
Com o plantio de uma muda de aldrago ao lado da Escola de Educação Corporativa (Educorp) da Unicamp, estudantes da Disciplina Emergência Climática e do projeto de extensão Laboratório Indígena da Unicamp encerraram simbolicamente o semestre letivo.
A iniciativa, realizada com o apoio de diversos setores da Universidade, representou um gesto coletivo diante da emergência climática e reafirmou o compromisso com a justiça climática, o cuidado com a terra e a valorização dos conhecimentos ancestrais.
O ato simbólico contou com a participação da Pró-Reitoria de Graduação (PRG), da Prefeitura Universitária, do Programa Engenharia para o Desenvolvimento Sustentável (Prods), da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM), da Comissão Assessora de Mudança Ecológica e Justiça Ambiental (Cameja), da Educorp, do Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético (Nipe), de estudantes da graduação e de estudantes de pós-graduação, além de docentes e servidores técnico-administrativos da Unicamp.
A planta escolhida foi a aldrago, uma árvore nativa originalmente encontrada nos Estados da Bahia, de Minas Gerais, do Paraná e de São Paulo, cujo nome científico é Pterocarpus violaceus.
A professora Sonia Regina de Cal Seixas, coordenadora da Cameja e pesquisadora do Nipe, destacou o peso simbólico e o compromisso com o planeta representados pelo plantio da árvore, realizado no encerramento da Disciplina Emergência Climática. Para Seixas, a iniciativa significa um sinal de esperança, consciência e ação concreta diante dos desafios climáticos.

“O plantio da árvore marca mais do que o encerramento deste semestre da Disciplina Emergência Climática. Esse plantio é, além de um belo gesto simbólico de compromisso com o planeta, uma forma de fincar raízes no solo e deixar um sinal de esperança, consciência e ação concreta diante dos desafios climáticos. Aproveito para agradecer aos colegas da Cameja, aos docentes da disciplina, à Amasa Ferreira, que coordenou a disciplina neste semestre, ao Josué Labaki e à Suzana Regina Moro, que tornaram possível a concretização desse trabalho na Faculdade de Engenharia Mecânica, e ao Matheus da Silva Marcheti Martins, da Educorp, por ter nos auxiliado na integração dos servidores técnico-administrativos da Unicamp com a disciplina, junto aos estudantes de graduação e pós-graduação. Que nossa árvore cresça e que, assim como a disciplina, possa dar excelentes frutos.”
A professora Amasa Carvalho, participante do Programa Professor Especialista Visitante (PPEV) da PRG, também ressaltou o plantio como um ato simbólico de cuidado e compromisso com a justiça climática. Segundo a professora, o momento representa a construção coletiva de saberes, afetos e ações diante da emergência climática.
“Plantar é um ato de cuidado. De enraizar aquilo que queremos ver crescer: a justiça climática, a conexão com a terra, a escuta entre saberes, o compromisso com o futuro. Este momento também simboliza tudo o que construímos juntos: encontros, reflexões, afetos e aprendizados que ficam. Cada muda plantada hoje é também uma semente de resistência e esperança para o futuro da Universidade e da conscientização quanto ao combate à emergência climática. Vamos continuar regando, nutrindo e transformando, com afeto, coragem e ação! Começando agora! Vamos plantar?”

Para o estudante de engenharia civil Geverson Rivas Povo Baré, participante do Laboratório Indígena de Sustentabilidade, o ato simbólico foi vivido com profundidade e consciência coletiva, unindo diferentes representações — indígenas, estudantes, professores e servidores — em um gesto de protagonismo e elaboração de soluções diante da crise climática, valorizando o saber indígena e o compromisso com o cuidado e a preservação da Terra.
“Hoje a gente fez esse ato simbólico. Mas, para mim, não foi só simbólico, foi muito profundo. Eu digo assim: ‘Nós fomos protagonistas disso, de presenciar, de fazer esse primeiro ato sobre essa ciência, sobre esse debate, sobre algo tão delicado’. É o empoderamento do poder coletivo, com várias representatividades, professores, estudantes, setores da prefeitura. A gente fez isso de forma consciente, com o saber colocado ali, debatendo o clima. Não só como vítimas das mudanças, mas como quem pensa soluções. Porque o homem é ganancioso, pensa só no que rende para ele. E isso bate de frente conosco , como indígenas, que temos o compromisso de cuidar, preservar, prolongar.”
Disciplina Emergência Climática
Idealizada pela Cameja — um dos braços da Diretoria Executiva de Direitos Humanos (DEDH) da Unicamp —, a disciplina sobre emergência climática passou a integrar o Prods, um programa de extensão da FEM.
Oferecida pela primeira vez em 2024 como projeto-piloto, a disciplina pretende formar estudantes de maneira crítica e interdisciplinar, orientando-os para agir diante da crise climática. A proposta visa preparar profissionais capazes de responder aos desafios do século 21 em alinhamento com as diretrizes da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco, na sigla em inglês) e do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês).