A Unicamp lança, no próximo dia 26 de agosto, um programa que pretende estabelecer uma política institucional de sustentabilidade inédita na Universidade. Uma resolução assinada pelo reitor Antonio José de Almeida Meirelles prevê a criação do Sistema de Gestão Universidade Sustentável (SiGeUS), que terá como objetivo integrar órgãos estratégicos para a definição de formas de enfrentamento das questões ambientais e de emergência climática na Universidade.
De acordo com a resolução, o programa deverá determinar diretrizes de uma política institucional de sustentabilidade a ser adotada não apenas pela gestão, mas para balizar ações também nas áreas de ensino, pesquisa e extensão.
De acordo com o programa, o SiGeUS dará origem ao Comitê Assessor de Sustentabilidade da Unicamp (CASusten) – uma nova instância a ser composta por 13 órgãos ligados à reitoria –, que deverá garantir a implementação e o desenvolvimento da política de sustentabilidade.
“A Unicamp tem várias iniciativas nesta área de sustentabilidade. Tem o Campus Sustentável, muitos profissionais em pesquisa em diversas áreas, além do HIDS (Hub Internacional de Desenvolvimento Sustentável). Mas o que não tínhamos de uma forma sistematizada, até agora, era uma ação conjunta de órgãos para a realização de uma atividade de forma transversal”, disse o reitor.
“A ideia é articular essas várias iniciativas que hoje ainda têm um grau de dispersão considerável, embora nossa ação na questão da sustentabilidade seja muito forte. Precisamos coordená-las melhor, inclusive para participar desses grandes eventos externos e para termos uma política com mais impacto no ensino da graduação e da pós-Graduação”, explicou.
Sustentabilidade e emergência climática
Roberto Donato, assessor do Gabinete do Reitor, diz que o comitê terá a prerrogativa de criar uma política institucional de sustentabilidade e de emergência climática, além de desenvolver um plano de metas, coordenar ações para obtenção de dados para avaliação e daqueles que serão levados para efeitos de ranqueamento da universidade, além de promover a disseminação dessa temática na comunidade universitária.
Donato ressalta que a problemática socioambiental e as questões de sustentabilidade são tratadas na Unicamp já há muito tempo. Segundo o assessor, desde a década de 1980, existe uma forte agenda de ensino, pesquisa e extensão articulada a essa temática.
“Temos pesquisas em muitas frentes. Há centros e núcleos voltados para essas questões, além de ações de gestão da própria universidade. O que o SiGeUS e o comitê representam agora é um avanço nesta pauta, aglutinando essas diferentes experiências em torno de uma ação que promova a transversalidade e dê uma maior coordenação a essas ações”, diz. “A partir dessa política, poderemos criar um norteamento transversal na estruturação de diretrizes, critérios e ações no âmbito da sustentabilidade”, resume.
O chefe de Gabinete, Paulo César Montagner, disse que projetos como este devem ter um caráter permanente. “Esse tipo de projeto deve ser perene e avançar para as futuras administrações. Estamos torcendo para que o projeto vá, lentamente, se encorpando, até que se torne uma rotina no cotidiano da nossa comunidade. E acho que o HIDS pode ser o propulsor dessa nova forma de tratar as questões ambientais”, afirmou.
Compromisso SP Carbono Zero
Thalita Dalbelo, da coordenadoria de Sustentabilidade (CSUS) da Diretoria Executiva de Planejamento Integrado (Depi), diz que o Sistema de Gestão Universidade Sustentável significa a “institucionalização” do conceito de sustentabilidade pela Universidade.
Dalbelo lembra que a Unicamp integra o programa Compromisso SP Carbono Zero – que tem como foco estimular lideranças comprometidas com a cultura da descarbonização, alinhada à campanha Race to Zero, da ONU, cuja meta é zerar as emissões líquidas de carbono até 2050.
Ao aderirem de forma voluntária ao programa, empresas e instituições precisam informar suas emissões e seus marcos temporais de redução de emissões para 2030, 2040 e 2050. Em contrapartida, recebem um reconhecimento do governo, conforme o nível de compromisso informado.
Segundo Dalbelo, a Unicamp já foi contemplada com o Selo Platina – o mais alto do programa.
A Race to Zero é uma campanha global que reúne empresas, instituições de vários níveis e municípios para a adoção de medidas imediatas para redução das emissões globais até 2030. Desde junho de 2020, mais de 14 mil membros aderiram à campanha.
