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Centro Regional de Meteorologia entra em operação na Unicamp

O órgão reunirá imagens, dados pluviométricos e da Defesa Civil de cada município da Região Metropolitana de Campinas

Painel mostra imagens captadas pelo radar que passa a operar em espaço no Cepagri, da Unicamp
Painel mostra imagens captadas pelo radar que passa a operar em espaço no Cepagri, da Unicamp

O Centro Regional de Meteorologia (CRMet), um serviço exclusivo para Região Metropolitana de Campinas (RMC), entrou em operação na Unicamp. Instalado no Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri), o CRMet começou a processar as imagens produzidas por um radar que identifica eventos extremos. O equipamento, adquirido no ano passado, fornecerá informações referentes ao clima que se somarão às disponibilizadas pelos municípios da RMC. 

De acordo com a meteorologista do Cepagri Ana Ávila, 11 dos 20 municípios da região já iniciaram o processo de integração com o sistema. A expectativa, segundo Ávila, é que, em pouco tempo, todas as áreas de risco dos municípios da região metropolitana estejam integradas ao CRMet.

“Já é possível ver a quantidade de chuva em cada município e visualizar as áreas de risco. Os pluviômetros nos mostram o volume de chuva em tempo real”, disse. Por meio de cores, o sistema identifica as chuvas como forte, moderada ou fraca. “A gente ainda precisa da informação de todos os municípios para fazer a construção e operacionalizar, mas, sim, já existe a base.”

O centro reunirá imagens, dados pluviométricos e informações da Defesa Civil de cada município da RMC com o intuito de monitorar a formação de eventos meteorológicos extremos, gerar alertas em tempo integral e manter o funcionamento da Rede de Alerta de Desastres. O CRMet também ficará integrado aos sistemas estadual e federal de monitoramento meteorológico.

Diretor executivo da Agência Metropolitana de Campinas (Agemcamp), o coronel Eliziário Ferreira Barbosa afirmou que o órgão adquirirá 20 estações meteorológicas, a serem instaladas nos municípios da região.

Esses equipamentos, disse, abastecerão o CRMet com informações, somando-se às imagens e aos dados captados pelo radar regional e por outros sistemas similares instalados no Estado de São Paulo. A compra do radar meteorológico, a principal ferramenta do centro, viabilizou-se com recursos obtidos pela Agemcamp e com o auxílio da Unicamp. 

Diretora da Divisão de Resposta da Casa Militar e da Defesa Civil de São Paulo, a major Michele César afirmou que a região de Campinas encontra-se em um estágio avançado no processo de estruturação de sistemas para enfrentar eventos climáticos extremos e defendeu uma integração rápida do CRMet com os sistemas estaduais.

Microexplosão

Para lembrar o evento extremo registrado em Campinas nove anos atrás e chamado então de “microexplosão”, o Cepagri organizou o workshop Eventos Meteorológicos Extremos: Como a Região Metropolitana de Campinas Vem se Preparando. O encontro, que contou com a colaboração do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Campinas (CDRMC) e da Defesa Civil do Estado de São Paulo, reuniu especialistas em questões climáticas e representantes da Defesa Civil dos municípios da região. O evento foi organizado também pelo Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Campinas (CDRMC) e pela Defesa Civil do Estado de São Paulo.

O coordenador do Cepagri, David Lapola, lembrou que, em 28 de março de 2004, um furacão atingiu o Estado de Santa Catarina, no primeiro episódio do tipo registrado no Brasil, e citou também a microexplosão registrada em Campinas, em 5 de junho de 2016. 

“O que esses fenômenos têm em comum, além do fato de serem inéditos até então?”, perguntou. “Talvez representem um padrão que teremos a partir de agora. Por isso, precisamos estar preparados.” 

O reitor em exercício da Unicamp, professor Fernando Coelho, disse ser muito importante que a Universidade participe desse tipo de discussão, ocupando uma posição de protagonismo. Segundo Coelho, as mudanças climáticas são uma realidade e a Universidade pode ajudar na busca por soluções.

“A Universidade tem que se juntar à sociedade para buscar soluções que possam permitir nos adaptarmos às novas condições, que são extremamente severas, muito graves, e que representam um risco enorme para a sobrevivência da espécie humana no planeta”, afirmou. 

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