Conteúdo principal Menu principal Rodapé
Atualidades Notícias

‘Elas na Engenharia’ celebra o número de ingressantes mulheres na FEM em 2025

O projeto de extensão mantém as atividades há dois anos de existência e incentiva meninas a seguirem carreira nas áreas de exatas

Em 2025, os cursos de graduação em Engenharia de Controle e Automação e Engenharia Mecânica tiveram um salto no número de ingressantes mulheres. Em 2023 e 2024, elas representavam cerca de 14% do total de ingressos, correspondendo a 26 mulheres em cada ano, em 2025 alcançando 20%, ou seja, 39 mulheres. Um aumento celebrado pelo projeto de extensão “Elas na Engenharia”, da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM), que tem a missão de inspirar mais meninas a seguirem carreira na área STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática). Além disso, a iniciativa também visa prestar apoio às alunas do curso, de modo a evitar a evasão, e capacitá-las para futuros cargos de liderança no campo profissional.

Esses dados foram apresentados pela professora Suzana Moro, que coordena o projeto junto com as docentes Carla Cavaliero, Ingrid Motta, Milla Gomes e Paula Farina e destacou que ambos os cursos sob a alçada da FEM estão entre os com menor participação feminina na Unicamp. Isso motivou a criação do “Elas” em 2024, que completa dois anos de existência neste mês.

A professora Suzana Moro — que coordena a iniciativa junto com as docentes Carla Cavaliero, Ingrid Motta, Milla Gomes e Paula Farina — destacou que a Engenharia Mecânica e a Engenharia de Controle e Automação estão entre os cursos com menor participação feminina na Unicamp, o que motivou a criação do projeto em 2024, que completa dois anos de existência neste mês.

A professora Suzana Moro coordena a iniciativa com outras docentes:  cursos com menor participação feminina
A professora Suzana Moro coordena a iniciativa com outras docentes: cursos com menor participação feminina

A iniciativa começou com seis alunas e, hoje, já conta com 44 estudantes envolvidas, e mais 25 que integram o SWE (sigla em inglês para Sociedade de Mulheres Engenheiras, uma organização internacional, não governamental e sem fins lucrativos). A Unicamp atua como afiliada local e tem a proposta de conectar alunas a engenheiras que já estão no mercado de trabalho e que servirão como referências profissionais, por meio de eventos, visitas técnicas e palestras. Na conferência WE Local, promovida pela SWE Brasil e realizada em Campinas no começo de outubro, o “Elas na Engenharia” recebeu o Prêmio Transformação Social.

No projeto de extensão, a relação com a comunidade acontece a partir de visitas às escolas, durante eventos como o Unicamp de Portas Abertas (UPA) e também via redes sociais. Nas escolas, as alunas extensionistas apresentam as diferentes formas de ingresso e permanência na Universidade e também um pouco das atividades desenvolvidas por estudantes de engenharia.

A coordenadora falou da alegria de o projeto influenciar positivamente futuras engenheiras e relembrou o caso de uma menina que, ao acompanhar o irmão à UPA 2024, pela primeira vez pensou em cursar engenharia, por se interessar pelas oportunidades de carreira que o campo oferece. 

Moro destacou, ainda, o papel do projeto na permanência das alunas. “Muitas vezes, elas começam a identificar que algumas situações que estão passando são diferentes das que os meninos estão passando [algum tipo de preconceito ou assédio]. Então, temos esse trabalho de direcionar para o espaço de acolhimento e de incentivar que essas meninas não fiquem caladas — com essa informação, a coordenação também pode tomar ações para mitigar isso”.

Motivação e integração

Letícia de Castro está cursando o 5º período de Engenharia Mecânica e participa do Elas na Engenharia desde a fundação. O interesse pela área tem influência da mãe, também engenheira, mas sua motivação é a solução de problemas, sejam sociais ou empresariais. “Acredito, fielmente, que pequenas mudanças podem mudar o mundo. Então, vi a possibilidade de aplicar um pouco dos conhecimentos de vida e aprendidos na universidade”.

A aluna falou que também experimentou na pele situações de preconceito ao não receber o devido reconhecimento por seu trabalho.  Para Castro, a participação no projeto lhe rendeu oportunidades de participar em congressos e de conversar com pessoas diferentes e influentes no ramo, além de desenvolver um posicionamento mais crítico diante das situações e uma nova visão sobre gestão. “É muito satisfatório você ver uma menina, que nunca havia pensado sobre estudar engenharia, decidir dar uma chance. Também dá muito prazer ver amigas que conseguiram estágio em uma empresa que fizemos visita técnica”.

Sofia Rodrigues está no 6º período do mesmo curso e relatou que só pensou em estudar engenharia depois da sugestão de um professor do ensino médio – apesar de possuir afinidade com as áreas de exatas e ter participado de diversas olimpíadas do conhecimento. “Talvez eu tinha medo de falar que eu queria fazer engenharia”.

Rodrigues ingressou, neste semestre, no “Elas na Engenharia” e espera oferecer esse mesmo apoio a outras meninas, para que não se sintam acuadas em um ambiente mais masculino. “Esse projeto é incrível porque você conhece muitas meninas que talvez não conheceria, por elas ficarem meio espalhadas [nos diversos períodos da graduação]. O projeto faz com que todas se juntem e se apoiem”. Segundo a discente, as professoras do curso e as colegas servem como motivação para seguir na área.

Evento celebrou dois anos de existência do projeto de extensão
Evento celebrou dois anos de existência do projeto de extensão

Celebração

Os dois anos de existência do projeto de extensão foi comemorado com um evento de aniversário na última quinta-feira (16). Na ocasião, a pró-reitora de Pesquisa (PRP), Ana Frattini, parabenizou a equipe pelos resultados alcançados e colocou a PRP à disposição para colaborar.

Frattini contou que também vivencia a experiência de conviver com mais homens do que mulheres na profissão. “Fico muito grata de ver que, hoje, temos associações como essas que facilitam a entrada das meninas e que ajudam cada uma de nós a nos valorizar e a sabermos que podemos chegar onde a gente quiser”.

A diretora associada da FEM, Katia Dedini, ressaltou, ainda, o ingresso recente de novas professoras na unidade e falou da importância desse projeto de extensão, lembrando-se da sua formação em Engenharia Mecânica na década de 1980. “Eu pensei em quanto desaforo aguentei, mas valeu a pena ter persistido, porque hoje tenho o prazer de chegar aqui e ver isso, é uma realização pessoal. Tenho muito orgulho das alunas de Engenharia Mecânica e de Controle e Automação. A palavra é resiliência, não desistam e realizem os sonhos de vocês”, relatou para os estudantes presentes.

Foto de capa:

A iniciativa começou com seis alunas e, hoje, já conta com 44 estudantes envolvidas, e mais 25 que integram o SWE (sigla em inglês para Sociedade de Mulheres Engenheiras)
A iniciativa começou com seis alunas e, hoje, já conta com 44 estudantes envolvidas, e mais 25 que integram o SWE (sigla em inglês para Sociedade de Mulheres Engenheiras)
Ir para o topo