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Encontro da Comunidade Métricas debate o papel social das universidades públicas paulistas

Unicamp apresenta seus avanços, com destaque para o trabalho desenvolvido no Escritório de Dados e Apoio à Transformação

O II Encontro Presencial da Comunidade Métricas reuniu reitores e representantes das seis universidades públicas paulistas na quarta-feira, 10 de setembro, na Universidade de São Paulo (USP). O coordenador-geral da Unicamp e reitor em exercício, Fernando Coelho, destacou o debate qualificado em torno do tema sobre qual o papel de uma universidade pública e seus impactos sociais na sociedade. “Foi uma reunião produtiva, conhecemos os avanços de cada um e debatemos como buscar formas e indicadores que vão nos permitir avançar”, afirmou.

Além da Unicamp e da USP, estiveram presentes a Universidade Estadual Paulista (Unesp), a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e a Universidade Federal do ABC (UFABC).

O secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação de São Paulo, Vahan Agopyan, reitor da USP entre 2018 a 2022, que abriu o evento, trouxe como proposta uma quarta missão para as universidades, a de propor políticas públicas transformadoras. Para o coordenador-geral da Unicamp, “o caminho é tornar as universidades mais presentes na sociedade, a partir de indicadores que permitam a criação de propostas de políticas públicas baseadas em dados, que tendem a ser mais assertivas”.

“As métricas podem nos ajudar a nos voltar para a sociedade”, continua Coelho, que enfatiza que o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Escritório de Dados e Apoio à Transformação (Edat), da Coordenadoria Geral da Universidade (CGU), tem desempenhado um papel fundamental na reunião de informações qualificadas. “O Edat está muito bem colocado, tem hoje uma densidade clara e robusta de dados sobre a universidade e pode contribuir. A reunião nos mostrou que estamos em um bom caminho, já que muito do que foi discutido nós já fazemos ou está em nosso radar”, contou.

Em sua fala, Agopyan lembrou que a pandemia da covid-19 foi um divisor de águas para as universidades, que enfrentaram a crise sanitária oferecendo soluções e informações confiáveis. Segundo Coelho, “na pandemia, as universidades se voltaram para a sociedade e foram trabalhar com a dor que era de todos, contribuindo com a geração de conhecimento e abrindo perspectivas para soluções. Temos que pensar em universidades que conversem mais com as comunidades, que reconheçam suas dores.”

O secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação de São Paulo, Vahan Agopyan, reitor da USP entre 2018 a 2022, abriu o evento
O secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação de São Paulo, Vahan Agopyan (em pé) e reitor da USP entre 2018 a 2022, abriu o evento (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

Desafio dos dados

A professora Priscila Rampazzo, assessora docente da CGU, que participou do evento, também destacou o papel do Edat. “Os seis escritórios de dados das universidades estão em diferentes níveis de maturidade, cada um nasceu de uma forma e eles se organizam de maneiras diferentes. A forma como a Unicamp se organiza é interessante pela proximidade com a CGU, o acesso às pró-reitorias facilita o planejamento estratégico. Os dados alimentam as  decisões”, afirma. Para Rampazzo, o desafio na governança de dados é “mensurar o impacto da pesquisa”. “Além dos números, é olhar de forma qualitativa.”

A assessora da CGU Silviane Duarte Rodrigues, da primeira turma de egressos do projeto Métricas, destaca que os escritórios de dados das seis universidades fazem reuniões bimestrais para fortalecer suas estruturas. “Pensamos de uma maneira em conjunto, compartilhando os pontos fortes e as dificuldades para melhorar a missão das universidades”, relata.

Durante a reunião, a universidade apresentou a campanha Conheça a Unicamp, que reúne banners físicos e virtuais com dados e informações institucionais, desenvolvida pela CGU, por meio do Edat, que produziu e interpretou dados para subsidiar a comunicação com a sociedade, a imprensa e o público interno, transformando análises e indicadores em materiais acessíveis, informativos e criativos.

Projeto Métricas

O Projeto Métricas nasceu de um estudo sobre indicadores de desempenho nas universidades estaduais paulista em 2017, com apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e liderado pelo ex-reitor da USP Jacques Marcovitch. A proposta inicial do projeto era aprimorar as métricas, estabelecer metas e, adicionalmente, melhorar a inserção das universidades brasileiras nas comparações internacionais.

Sete anos depois, o Métricas foi ampliado e passou a propor que a avaliação das universidades ultrapassasse os índices quantitativos de publicações e citações, indicadores frequentemente utilizados em rankings internacionais, e começasse a considerar o impacto benéfico das universidades na sociedade.

A atuação do projeto impulsionou a criação de escritórios de gestão de dados nas universidades e o desenvolvimento de uma cultura voltada para a gestão estratégica baseada na avaliação de indicadores de desempenho acadêmico.

Além das pesquisas desenvolvidas no âmbito do projeto, o Métricas oferece, anualmente, o Curso de Atualização em Métricas de Desempenho Acadêmico e Comparações Internacionais, destinado a lideranças e profissionais de gestão universitária e dirigentes de instituições de ensino superior e comunicadores de ciência.

Foto de capa:

O Projeto Métricas nasceu de um estudo sobre indicadores de desempenho nas universidades estaduais paulista em 2017
O Projeto Métricas nasceu de um estudo sobre indicadores de desempenho nas universidades estaduais paulista em 2017
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