A cientista social, antropóloga e demógrafa Gláucia Marcondes assumiu, nesta segunda-feira (26), o cargo de coordenadora do Núcleo de Estudos de População Elza Berquó (Nepo), uma unidade da Unicamp voltada para a pesquisa interdisciplinar e multidisciplinar na área de demografia. Marcondes, que substitui a pesquisadora Maísa Faleiros, comandará o órgão por um período de quatro anos, de 2025 a 2029.
“Reafirmo o compromisso de me manter fiel a uma história de muitas lutas e conquistas para a construção deste espaço, desta casa, um dos pilares institucionais da demografia no Brasil”, disse Marcondes em seu discurso de posse.
A nova coordenadora do Nepo lembrou que o núcleo completa 43 anos neste dia 27 de maio e que ela própria chega em 2025 a 30 anos de atuação na área, na Unicamp. “Em um tempo em que adversidades de todas as ordens atingem cientistas e instituições científicas, aqui e globalmente, se faz ainda mais urgente continuarmos com aquilo que nos move: lançar luzes sobre as incertezas”, afirmou.



O reitor da Unicamp, Paulo Cesar Montagner – que esteve presente na cerimônia de transmissão do cargo –, chamou a atenção para a importância dos estudos produzidos no Nepo. “Não há tema mais relevante no mundo do que aquele que trata do estudo das populações”, disse. “Sem isso, a gente não sabe para onde vai”, acrescentou. “Esses estudos são fundamentais para que se possa estabelecer políticas de saúde, por exemplo.”
A coordenadora da Coordenadoria de Centros e Núcleos Interdisciplinares de Pesquisa (Cocen) da Unicamp, Raluca Savu, lembrou que o Brasil e o mundo enfrentam profundas transformações demográficas de dimensões sociais, políticas, econômicas e ambientais. “E, neste contexto, os estudos do Nepo são fundamentais”, afirmou.
Faleiros disse que encerrava sua gestão (2021-2025) com a sensação de dever cumprido. “Foram anos de aprendizado, de amadurecimento institucional e sobretudo de construção coletiva, evidenciando o compromisso do Nepo com a excelência acadêmica, a ética na pesquisa e a responsabilidade social quanto ao conhecimento que produzimos.”
E fez um alerta: “Nunca percamos de vista que a pesquisa não é um fim em si mesma. Ela é ponte, é farol, é compromisso com a transformação do mundo em um lugar mais ético e igualitário”.