Representantes da Unicamp e da Universidade Noroeste Minzu, da China, abriram negociações nesta segunda-feira (20) para a formalização de parcerias institucionais em diversas áreas de pesquisa, em especial no setor cultural.
Minzu – palavra que, em tradução livre, significa “étnico” – é uma universidade localizada no noroeste da China e tem como um dos seus pontos fortes o resgate da cultura tradicional chinesa e a abertura para o estudo de culturas tradicionais estrangeiras.
Como exemplo dessa vocação cultural, a comitiva chinesa foi composta por um grupo de dança, que apresentou, no auditório da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), o espetáculo “Cores da China: um caleidoscópio étnico”.
O espetáculo apresenta um panorama da riqueza cultural chinesa por meio de números de dança, canto e música instrumental. O objetivo é mostrar ao público a arte milenar de Dunhuang, a lendária Rota da Seda e as grutas de Mogao, o conjunto de 735 grutas com mais de 45 mil m² de pinturas murais. A apresentação foi organizada pelo Instituto Confúcio na Unicamp em conjunto com o Instituto Sociocultural Brasil-China (Ibrachina).
A comitiva chinesa foi recebida no final da tarde pelo professor Osvaldir Taranto, da Diretoria Executiva de Relações Internacionais (Deri). “A Minzu é uma universidade que tende a ter alunos de todos os grupos étnicos de lá, especialmente os menores grupos. Eles têm uma longa lista de cursos de graduação e de pós, com foco em Humanidades, Ciências Sociais e na parte artística”, disse Taranto.
Segundo o diretor da Deri, existe uma grande disposição da Unicamp em estabelecer parcerias, e as universidades chinesas integram o núcleo de ações estratégicas desenvolvidas pela Unicamp. “E essa é uma estratégia que, acreditamos, irá crescer muito, até porque eles também têm muito interesse na Unicamp”, avalia.
O reitor da Minzu, Wang Yanbin, disse que a aproximação com instituições de ensino brasileiras tem sido facilitada, neste momento, por conta das comemorações de 50 anos de estabelecimento de relações diplomáticas entre Brasil e China. “Aproveitamos a oportunidade para conhecer as principais universidades do Brasil e, por isso, viemos à Unicamp. Espero que possamos ter cooperações profundas num futuro breve”, disse o reitor. Segundo Yanbin, a Minzu tem interesse em manter pesquisas também nas ciências biológicas e na medicina, além das áreas de humanas e de artes.
“Trata-se de uma grande universidade chinesa, que tem grande potencial em todas as áreas. Na nossa área, por exemplo, eles têm um departamento muito interessante de Comunicação e Cinema e, portanto, será possível fazer pesquisas conjuntas e intercâmbio de alunos”, disse o professor Fernando Hashimoto, diretor do Instituto de Artes (IA) da Unicamp.
O professor Rafael Dias, da Deri, disse que vê grandes possibilidades de colaborações em áreas onde a Unicamp já tem posição consolidada, como em pesquisas com povos indígenas e quilombolas, no estudo de políticas públicas, na criação de comunidades resilientes e na preservação e difusão do conhecimento tradicional dessas comunidades.
Além do reitor da Minzu, a delegação chinesa contou com o vice-reitor de pós-graduação, Zhao Renjie; o diretor de Divisão do Departamento Internacional da Comissão Nacional de Assuntos Étnicos, Yuan Quan; o analista do Departamento de Educação Étnica Nacional, Cao Guoping; o diretor de Planejamento, Ma Yutang; e o diretor da Divisão de Cooperação Internacional, Yuan Mu. Também participaram da reunião os representantes do Instituto Confúcio Gao Qinxiang e Paulo Van Noije.