Cerimônia apresenta pesquisas vencedoras do V prêmio Unicamp-Instituto Vladimir Herzog

A cerimônia de premiação do “V Prêmio de Reconhecimento Acadêmico em Direitos Humanos Unicamp–Instituto Vladimir Herzog” (Pradh) acontecerá na próxima segunda-feira (15), a partir das 9 horas. O evento contará com seminário para apresentação e discussão das 13 pesquisas premiadas, além de homenagem a Erika Hilton, Padre Júlio Lancellotti e Célia Tupinambá.

A programação ocorrerá de forma on-line, com transmissão ao vivo no canal do Youtube do Instituto Vladimir Herzog e da Diretoria Executiva Direitos Humanos (DEDH) da Unicamp, e interpretação em Libras. Pela manhã, será feita a apresentação dos homenageados e a menção aos premiados — que receberão o troféu e diploma posteriormente em seus domicílios.

No período da tarde, entre 13h30 e 17h30, os autores farão a apresentação e a discussão com o público das pesquisas premiadas. “É muito interessante que a gente consiga reunir, no evento, todas as áreas — para deixar registrado que a Educação em Direitos Humanos cabe em todos os campos científicos, inclusive nas chamadas “ciências duras’”, ressalta a professora da Faculdade de Educação (FE) da Unicamp e coordenadora do Observatório de Direitos Humanos da Universidade, Heloisa Lins, que coordenou a Comissão Organizadora da edição 2025 do Prêmio.

Concorreram à premiação pesquisas acadêmicas de graduação e de pós-graduação concluídas em 2024, realizadas em universidades públicas do Estado de São Paulo em cinco categorias: ciências exatas, engenharia e tecnologia; ciências biológicas e da saúde; ciências humanas, sociais e econômicas; artes, comunicação e linguagem; e educação. 

Lins destaca também o engajamento social dos cerca de 50 docentes, de diferentes universidades brasileiras, que trabalharam voluntariamente nas comissões avaliadoras temáticas dos trabalhos.

Direitos humanos na academia

O “Prêmio de Reconhecimento Acadêmico em Direitos Humanos Unicamp–Instituto Vladimir Herzog” visa fortalecer o compromisso entre a universidade pública e a sociedade na defesa, direta ou indireta, dos direitos humanos das gerações do presente e do futuro.“A ideia é criar essa cultura de direitos humanos na área acadêmica, transbordando para o ambiente social — que, infelizmente, está muito habituado às violências todas, que têm tentado desmantelar o Estado Democrático de Direito”, defende a docente.

O reconhecimento acadêmico tem também o papel de legitimar os direitos humanos como um campo científico interdisciplinar — inserindo o tema, cada vez mais nos currículos. “Por exemplo, para combater o anti-intelectualismo que só faz aumentar os negacionismos, não só climáticos como históricos. É muito bonito ver estudantes querendo fazer uma ciência vinculada à cidadania e às possibilidades plenas de existência no planeta”.

A professora afirma, também, que percebeu um aumento de pesquisas com esse tema em diferentes áreas do conhecimento, além de uma compreensão de direitos humanos atrelados a direitos ambientais. “Epistemologicamente, percebo como um grande desafio trazer pesquisas que se sustentem em todas essas cinco áreas com a qualidade que vimos [nessa edição do prêmio]”.

Na edição de 2025, surpreendeu a queda no número de inscrições: foram 58 pesquisas avaliadas, ante 133 homologadas na edição de 2024. “Lamentavelmente, se analisarmos da primeira edição para cá, percebemos uma diminuição significativa”.

Lins argumenta que é preciso seguir avaliando para compreender melhor o fenômeno, mas que existe a possibilidade de adaptações para as próximas edições. Existe a intenção, por exemplo, de nacionalizar o Prêmio, expandindo as inscrições para pesquisas de todo o país.

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