O Observatório da Desinformação é responsável pelo desenvolvimento do projeto da Olimpíada Brasileira de Educação Midiática, uma iniciativa que visa fortalecer a educação midiática no país, voltada para a orientação para crianças e adolescentes sobre aspectos do negacionismo de cunho pseudocientífico. O Observatório, que reúne pesquisadores da Unicamp e da Universidade Federal do Acre no combate à desinformação, está em articulação com educadores, especialistas e órgãos públicos para ampliar e consolidar a educação midiática no Brasil. Com o objetivo de potencializar esses esforços, os membros do Observatório propuseram o desenvolvimento das atividades da Olimpíada como uma estratégia nacional de promoção do conhecimento científico.
A proposta foi apresentada no último dia 7 de novembro, durante o Hackathon Pop 2024: Combate à Desinformação sobre Mudanças Climáticas, evento realizado no Museu Nacional da República em Brasília e integrado à 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT). Ao representar o Observatório, a pesquisadora Cláudia Wanderley, do Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência, e a professora Josianne Cerasoli, do Departamento de História do IFCH da Unicamp, destacaram a importância da Olimpíada para fomentar o pensamento crítico e o envolvimento cidadão.
Durante o evento, foi anunciado um Acordo de Cooperação Técnica entre a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Esse acordo reforça o compromisso com o desenvolvimento de programas focados na educação midiática e digital, elementos essenciais para o enfrentamento à desinformação. Um dos principais resultados desse acordo é a estruturação da Olimpíada Brasileira de Educação Midiática, que impactará anualmente 500 mil pessoas, incluindo 100 mil educadores e 400 mil estudantes do ensino médio em todas as regiões do Brasil.
A Olimpíada será estruturada em torno de cinco eixos temáticos fundamentais: valorização da ciência; saúde coletiva; mudanças climáticas; cidadania e governança da internet; e diversidade e gênero. Seguindo a metodologia das olimpíadas educacionais, o projeto proporcionará uma experiência prática e criativa para estudantes e educadores, explorando o papel da mídia como ferramenta de participação cidadã e transformação social.
Além de integrar a educação midiática com a popularização da ciência, a Olimpíada Brasileira de Educação Midiática promoverá inclusão, acessibilidade e diversidade, somando-se aos esforços do Programa Nacional de Popularização da Ciência (Pop Ciência), do Programa Mais Ciência na Escola e da Estratégia Brasileira de Educação Midiática.
Matéria publicada originalmente no site do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas.