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A Unicamp e a Petrobras assinaram nesta quarta-feira (28), em Campinas (SP), um acordo inédito de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) para impulsionar a cadeia de energia, óleo e gás no país. Com duração de três anos, o projeto que recebeu o nome de Enfuse (Entrepreneurship for Future and Sustainable Energy) é voltado à criação de startups de alta tecnologia, conhecidas como hard techs, no setor de energia.

A iniciativa busca desenvolver metodologias de gestão eficazes para um programa de formação de recursos humanos técnicos e de empreendedores que possa ser replicável em outras regiões do país. O objetivo é fortalecer o setor energético brasileiro – a cadeia nacional de fornecedores de alta tecnologia – fomentando o desenvolvimento de empresas de base científica e tecnológica que poderão fornecer soluções inovadoras para o setor.

Autoridades presentes na cerimônia de assinatura do acordo inédito entre Unicamp e Petrobras; o projeto recebeu o nome de Enfuse
Autoridades presentes na cerimônia de assinatura do acordo inédito entre Unicamp e Petrobras; o projeto recebeu o nome de Enfuse

A cerimônia de assinatura do acordo contou com a presença de Paulo César Montagner, reitor da Unicamp, de Júlio Cesar Leite, gerente geral de Gestão da Inovação na Petrobras, de Luciano Felipe de Carvalho Rodrigues, pesquisador em Inovação na Petrobras, de Ana Maria Frattini Filetti, pró-reitora de Pesquisa da Unicamp, de Renato Lopes, diretor-executivo da Inova Unicamp, de Ruy Quadros, professor do Departamento de Política Científica e Tecnológica (DPCT) do Instituto de Geociências (IG) da Unicamp, e de Marcelo Souza de Castro, diretor do CEPETRO e coordenador do projeto.

“É um orgulho para a Unicamp ser escolhida pela Petrobras para conduzir esse projeto de pesquisa, demonstrando o reconhecimento e o trabalho desenvolvido na Universidade. A nossa maior contribuição para a sociedade é o conhecimento gerado aqui. Dessa forma, por si só, esse projeto já tem um valor incalculável para a sociedade” disse Montagner. 

A cerimônia contou também com a presença de Adriana Flosi, Secretária de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação de Campinas, na ocasião representando Wanderley de Almeida, prefeito de Campinas em exercício, de Jullio Cesar Leite, gerente geral de gestão da inovação na Petrobras, de Luciano Felipe de Carvalho Rodrigues, pesquisador em inovação na Petrobras, de Ana Maria Frattini Filetti, pró-reitora de Pesquisa da Unicamp, de Renato Lopes, diretor-executivo da Inova Unicamp, de Ruy Quadros, professor titular do Departamento de Política Científica e Tecnológica (DPCT) do Instituto de Geociências da Unicamp, e de Marcelo Souza de Castro, diretor do Cepetro (Centro de Estudos de Energia e Petróleo) e coordenador do projeto.

“Nosso maior desafio é transformar pesquisa de ponta em soluções práticas para o setor. Se a metodologia se mostrar eficaz, ela poderá ser adotada em todo o país, ajudando o Brasil a se tornar um polo de desenvolvimento de empresas de tecnologias energéticas”, explica Castro, diretor do Centro de Estudos de Energia e Petróleo (CEPETRO) da Unicamp e coordenador do projeto de PD&I.

O acordo de pesquisa da Unicamp aprovado na chamada 1746/2024 da Petrobras será executado pelo Cepetro, em parceria com a Agência de Inovação da Unicamp (Inova Unicamp), o DPCT e a Fundação de Desenvolvimento da Unicamp (Funcamp).

O reitor da Unicamp, Paulo Cesar Montagner (à esquerda) e o gerente geral de Gestão da Inovação na Petrobras, Júlio Cesar Leite: startups de alta tecnologia
O reitor da Unicamp, Paulo Cesar Montagner (à esquerda) e o gerente geral de Gestão da Inovação na Petrobras, Júlio Cesar Leite: startups de alta tecnologia

Melhores práticas para a inovação em energia

A Unicamp foi selecionada pela Petrobras, entre 16 instituições de ciência, tecnologia e inovação (ICTs) do Brasil, para desenvolver o projeto inédito de PD&I. Além das metodologias em capacitações a serem desenvolvidas e testadas, o acordo planeja incluir a concessão de bolsas acadêmicas, a incubação de soluções de base científica e tecnológica e a preparação de futuros fornecedores para a indústria nacional. O programa de gestão e desenvolvimento dessas startups será integrado à formação de graduação e pós-graduação da Universidade, com ensino de empreendedorismo tecnológico e gestão da inovação.

“Apesar do forte investimento em pesquisa no setor de energia, há um descompasso na geração de startups: das 870 deep techs no Brasil, segundo estudo da Emerge, apenas 5% atuam com energia, a maioria concentrando-se em saúde e agricultura. Esse paradoxo – de muito investimento e pouca criação de fornecedores nacionais baseados em ciência no setor – é o que queremos enfrentar”, observa o professor Ruy Quadros, do Instituto de Geociências (IG) da Unicamp, responsável pelo diagnóstico e mapeamento de ecossistemas de inovação dentro do projeto.

O pioneirismo e a experiência acumulada em inovação e empreendedorismo tecnológico da Unicamp serão pilares essenciais do projeto. A Agência de Inovação Inova Unicamp, que será responsável pela capacitação e incubação de negócios, também estará envolvida. A Agência foi fundada em 2003 e é responsável pela gestão do Parque Científico e Tecnológico da Unicamp e pela Incubadora de Empresas de Base Tecnológica (Incamp). Também atua de forma integrada na proteção da propriedade intelectual, na transferência de tecnologias, em parcerias universidade-empresas e na comunicação especializada para a promoção da cultura da inovação e empreendedorismo.

“O programa de incubação da Incamp já apresenta taxa de sobrevivência acima de 61,9% das startups graduadas ao longo de seus 23 anos, e de 77,4% quando falamos apenas nas deep techs. Esses números são muito superiores à média nacional, que, segundo a Fundação Dom Cabral, é de apenas 25% após 13 anos. Com essa iniciativa, esperamos fortalecer esse histórico, sistematizar e otimizar nossas estratégias, e expandir a metodologia para outras instituições”, afirma o professor Renato Lopes, diretor-executivo da Inova Unicamp, que lidera a etapa de tutoria e incubação de startups.

O reitor da Unicamp Paulo Cesar Montagner discorreu sobre a importante contribuição para a sociedade
O reitor da Unicamp Paulo Cesar Montagner discorreu sobre a importante contribuição para a sociedade

Formação de empreendedores e startups

Ao longo de três anos, espera-se que o programa forme empreendedores com potencial para criar soluções reais para o setor de energia — desde a indústria de óleo e gás até fontes renováveis como o hidrogênio. Além de fomentar o empreendedorismo tecnológico, o projeto também poderá influenciar políticas públicas.

A primeira fase do programa prevê a seleção de 50 participantes — entre alunos de graduação, pós-graduação e empreendedores de diversas regiões do Brasil — distribuídos em grupos que testarão diferentes abordagens de formação. Parte do trabalho inclui visitas a ecossistemas de inovação de referência em países como Estados Unidos, China, Noruega, entre outros, bem como ecossistemas nacionais, para mapear boas práticas e adaptá-las à realidade brasileira.

“Vamos analisar ecossistemas nacionais e internacionais para identificar melhores práticas e modelos de sucesso, mas também barreiras legais que dificultam o empreendedorismo no Brasil. Com essa análise comparativa, podemos sugerir melhorias na legislação, visando um ambiente mais favorável à inovação e ao desenvolvimento de novas empresas”, explica a professora Ana Frattini, pró-reitora de pesquisa da Unicamp, que participou do desenvolvimento do projeto.

Transição energética

Além de fortalecer a cadeia nacional de fornecedores e contribuir para as metas de conteúdo local estabelecidas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o acordo de PD&I deve contribuir para a transição energética e o incentivo às soluções baseadas em novas energias, alinhado ao compromisso brasileiro de alcançar as metas de sustentabilidade do setor energético e aos objetivos globais para a transição para uma economia de baixo carbono.

Ao fim de três anos, espera-se a entrega de uma metodologia validada para formação de empreendedores e um diagnóstico robusto do ecossistema nacional. A proposta poderá ser escalada para investimentos ainda maiores, com a criação de hubs regionais de inovação no setor energético, um celeiro para startups de energia.

Matéria publicada originalmente no site da Inova Unicamp.

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