A Diretoria Executiva de Tecnologia da Informação e Comunicação (Detic) lançou, nesta quarta-feira (10), o Centro de Referências em Tecnologia de Inteligência Artificial (Crefia) – órgão que terá, como função, oferecer apoio direto à comunidade interna em projetos, programas ou protocolos que envolvam o uso da IA na Universidade. O centro será coordenado pelo professor Leonardo Tomazeli e foi estruturado em quatro grandes eixos: capacitação e difusão da Inteligência Artificial (IA) na Universidade; apoio à governança e à regulação; infraestrutura e serviços; e uso de IA nos processos e práticas da Universidade.
“O nosso Centro está voltado para a comunidade. A Unicamp já conta com centros de pesquisa, grupos que atuam no ensino, ou fazem trabalhos de extensão. Nós, não. Nós somos IA voltada para a comunidade Unicamp”, conta o professor.
Tomazeli diz que a ideia é auxiliar em programas de capacitação que hoje são desenvolvidos por órgãos como a Educorp (Escola de Educação Corporativa) ou PRG (Pró-Reitoria de Graduação). “Queremos ajudar esses órgãos a planejar cursos, eventualmente auxiliar na formulação ou execução desses cursos”, explica. “Outro aspecto é fomentar iniciativas de unidades e órgãos que já usam IA em seus processos. Ou, ainda, auxiliar unidades que têm interesse em usar IA e não sabem como começar. Para isso, é só nos procurar”, avisa.
O professor conta que o Centro também quer fazer a difusão das tecnologias e oferecer esclarecimentos e orientações sobre regulação e uso. Dentro do eixo da Difusão, existe a possibilidade de se criar uma outra frente de trabalho, que seria a implementação de uma espécie de um observatório, que agruparia num mesmo espaço todas as iniciativas em IA que estão em desenvolvimento na Universidade.
O docente lembra ainda que o provável crescimento no uso de IA deverá levar a Universidade a readequar infraestrutura de máquinas e sistemas e, em breve, ampliar investimentos em capacidade computacional.
Para o professor, a Unicamp tem acompanhado o crescente uso da IA em pesquisas, no ensino, nas atividades de extensão e na gestão administrativa. “A Unicamp é um dos líderes no Brasil no uso de IA, mas esse conhecimento ainda está disperso pela Universidade”, avalia. “As universidades ainda estão tendo dificuldade em agregar todas as iniciativas, porque está acontecendo muita coisa, simultaneamente”, explica.
O lançamento do Crefia foi feito pela manhã, como uma das atividades do evento “Unicamp na Era da IA”, iniciado no dia 9.
Na abertura do segundo dia de trabalhos, a professora Milena Serafim, da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) ministrou palestra com o tema “Perspectivas e desafios das aplicações de IA na Administração Pública”.
A professora disse que um desafio grande está na infraestrutura existente no país e sua capacidade tecnológica. Lembrou também das dificuldades no fenômeno chamado de interoperabilidade – que é a capacidade de diferentes sistemas, dispositivos ou organizações trabalharem juntos – de forma integrada e coordenada -, trocando informações e as utilizando de maneira eficaz e segura.
O evento “Unicamp na Era da IA” termina nesta quinta (11) com várias palestras e mesas-redondas. Na abertura do último dia, a professora Danielle Biscaro, da Unesp, vai tratar da IA como ferramenta para a descoberta e desenvolvimento científico em biologia sintética.
Foto de capa:
governança e à regulação; infraestrutura e serviços e, uso de IA nos processos e práticas da
Universidade
