O primeiro dia de provas da segunda fase do Vestibular Unicamp 2025, realizado neste domingo (1), registrou o menor índice de abstenção dos últimos 15 anos do exame. No total, 12.040 candidatos compareceram à prova, com o registro de 971 ausências, o que resultou no índice de 7,5% de abstenção, menor do que o registrado no ano passado, quando 7,8% dos candidatos não compareceram.
Segundo a Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest), a redução no índice de abstenção comprova o acerto da Universidade em trazer a aplicação das provas para o período da manhã. “Foi também um acerto qualitativo, pois não tivemos relatos de nenhum candidato que tenha passado mal por conta do calor, ou por questões relacionadas à alimentação”, relatou José Alves de Freitas Neto, diretor da Comvest.
Os menores índices de abstenção foram registrados nas regiões de Campinas (5,8%) e na Grande São Paulo (6,5%). Nas demais capitais, o índice foi de 13,6%, o que acompanha a tendência dos últimos anos, na avaliação da Comvest. A menor abstenção ocorreu em Sorocaba, com 3,9%, e a maior foi registrada em Brasília, com 17,8%.
No primeiro dia da segunda fase, foram aplicadas as provas de Redação, Língua Portuguesa e Literaturas e questões interdisciplinares de Língua Inglesa e de Ciências da Natureza. A prova de Redação, que compreende 20% da nota final dos candidatos, apresentou duas opções de proposta. Na primeira, os estudantes deveriam elaborar um texto de apresentação para um projeto de lei com o objetivo de combater a desigualdade de gênero no Congresso Nacional. Já na segunda, os candidatos deveriam se colocar na posição de um(a) diretor(a) de escola e escrever um comunicado aos pais e responsáveis sobre os riscos dos jogos de azar entre crianças e adolescentes e sobre a preocupação da equipe escolar ao perceber que alguns alunos faziam uso de plataformas de jogos. “São gêneros que circulam em esferas diferentes, mas igualmente importantes no contexto brasileiro”, avaliou Márcia Rodrigues Mendonça, coordenadora acadêmica da Comvest.
O restante da prova foi composto por seis questões de Língua Portuguesa e Literaturas e quatro questões interdisciplinares, duas de Língua Inglesa e duas de Ciências da Natureza, todas discursivas. Entre os temas abordados, estavam a intertextualidade entre a capa do livro O Avesso da Pele, de Jeferson Tenório, e charges sobre o racismo; a precarização do trabalho; o fenômeno das gírias como manifestação das mudanças e da adaptabilidade linguísticas; o entendimento dos entraves jurídicos envolvendo a plataforma X (antigo Twitter) a partir de um texto não-verbal; entre outros temas. As questões de Literatura abordaram a obra Casa Velha, de Machado de Assis, e o poema Canção do Exílio, de Gonçalves Dias, e suas releituras.
Nas questões interdisciplinares de Língua Inglesa, foram abordados textos de divulgação científica e sobre a filosofia de René Descartes. Já nas questões interdisciplinares de Ciências da Natureza, os candidatos tiveram que discorrer sobre as colisões de asteroides pela perspectiva física e sobre o uso de protetores solares e seus impactos. “Houve uma grande diversidade de gêneros textuais para serem lidos e interpretados, em que os candidatos deviam empregar habilidades diferentes tanto de leitura, quanto de mobilização de conhecimentos e de recursos para a elaboração das respostas”, apontou Mendonça.
Na avaliação da Comvest, o formato das provas de segunda fase, compostas por questões discursivas e interdisciplinares, é um diferencial importante do Vestibular Unicamp, que auxilia a Universidade a selecionar os candidatos de forma integral. “Na primeira fase, com questões de múltipla escolha, dizemos se os candidatos acertam ou não. Isso é quantitativo. Mas como eles acertam? Isso também é importante para a Universidade”, ressaltou Alves Neto.
Vestibular continua
Nesta segunda-feira (2), os candidatos farão as provas de matemática e responderão questões interdisciplinares de Ciências Humanas, comuns a todos os candidatos, além das provas de conhecimentos específicos, que variam conforme a opção de curso.
Segundo dia – provas comuns a todos os candidatos:
Prova de Matemática: seis questões para os cursos das áreas de Ciências Exatas/Tecnológicas, quatro questões para os cursos das áreas de Ciências Biológicas/Saúde e quatro questões para os cursos das áreas de Ciências Humanas/Artes.
Prova Interdisciplinar: duas questões interdisciplinares de Ciências Humanas.
Segundo dia – provas de conhecimentos específicos, conforme a opção de curso:
a) Candidatos da área de Ciências Biológicas/Saúde: prova de Biologia com oito questões; prova de Química com seis questões.
b) Candidatos da área de Ciências Exatas/Tecnológicas: prova de Física com seis questões; prova de Química com seis questões.
c) Candidatos da área de Ciências Humanas/Artes: prova de Geografia com seis questões; prova de História com seis questões; prova de Filosofia com uma questão; prova de Sociologia com uma questão.
As provas serão aplicadas nas capitais Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Salvador e São Paulo e em outras 16 cidades paulistas: Bauru, Campinas, Guarulhos, Jundiaí, Limeira, Mogi Guaçu, Osasco, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Santo André, Santos, São Carlos, São José do Rio Preto, São José dos Campos e Sorocaba. A Comvest recomenda que os candidatos cheguem aos locais de prova com uma hora de antecedência. O acesso só é possível até 9h, horário de início da aplicação dos exames. Os candidatos têm até cinco horas para responder as questões, e o tempo mínimo de permanência em sala de aula é de duas horas.
Entre os dias 11 e 13 de dezembro, em Campinas, serão realizadas as Provas de Habilidades Específicas para os cursos de Arquitetura e Urbanismo, Artes Cênicas, Artes Visuais e Dança. A primeira chamada será divulgada em 24 de janeiro, e os convocados deverão efetivar a matrícula on-line nos dias 27 e 28 de janeiro, pelo site da Comvest. Outras datas e informações estão descritas no calendário do Vestibular Unicamp 2025, disponível também no site da Comvest.