Os impactos da inteligência artificial (IA) na educação e na permanência estudantil figuram entre os principais temas da II Jornada de Formação Pedagógica dos Colégios Técnicos, aberta nesta segunda-feira (3), no Centro de Convenções da Unicamp.
O evento, que reúne professores do Colégio Técnico de Campinas (Cotuca) e do Colégio Técnico de Limeira (Cotil), ambos ligados à Universidade, mobiliza especialistas para debater o uso da IA em sala de aula. Pretende-se assim abordar os efeitos da nova tecnologia na forma e no conteúdo das disciplinas. A jornada discutirá, ainda, questões como um projeto de autorregulação dos colégios e metodologias para a educação profissional.
Segundo a professora Cristiane Megid, da Diretoria Executiva de Educação Básica e Técnica (Deeduc) da Unicamp, o evento visa fortalecer o processo de formação continuada de professores, além de aprofundar a aproximação entre os dois colégios e a Universidade e entre os colégios e organismos externos.
A jornada deste ano, afirmou Megid, abordará dois grandes temas: o professor Matheus Souza, da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (Feec), e o pós-doutorando do Instituto de Computação (IC) Roberto Oliveira falarão sobre a IA na educação.
A Deeduc diz que essa frente atende à questão do aperfeiçoamento da formação docente. “Hoje existe uma demanda muito grande entre os professores para aprender o funcionamento e conhecer as potencialidades da inteligência artificial aplicada à educação e, para isso, fizemos uma parceria com o GGTE [Grupo Gestor de Tecnologias Educacionais da Unicamp]”, conta Megid.
Na terça-feira (4), no campus de Limeira, o professor Gustavo Peltzer, do Instituto Nacional de Educação Tecnológica (Argentina), e o professor Carlos Leston, da Escuela Média Técnica da Universidade de Buenos Aires (Argentina), discutirão questões relativas à permanência estudantil e às metodologias para a educação profissional.
“A permanência estudantil continua sendo um grande desafio para os colégios. Mas nós entendemos que o ensino de excelência envolve, antes de tudo, a inclusão”, reforça Megid.
Também na terça-feira (4), em Limeira, as professoras Soely Polydoro e Camila Fior, ambas do Departamento de Psicologia Educacional da Faculdade de Educação (FE), apresentarão um projeto de autorregulação nos colégios técnicos.
Para o reitor da Unicamp, professor Antonio José de Almeida Meirelles – que participou da abertura da jornada –, um dos grandes desafios da Universidade é atender as demandas diretas da população. “E nós temos consciência de que os colégios fazem isso de forma exemplar. Aliás, os colégios técnicos são o orgulho da Unicamp”, afirmou o reitor. “A Universidade já mostrou que é inclusiva, com qualidade.”
Também participaram da cerimônia de abertura os diretores Luiz Seabra (Cotuca) e Augusto César da Silveira (Cotil). Logo de início, Megid pediu um minuto de silêncio em homenagem aos professores Marcelo Corbini (Cotil) e Ralf Giesse (Cotuca), que faleceram neste mês.