A Unicamp sediou, nesta terça-feira (12/8), a cerimônia de premiação regional da 19ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), edição de 2024. Essa é a maior olimpíada científica do país, tendo alcançando 99,89% dos municípios brasileiros e mais de 18 milhões de estudantes de instituições públicas e privadas neste ano. No evento, durante a manhã, foram entregues 82 medalhas de prata, bronze e ouro aos alunos que foram medalhistas nacionais. Também foram entregues prêmios a escolas e professores.

A premiação foi dividida em quatro períodos (manhã e tarde do dia 6 e do dia e 12/8), a fim de reconhecer individualmente o mérito dos 355 medalhistas nacionais provenientes da Regional SP05, que abrange 68 municípios da região de Campinas, Piracicaba e adjacências. “Cada número é uma história de esforço e de crença na educação. A OBMEP é uma política pública muito poderosa e estratégica que democratiza o acesso à educação matemática e revela talentos em cada canto do Brasil”, ressaltou Samuel Rocha, coordenador regional da OBMEP e professor do Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (Imecc) da Unicamp.
André Paschoalino Mengue, de 16 anos, é aluno do 1º ano do curso de Informática do Colégio Técnico de Campinas (Cotuca) da Unicamp e recebeu medalha de ouro na 19ª OBMEP. Segundo Mengue, ter um bom conhecimento básico da matemática influenciou no seu resultado. “Não é uma prova como a da escola, é uma prova lógica. Ela tenta achar talentos que não têm, necessariamente, muito conhecimento prévio. É um despertar para as pessoas buscarem esse conhecimento”. Parte dos medalhistas recebeu o reconhecimento na Cerimônia Nacional de Premiação, realizada no Rio de Janeiro, no dia 30 de junho, acompanhados pela equipe regional da competição.


Aluno do 3º ano da Escola Estadual Professor Antônio Vilela Júnior, Pablo de Sousa Coelho, de 18 anos, recebeu sua segunda medalha de bronze na 19ª OBMEP. A primeira, ele conquistou ainda no 9º ano do Ensino Fundamental. “É sempre emocionante ser reconhecido. Eu gosto da sensação de conseguir superar um problema, fico orgulhoso de mim mesmo quando consigo resolver um exercício”, contou o jovem, que pretende cursar medicina.
“Acho que a matemática tem a magia da interdisciplinaridade, ela conecta todas as ciências”, afirmou Mariana H. A. Ichiba, de 13 anos, que tem o sonho de estudar engenharia aeronáutica. A jovem conquistou medalha de prata como aluna do 8º ano do colégio Oficina do Estudante. Também medalhista de prata, Maria Clara C. L. Garcia, 13 anos, se surpreendeu com o resultado. “A segunda fase exigiu mais de mim, dei o meu melhor para atingir esse resultado”. A aluna do 8º ano do Colégio Progresso Campineiro acredita que a OBMEP pode ajudá-la a ingressar na universidade e realizar o desejo de cursar arquitetura.



Olimpíadas abrem oportunidades
Conforme Rocha, a olimpíada é um ponto de partida que permite acessar muitas oportunidades acadêmicas e profissionais. Por exemplo, os medalhistas são convidados a participar do Programa de Iniciação Científica Jr., uma rede nacional de professores dedicada a aprofundar o estudo da matemática, por meio de aulas semanais aos sábados. Em Campinas, esse projeto é coordenado pelo professor do Imecc Ricardo Biloti, também presente na cerimônia.
Além disso, o professor Rafael Maia – representando a Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest) – lembrou que a Unicamp dispõe de um processo seletivo específico para participantes de olímpiadas de conhecimento com oferta de vagas em diferentes cursos de graduação, o edital de Vagas Olímpicas. “Ele pode ser a porta de entrada para uma universidade pública de excelência como a Unicamp. Esse é o nosso jeito de reconhecer formalmente o mérito acadêmico e incentivar a continuidade da trajetória desses jovens na vida universitária”.
Representando a Reitoria da Unicamp, a pró-reitora de Graduação, Mônica Cotta, mencionou a importância das escolas estarem engajadas com o futuro dos alunos e das estruturas que permitem aos jovens alcançarem seu potencial, a exemplo da OBMEP. “Os caminhos que temos na nossa vida passam necessariamente pela educação. Isso é algo que precisamos valorizar porque o conhecimento é a chave para que a humanidade possa persistir. Muito do que temos hoje vêm do trabalho, dedicação e esforço de pessoas que olharam para a ciência”.

O diretor do Imecc, Ricardo Miranda martins, destacou que a OBMEP nasceu em 2005 como um projeto ousado e abriu caminho para muitas olimpíadas nacionais amplas no país. Pontuou, também, que a competição vai além da matemática, premiando escolas com kits esportivos, por exemplo. “É um projeto que se tornou muito maior do que quando foi criado e impulsionou muitas outras coisas na educação brasileira”
Também participaram da Mesa de Honra do evento o diretor da Escola de Extensão da Unicamp (Extecamp), Guilherme Castilho, que representou a Pró-Reitoria de Extensão, Esporte e Cultura (Proeec); o professor Gilson Silva, representando a Diretoria de Ensino Campinas Oeste; e a professora Eliana Souza, representando a Secretaria de Educação da Prefeitura Municipal de Campinas.
A OBMEP é um projeto criado em 2005, realizado pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) e promovido com recursos do Ministério da Educação (MEC) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Em 2024, participaram mais de 56 mil escolas públicas e privadas de todas as regiões do país, totalizando mais de 18 milhões de estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio. A competição é composta por duas fases, uma objetiva e outra discursiva. São premiados os estudantes mais bem classificados.
Foto de capa:
