A 32ª edição do Congresso de Iniciação Científica da Unicamp teve início nesta quarta-feira (6) e segue até a sexta (8). O evento, que tem o objetivo de divulgar os resultados dos projetos de Iniciação Científica e Tecnológica, recebeu inscrições de 1.593 estudantes e 1.436 trabalhos.
Além de alunos de graduação, participam 63 estudantes do Ensino Médio. As sessões de pôsteres, no Ginásio Multidisciplinar, iniciaram nesta quarta, com as apresentações de Exatas e Tecnológicas. Na quinta-feira (7), apresentam os alunos de Artes e de Humanas e os estudantes de Ensino Médio. Na sexta-feira, o evento chega ao fim com a sessão de pôsteres de Biológicas.
A cada dia, ocorre também uma palestra. A palestra da abertura foi “Da Unicamp ao Empreendedorismo Serial: como a excelência acadêmica impulsiona a inovação empresarial” foi ministrada por David Figueira (Grupo cervejeiro Lamas Corp). No dia 7, Márcia Mendonça (Instituto de Estudos da Linguagem) ministra a palestra “Ler e escrever nas diferentes áreas da universidade: para que serve e como se faz”. No dia 8, Ana Arnt (Instituto de Biologia) ministra a palestra “Divulgação científica é ser influencer com conteúdo de ciência?”.
Estudantes trocam experiências
O congresso favorece a troca de experiências e contribui para o desenvolvimento acadêmico e profissional. É também um ambiente onde se ouvem histórias inspiradoras, como a do estudante de Engenharia de Produção Henrique Barros. Ele conta que precisou realizar um transplante renal em 2020 e foi atendido no Centro Integrado de Nefrologia (CIN) da Unicamp. A partir da sua experiência enquanto transplantado, decidiu utilizar a iniciação científica (IC) para ajudar as pessoas que, como ele, precisam estar com frequência no ambiente médico. Seu projeto visa a redução do tempo de espera nos ambulatórios de transplante do CIN.
“A engenharia de produção tem uma grande interface com a questão da fila de espera. Com isso, começamos um projeto em parceria com a Faculdade de Ciências Médicas, através da doutora Marilda [Mazzali], responsável pelo programa de transplante renal, com Paulo Inácio, coordenador do curso e orientador do projeto, e o Hospital de Clínicas”, conta.
A contribuição à sociedade também guia o trabalho de Nathalia Costa, aluna do curso de Engenharia Ambiental que apresentou o projeto Avaliação da toxicidade de corantes dispersos antraquinonas para D. similis. “Avaliamos corantes para ver se são tóxicos para o meio ambiente. Utilizamos um microcrustáceo que geralmente é utilizado para fazer testes. Eu sempre me interessei por pesquisa, então, assim que entrei na faculdade, era meu objetivo e fui atrás de um laboratório logo no primeiro ano, comecei como bolsista no Laboratório de Ecotoxicidade e com isso comecei minha IC”, compartilha.
Reitor ressalta vocação da Unicamp para a pesquisa
A abertura do congresso ocorreu no Centro de Convenções, com a participação do reitor da Universidade, Antonio José de Almeida Meirelles, da pró-reitora de Pesquisa, Ana Maria Frattini, e dos representantes da Pró-reitoria de Graduação (PRG) e de Extensão, Esporte e Cultura (Proeec), Laura Letícia Rifo e Luís Geraldo Meloni.
O reitor da Unicamp lembrou a vocação da Unicamp para a pesquisa e comemorou o fato de a iniciação científica estar crescendo ao longo da história da Universidade. “Isso mostra a força que a universidade conseguiu construir ao longo do tempo nesse projeto. (…) A pesquisa sempre desempenhou um papel muito grande, mas ela não teria tanta importância se não tivesse impacto no ensino como um todo, particularmente no ensino de graduação, e por isso valorizamos tanto a iniciação científica”, disse.
Meirelles também destacou que a pesquisa leva profissionais da Unicamp a todas as regiões do país para trabalharem tanto em carreiras acadêmicas e em instituições de pesquisa como no mercado, como o primeiro palestrante do congresso, David Figueira. Além disso, salientou o quanto o conhecimento pode ajudar a sanar problemas do país. “Não é só ciência e tecnologia, é ciência e tecnologia para servir à sociedade.”
Frattinii, por sua vez, compartilhou sua experiência na IC, que contribuiu para ela descobrir os rumos profissionais que queria seguir. Também frisou as contribuições da iniciação científica para a formação acadêmica e profissional. “Cada um pensa de forma diferente, estamos todos aqui para aprender metodologias, aprender a pensar no ser humano e em uma série de coisas que não necessariamente levam apenas à carreira acadêmica.”
Meloni e Rifo pontuaram as contribuições da iniciação científica para os jovens e para a sociedade. “O programa de IC da universidade ajuda no desenvolvimento da formação acadêmica e profissional dos nossos estudantes; abre as portas para o universo da pesquisa, onde os alunos podem explorar, empreender e também auxiliar na construção de novas ideias em pesquisa. É um programa que oferece aos alunos o olhar crítico da metodologia e do rigor científico e isso sem dúvida tem impacto positivo na formação de um pensamento analítico e crítico”, afirmou Meloni.
“É animador poder ainda na graduação trocar experiências com colegas da nossa e de outras áreas sobre as dificuldades, os avanços e os resultados que obtemos em estudos que nos motivam a continuar com nossa formação profissional, seja ela científica, tecnológica ou artística”, disse Rifo.
Premiação de trabalhos
O Congresso de Iniciação Científica terá ainda uma segunda etapa, com os estudantes selecionados em cada uma das grandes áreas, entre 26 e 28 de novembro. Essa etapa será em formato virtual.
Os trabalhos foram pré-selecionados por um comitê interno à Unicamp e serão avaliados pelo Comitê Assessor representante do CNPq, composto por docentes de outras universidades.
Os 20 alunos da Unicamp premiados com Mérito Científico receberão prêmio de R$ 3.500
Aos autores e orientadores dos 20 trabalhos classificados após os selecionados para premiação será outorgado o Certificado de Menção Honrosa, sem recebimento de prêmio em pecúnia.