia da combinação entre dois medicamentos – um empregado para o controle de diabetes e outro quimioterápico – para reduzir a quantidade de glicose recebida por tumores, buscando, assim, conter sua evolução. O estudo, realizado na FCM, alcançou resultados promissores com células de pulmão cultivadas em laboratório e recebeu o Prêmio do Instituto do Câncer de São Paulo Octavio Frias de Oliveira.

A nova política determina que novos tratamentos, medicamentos e tecnologias relacionadas à prevenção e ao enfrentamento do câncer terão prioridade no sistema
A nova política determina que novos tratamentos, medicamentos e tecnologias relacionadas à prevenção e ao enfrentamento do câncer terão prioridade no sistema

Desafios e prioridades

Instituída com base no Projeto de Lei 2.952/2022, a PNPCC chega com o desafio de diminuir a incidência do câncer e de reduzir a mortalidade no país. “A Política foi priorizada pela Presidência da República já que o câncer está caminhando para se tornar a primeira causa de morte no mundo”, esclarece Barreto. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), somente no Brasil, até 2025 terão sido diagnosticados 704 mil novos casos. Já a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer prevê que 554 mil brasileiros morrerão da doença em 2050 – 98,6% a mais do que as mortes por câncer computadas em 2022.

Seu desafio não se limita ao futuro próximo que se delineia, caso as previsões se concretizem: há uma série de problemas atuais que pedem atenção urgente. É o caso, destaca Barreto, da emergência em organizar uma rede de atenção à saúde e em fornecer acesso ao diagnóstico precoce e ao cuidado integral, em articulação com a atenção primária à saúde. A necessidade de ampliar o acesso ao tratamento em tempo oportuno e também de oferecer as melhores opções terapêuticas com orçamento limitado são, para o médico, obstáculos igualmente graves.

Para atuar frente a essa realidade complexa, as prioridades da nova entidade focam na prevenção, no mapeamento de casos e na agilidade na atuação junto aos diagnosticados. O coordenador-geral da PNPCC encara como principais frentes de atuação o fornecimento de acesso ao diagnóstico precoce; a execução de varreduras dos cânceres rastreáveis; e a garantia de realização do tratamento em tempo oportuno. “Assim como promover a prevenção, por meio da vacinação, no caso do câncer de colo de útero, e propor soluções de enfrentamento aos fatores de exposição aos riscos, como tabagismo, alcoolismo, agrotóxicos, obesidade etc.”

Um instrumento vinculado diretamente à Secretaria de Atenção Especializada à Saúde, que controla e avalia a qualidade  dos serviços especializados do SUS, a nova política determina, por fim, que novos tratamentos, medicamentos e tecnologias relacionadas à prevenção e ao enfrentamento do câncer terão prioridade no sistema.

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