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Atualidades

Instituições articulam parceria na área de tratamento de câncer

Acordo entre CNPEM, Unicamp e Ministério da Saúde prevê também produção de insumos

O reitor da Unicamp, professor Antonio José de Almeida Meirelles, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, e o diretor do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), Antonio José Roque, iniciaram na tarde desta terça-feira (17) negociações para o estabelecimento de uma parceria entre as instituições visando ao uso da protonterapia no tratamento de câncer. 

Mesa do encontro realizado ontem no Hospital de Clínicas da Unicamp: parceria no horizonte
Mesa do encontro realizado ontem no Hospital de Clínicas da Unicamp: parceria no horizonte

A protonterapia usa feixes de prótons para destruir células cancerígenas com um mínimo de danos aos tecidos saudáveis. O futuro acordo prevê, ainda, a produção de insumos para a medicina nuclear – uma especialidade que utiliza materiais radioativos a fim de diagnosticar e tratar doenças.

O reitor disse estar otimista quanto ao futuro da parceria. “Acho que juntos conseguimos formar uma frente forte pela inovação, na qual a saúde seja, talvez, o principal foco”, afirmou Meirelles. “São enormes as possibilidades do CNPEM. Além disso, a saúde é a maior área da Unicamp. A gente sabe do impacto social que isso poderá ter no nosso país.”

Segundo o diretor do CNPEM, um dos objetivos do centro é criar equipamentos de baixo custo que possam ser usados no sistema público de saúde, transformando a região de Campinas em um polo de desenvolvimento de equipamentos médicos.

“Eu fico muito feliz com essa parceria porque não faz sentido instituições como o CNPEM e a Unicamp não se alinharem de uma maneira muito estreita com o objetivo de resolver alguns dos problemas do país na área da saúde”, disse Roque.

Trindade afirmou que o Ministério da Saúde tem buscado aproximar-se das instituições de ensino superior.

“Ter o apoio das universidades é algo que temos buscado com muita força no ministério, e isso vem acontecendo por meio da construção de redes. A oncologia requer esse modelo de rede. Fazer isso e, ao mesmo tempo, articular o complexo industrial da saúde com tecnologias de ponta é tudo aquilo que o Ministério da Saúde tem proposto”, afirmou a ministra.

Observada pelo reitor Antonio José de Almeida Meirelles, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, fala durante o encontro de ontem no HC da Unicamp 
Antonio José Roque, diretor do CNPEM: ideia é desenvolver equipamentos de baixo custo que possam ser usados no sistema público de saúde

Para o prefeito de Campinas, Dário Saadi, que também participou do evento, qualquer iniciativa que resulte em uma ampliação do atendimento revela-se bem-vinda. “É importante saber que o Ministério da Saúde está ampliando o atendimento na oncologia. E essa parceria que o CNPEM selou na protonterapia é fundamental para nós”, disse. “Que Campinas possa se transformar em um centro no atendimento da população e na produção de tecnologia para a área da saúde – algo tão importante para um país como o Brasil.”

Hospital

A superintendente do Hospital das Clínicas (HC) da Unicamp, Elaine Ataíde, apresentou à ministra da Saúde um plano para construir, em Campinas, um centro oncológico voltado a adultos. O novo hospital, que ela chamou de Instituto Oncológico, atenderia uma região onde moram cerca de 7 milhões de pessoas e seria, nas palavras de Ataíde, uma forma de enfrentamento de problemas crônicos como a falta de leitos e de centros especializados.

De acordo com o projeto, o novo hospital poderia ampliar os diagnósticos e oferecer acompanhamento médico por meio do uso de novas terapias e novas tecnologias e, com isso, contribuir para a redução das filas de espera. 

O novo hospital atenderia o Departamento Regional de Saúde (DRS) de Campinas, o de São João da Boa Vista e o de Piracicaba.

Segundo dados apresentados pela superintendente, a pressão por atendimento no HC tem aumentado sem uma contrapartida da infraestrutura. O volume de internações, por exemplo, subiu de 11.535 em 2022 para 12.089 no ano passado. Na comparação com 2020, ano do início da pandemia de covid-19, o aumento foi de 21,4%. 

O número de sessões de radioterapia também aumentou: de 10.821 em 2022 para 11.111 no ano seguinte. E houve um crescimento da quantidade de atendimentos laboratoriais e de exames de imagem. De acordo com os dados, ao menos 250 pessoas estão hoje na fila de espera para tratamento médico no DRS-Campinas.

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