A reitora em exercício da Unicamp, Maria Luiza Moretti, visitou o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) na segunda-feira (21). No encontro, foram discutidas possibilidades de parceria em torno da implementação do Orion, um projeto que busca construir um complexo laboratorial de pesquisas avançadas sobre patógenos.
Moretti encontrou-se com o diretor-geral do CNPEM, Antônio José Roque. O professor apresentou em detalhes o Orion, um complexo que contemplará o primeiro laboratório com nível máximo de segurança (NB4) da América Latina, permitindo a manipulação segura de microrganismos de alta patogenicidade. O Orion também deve se tornar o primeiro laboratório do mundo conectado a um acelerador de partículas.
A professora aponta que há um histórico de parcerias entre as instituições e que ambas podem seguir atuando em sinergia nesse novo projeto. “A Unicamp e o CNPEM são instituições de vanguarda, responsáveis pela geração de boa parte do conhecimento científico do Brasil, e que colaboram desde o nascimento do primeiro complexo laboratorial do CNPEM, o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron na década de 80. Essas são instituições diferentes, com objetivos diferentes, mas parceiras na geração de conhecimento e inovação nas mais diversas áreas do conhecimento.”
Moretti também destacou o fato de a Unicamp ter formado vários cientistas que hoje trabalham no centro e disse que a Universidade estimula seus docentes a utilizarem as instalações do CNPEM e a colaborarem com pesquisadores dos diversos laboratórios nacionais integrantes desse complexo científico de ponta.
Na visita, a também coordenadora-geral conheceu o centro de treinamento para trabalho em condições de alto risco biológico, como os laboratórios com nível três (NB3) e nível quatro de biossegurança (NB4). Além disso, conheceu um equipamento de proteção individual (EPI) voltando ao trabalho em um ambiente NB4, um macacão impermeável, selado, com pressão positiva, dentro do qual os pesquisadores respiram ar de uma fonte externa não contaminada.
Moretti também conheceu o Sirius, a fonte brasileira de luz síncrotron, a maior e mais complexa infraestrutura científica já construída no país. “Cientistas da Unicamp colaboram com os cientistas do Sirius e usam suas diversas linhas de luz para gerar conhecimento sobre diversas estruturas, como pequenas moléculas e grandes agregados macromoleculares”, observou.
Também presente na ocasião, o professor do Instituto de Biologia (IB) José Luiz Modena, virologista e assessor da coordenadora-geral, destacou a importância do projeto Orion. “Esse laboratório permitirá a manipulação segura de microrganismos de alta patogenicidade, como o vírus Sabiá, um patógeno endêmico do Brasil e associado a formas graves de uma doença muitas vezes letal, e os vírus Ebola e de Marburg, agentes associados a febres hemorrágicas, com alta taxa de letalidade em seres humanos. Além disso, o projeto permitirá testar novos fármacos e fazer avançar o conhecimento sobre agentes de alta periculosidade que venham a circular em nosso país.”