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Núcleo de Consciência Trans da Unicamp inaugura sua sede

Espaço sediará atividades de pesquisa, extensão e cultura com foco na comunidade trans

O Núcleo da Consciência Trans (NCT) da Unicamp inaugurou sua sede nesta quarta-feira (6). O grupo, fundado há dois anos com o propósito de representar os interesses de estudantes trans e travestis, tem como objetivo garantir oportunidades equânimes de formação acadêmica e pesquisa, além de realizar projetos de extensão e cultura que ampliem a relação da Universidade com comunidades trans e travestis externas. O órgão busca, ainda, promover estudos que se situem na interface entre questões de gênero, sociedade, educação, artes visuais e meio ambiente.

A cerimônia de inauguração do novo espaço contou com a presença do reitor da Unicamp Antonio José de Almeida Meirelles, e do pró-reitor de Extensão, Esporte e Cultura, Fernando Coelho. Também compareceram docentes, políticos e integrantes da comunidade trans da Universidade e da cidade de Campinas, como Vicenta Perrotta – presidenta da associação Ateliê Transmoras, que deu origem ao NCT.

A cerimônia de inauguração do novo espaço contou com a presença do reitor Antonio Meirelles, autoridades da Universidade, docentes, políticos e integrantes da comunidade trans da Universidade e da cidade de Campinas
A cerimônia de inauguração do novo espaço contou com a presença do reitor Antonio Meirelles, autoridades da Universidade, docentes, políticos e integrantes da comunidade trans da Universidade e da cidade de Campinas

Durante o evento, o reitor ressaltou o papel da Universidade como espaço de inclusão e vanguarda, defendendo a importância de sua atuação na promoção de condições para que todos tenham oportunidades de aprender e de desenvolver pesquisas. Servindo, dessa forma, de exemplo para o restante da sociedade, afirmou Meirelles. “A persistência de vocês permitiu com que abríssemos nossos olhos. Temos de valorizar uma universidade que dê direito a todas as pessoas e que tenha como objetivo fazer a inclusão em todos os sentidos. Queremos gerar conhecimento, formar gente, produzir tecnologia, ciência e inovação. Mas queremos que todo mundo tenha chance de participar.”

A instalação do núcleo no campus, segundo Coelho, mostra a disponibilidade da Unicamp de se abrir para a sociedade e considerar a diversidade como fator de enriquecimento para o ensino público. “Que esse possa ser um espaço de uso coletivo, não apenas de extensão e arte, mas também de acolhimento, pois isso agrega cada vez mais valor para a Universidade”, disse o pró-reitor. Para o reitor, é papel da instituição acolher as e responder às demandas da sociedade. “Desde que [essas demandas] sejam civilizatórias, agreguem direitos e reconheçam pessoas que, por uma série de razões, foram desconsideradas, desprestigiadas, sujeitas a preconceito e atos de violência. Essa é uma maneira de enriquecer nossa formação, nossa pesquisa e nosso desenvolvimento de conhecimento.”  

Aluna do curso de ciências sociais e cofundadora do NCT, Luara Souza destacou a importância simbólica que o reconhecimento do trabalho do grupo pela Universidade tem para as comunidades trans e travestis e para a sociedade “Não é apenas uma conquista após 11 anos de trajetória do Transmoras. Isso diz respeito ao valor de projetos de extensão surgidos fora das universidades, mas que ganham notoriedade com o espaço. São mais de 15 mil pessoas trans e travestis do Brasil impactadas.”

A ideia é transformar o local em um espaço de produção de conhecimento e cultura. Dando início a suas atividades, a sede do NCT deve receber o coletivo que originou o grupo, em um projeto de extensão sobre transmutação têxtil. “Essa é uma tecnologia social desenvolvida no nosso ateliê e replicada por várias pessoas trans no Brasil”, afirmou Perrotta. Iniciativas envolvendo comunidades externas da cidade de Campinas, completou Souza, também serão uma prioridade do grupo.

Sede Núcleo de Consciência Trans da Unicamp fica na avenida Prefeito José Roberto Magalhães Teixeira, 1663 – Cidade Universitária, Campinas (SP)

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