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Audiência pública pede mais leitos e investimentos na saúde da região de Campinas

Organizada pela deputada Bruna Furlan, o encontro teve como objetivo fazer um diagnóstico do setor nos 42 municípios que compõem o DRS-VII

Uma audiência pública promovida pela Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) na manhã desta quinta-feira (12), na Unicamp, reafirmou a necessidade de ampliação do número de leitos e pediu um maior investimento na rede pública de assistência regional, responsável pelo atendimento de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).

Organizada pela deputada Bruna Furlan (PSDB), presidente da comissão, a audiência teve como objetivo fazer um diagnóstico do setor nos 42 municípios que compõem o Departamento Regional de Saúde VII (DRS-VII). Realizada no auditório do Instituto de Otorrinolaringologia & Cirurgia de Cabeça e Pescoço (IOU) da Unicamp, a reunião contou com a participação de parlamentares, secretários municipais de saúde e profissionais e servidores da área da saúde de Campinas e região.

“Nós temos uma deficiência de leitos significativa”, alertou o diretor do DRS-VII, Fábio Curi. “Seguramente outras regiões do Estado estão mais bem amparadas do que nós no que se refere à complexidade.” Curi disse reconhecer “a importante melhora” verificada nos últimos anos em relação ao financiamento da área, mas lembrou que as filas nas especialidades e a superlotação na urgência e emergência ainda persistem.

O secretário de Saúde de Campinas, Lair Zambon, reforçou a ideia da defasagem. “O município está sobrecarregado”, afirmou. Segundo Zambon, em 2021, a população que depende do SUS em Campinas somava 650 mil pessoas. Hoje, chega a 875 mil. “Além disso, em três anos, triplicou o volume de demandas judiciais contra a prefeitura.”

“Temos um déficit grave de leitos. E o que é pior: não temos de onde mais comprar”, alertou o secretário, lembrando que, antigamente, o governo federal cobria 70% dos gastos do município com a saúde. “Hoje, isso se inverteu. Para que vocês tenham uma ideia, Campinas paga, hoje, 77% dos custos do município com a saúde.”

O diretor da Diretoria Executiva da Área da Saúde (Deas) da Unicamp, Luiz Carlos Zeferino, lembrou que o Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp dispõe de menos leitos na comparação, por exemplo, com os similares de Ribeirão Preto e Rio Preto, apesar de ser referência para uma população maior.

O diretor da DRS 7, Fábio Curi, a deputada Bruna Furlan e o secretário municipal de Saúde, Lair Zambon: ampliação do número de leitos
O diretor da DRS 7, Fábio Curi, a deputada Bruna Furlan e o secretário municipal de Saúde, Lair Zambon: ampliação do número de leitos

A superintendente do HC, Elaine Ataíde, por sua vez, disse que a região precisa de um hospital oncológico.

Segundo os especialistas, a construção de um hospital regional em Campinas, como anunciado na primeira semana de junho pelo governador Tarcísio de Freitas, ajudará, mas ainda não resolverá os problemas relacionados ao excesso de demanda. Segundo o governador, a licitação para a construção do novo hospital deve ser lançada no segundo semestre.

O reitor da Unicamp, professor Paulo Cesar Montagner, que participou da audiência, afirmou que a área da saúde da Universidade tem muitos desafios pela frente. Montagner lembrou, por exemplo, que o modelo adotado pela Unicamp é diferente do das outras duas universidades públicas estaduais – a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp). Na Unicamp, o custeio do hospital sai do orçamento da própria instituição.

A superintendente do HC, Elaine Ataíde, o reitor Paulo Cesar Montagner e o diretor da DEAS, Luiz Carlos Zeferino: sistema cada vez mais ágil
A superintendente do HC, Elaine Ataíde, o reitor Paulo Cesar Montagner e o diretor da DEAS, Luiz Carlos Zeferino: sistema cada vez mais ágil

“Esse é um tema importante que precisamos discutir. Precisamos discutir sobre as alternativas de futuro para que a gente possa tornar nosso sistema de saúde cada vez mais forte e ágil, no sentido de ter o melhor e poder oferecer um serviço melhor à população”, disse o reitor, que reafirmou a intenção de manter o Hospital Estadual de Sumaré (HES) sob a administração da Unicamp.

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