Nesta segunda-feira (14/10), uma cerimônia especial comemorou o 10º aniversário de fundação do Instituto Confúcio na Unicamp. Resultado de uma parceria com a Beijing Jiaotong University (BJTU) da China, o objetivo do Instituto é oferecer cursos de língua e cultura chinesa para a sociedade brasileira, ampliando a comunicação e a cooperação entre os dois países. Além da cerimônia de abertura, que contou com a presença de executivos de ambas as universidades, também foram realizadas performances artísticas de música e dança, apresentadas por professores e alunos do Instituto Confúcio.
Para a reitora da Unicamp em exercício, Maria Luiza Moretti, que presidiu a mesa de abertura das comemorações, convênios de longa data como este são importantes, porque trazem resultados robustos e promissores para as instituições. Por isso, a docente espera que as universidades estabeleçam muitos outros convênios em áreas como tecnologias e sustentabilidade. “Essa tem sido uma jornada repleta de realizações, aprendizado, intercâmbio cultural e, principalmente, de fortalecimento dos laços entre a China e o Brasil. Esse laço entre as universidades é algo que nos honra de uma maneira muito especial”, elogia.
Na mesma linha, o professor Paulo Van Noije, que assumiu o cargo de novo diretor brasileiro do Instituto, defende um estreitamento dos laços entre a BJTU e a Unicamp. Noije lembra que o mundo contemporâneo enfrenta desafios muito complexos relacionados ao meio ambiente e à distribuição de renda, sendo necessário o estabelecimento de novas lideranças para a resolução desses problemas. “Estou bastante convicto de que o estreitamento das relações entre Brasil e China e entre outros países, como Índia e África do Sul, é muito importante para criar essa nova liderança global”, acredita.
Além desses dez anos do Instituto, em 2024 também são comemorados os 50 anos das relações diplomáticas entre as duas nações. Durante o evento, o diretor chinês do Instituto Confúcio na Unicamp, Qianxiang Gao, apresentou um breve histórico do programa, que teve origem em 2014, quando o presidente chinês Xi Jinping esteve em Brasília com a então presidente Dilma Rousseff. Na ocasião, os governantes assinaram 33 acordos de cooperação entre os dois países, incluindo o da fundação do Instituto Confúcio, que teve sua inauguração em abril de 2015.
“Durante esses dez anos, nosso Instituto se desenvolveu muito rápido. Durante a pandemia, enfrentamos muitos desafios, mas, com o apoio da Unicamp e da BJTU, conseguimos dar todo o suporte à iniciativa”, afirmou Gao, segundo quem o Instituto Confúcio na Unicamp foi o único do mundo a continuar oferecendo aulas durante o distanciamento social. Como consequência, relata o diretor de Relações Internacionais da BJTU, Song Fei, o número de alunos matriculados atingiu seu pico histórico durante aquele período. “Os professores e funcionários fizeram o possível para manter as medidas de proteção e mesmo assim oferecemos um número recorde de cursos”, conta.
Próximos passos
Como parte das comemorações, nesta semana também estão sendo assinados dois acordos entre a Unicamp e a BJTU, visando dar continuidade ao intercâmbio acadêmico entre as instituições e prosseguir com as atividades do Instituto por mais cinco anos. Segundo Alfredo Melo, assessor de Relações Internacionais da Diretoria Executiva de Relações Internacionais (Deri) da Unicamp, o oferecimento de cursos de língua chinesa cria pontes que vão além do idioma, conectando ideias, culturas e oportunidades. “Hoje, o Instituto Confúcio se posiciona como uma peça fundamental na promoção do diálogo entre Brasil e China, facilitando parcerias em áreas como economia, comércio, tecnologia e cultura, além de ser um ponto de encontro para aqueles que buscam oportunidades de pesquisa, bolsas de estudo e cooperação empresarial”, avalia.
Já o diretor adjunto de Cultura da Pró-Reitoria de Extensão, Esporte e Cultura (Proeec), Claudio Lima Ferreira, destaca a qualidade das atividades artísticas e culturais promovidas pelo Instituto, como a apresentação de música tradicional chinesa que integrou a 8ª edição do Intercâmbio Cultural Brasil-China, promovido pela CPFL Energia, a apresentação de dança Cores da China na temporada de Cultura Chinesa no Brasil de 2024 e a participação do Instituto Confúcio na Unicamp de Portas Abertas (UPA). “O Instituto Confúcio tem uma longa parceria com a Proeec, principalmente por suas atividades que estão estreitamente ligadas aos nossos objetivos, que têm a extensão universitária e a cultura como metas”, comenta.
O presidente da BJTU, Yu Zujun, espera que o futuro traga ainda mais parcerias entre as duas universidades, unindo forças com os demais países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) para a superação dos principais desafios que assolam a sociedade. “Acredito que, no futuro, teremos muitas áreas em que poderemos colaborar. A Faculdade de Transportes e Engenharia da BJTU é uma das melhores do mundo em trens bala e metrô, e penso que poderíamos expandir nossas colaborações para essa área. Além disso, a BJTU é uma das universidades chinesas que oferecem cursos de língua portuguesa, então não teremos nenhuma dificuldade de comunicação”, finaliza.