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Atualidades Manchete

Congresso de Iniciação Científica chega à 33ª edição com recorde de inscrições

Nos três dias do evento, 1.499 pôsteres serão apresentados, com a participação de 1.661 alunos

A 33ª edição do Congresso de Iniciação Científica da Unicamp foi aberta nesta quarta-feira (22 de outubro) com recorde de inscrições. No total, 1.499 pôsteres serão apresentados nos três dias do evento, com a participação de 1.661 alunos (em 2024, foram 1.436 trabalhos e 1.593 estudantes). “A iniciação científica é muito proveitosa em todas as áreas, pois o aluno consegue ter a percepção exata do que quer e do que não quer na sua trajetória acadêmica. Eu, por exemplo, quando fiz minha iniciação, comecei na área de química e vi que preferia realmente a área de engenharia química. O importante é participar”, destacou a pró-reitora de Pesquisa, Ana Frattini. 

Da esquerda para a direita, a pró-reitora de Pesquisa, Ana Frattini, a coordenadora dos programas acadêmicos do CNPq, Lucimar Almeida e a pró-reitora de Graduação, Mônica Cotta
Da esquerda para a direita, a pró-reitora de Pesquisa, Ana Frattini, a coordenadora dos programas acadêmicos do CNPq, Lucimar Almeida e a pró-reitora de Graduação, Mônica Cotta

A pró-reitora de Graduação, Mônica Cotta, ressalta que a iniciação científica ajuda a dar perspectiva, além de oferecer ao aluno uma formação integral. “Nem sempre, nas disciplinas de graduação, o estudante aprende método científico, que é uma estrutura importante para produzir ciência. A iniciação ajuda a expandir a maneira de encarar um tema e de observar uma hipótese. O aluno investiga aquilo é verdadeiro, monta os resultados. Acredito que serve para muito na vida, até para definir se um namoro é tóxico ou se uma notícia é fake news, por exemplo.”

Além das apresentações dos trabalhos, os participantes contam ainda com uma programação de palestras
Além das apresentações dos trabalhos, os participantes contam ainda com uma programação de palestras

A coordenadora dos programas acadêmicos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Lucimar Almeida, que abriu a programação, ressaltou que, nesse ano, a Unicamp, após receber o prêmio de Mérito Institucional, ganhou mais 20 bolsas para seus alunos. “Hoje, o CNPq participa com 751 bolsas na Universidade. É um número relevante, mas sabemos que não é suficiente. Atualmente, no Brasil, temos 46.842 bolsas em andamento, mas a demanda é de quatro a cinco vezes maior”, afirmou.

E, para celebrar os 60 anos da Unicamp, a organização do evento optou por aumentar para 60 o número de pôsteres premiados. “Nesta edição, ao invés de 20 méritos científicos e 20 menções honrosas, serão 20 méritos científicos e 40 menções honrosas”, anunciou Frattini.

O estudante Fecfau Andrey de Paula Barbosa: mercado de carros elétricos
O estudante Fecfau Andrey de Paula Barbosa: mercado de carros elétricos

Sessões de pôsteres
As sessões de pôsteres, no Ginásio Multidisciplinar, começaram com as apresentações de Exatas e Tecnológicas, com 570 trabalhos. Nesta quinta-feira, foi a vez dos alunos de Artes e de Humanas, com 464 projetos, incluindo os estudantes de Ensino Médio que, nesta edição, participaram com 61 trabalhos. Na sexta-feira, o evento chega ao fim com a sessão da Biológicas, com 465 pôsteres.

Entre os alunos que estão apresentando trabalhos, está Andrey de Paula Oliveira Barbosa, da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (Fecfau), que elaborou um projeto que pode ajudar a incrementar o mercado de carros elétricos. “Estudei o impacto do consumo de energia dos carros elétricos no horário de pico, entre 19h e 21h, que pode afetar a rede elétrica, o sistema e o preço da tarifa de energia. Esse horário, por si só, já tem um alto consumo e, com a elevação do número de veículos em circulação, deve aumentar ainda mais. A proposta é uma solução de carregamento inteligente: o usuário coloca o carro na tomada, mas é o próprio veículo que identifica o melhor momento para carregar, quando a demanda está menor, como, por exemplo, de madrugada.”

A aluna da FEQ Nadyne Gianasi: curativo para regeneração da pele
A aluna da FEQ Nadyne Gianasi: curativo para regeneração da pele

Já a aluna Nadyne Gianasi, da Faculdade de Engenharia Química (FEQ), apresentou uma proposta nova de curativo para regeneração da pele. “Gosto muito da área biológica em aplicações médicas e, nesse trabalho, consegui estudar e reunir várias áreas em um projeto de um curativo produzido com microgéis, que usa óleos com custos mais baixos e é indicado para pacientes com problemas de cicatrização ou alergias. Com a bioimpressão, é possível imprimir o curativo no tamanho do ferimento”, explicou.

A estudante Livia Petroli Ferreira, do Instituto de Química (IQ), mostrou seus estudos com a bacabinha, uma palmeira amazônica cujos frutos são semelhantes ao açaí. “São frutos da mesma família, com propriedades antioxidantes, mas que se degradam facilmente depois de ingeridos. A partir do extrato fenólico, há o aumento da bioacessibilidade e da biodisponibilidade. Ainda precisamos de mais testes, mas, por sua cor rosa em tom forte, é possível transformar a bacabinha em um corante natural alimentício”, comentou.

A estudante do IQ Livia Petroli Ferreira: estudos com a bacabinha
A estudante do IQ Livia Petroli Ferreira: estudos com a bacabinha

Durante as sessões, avaliadores convidados pela Universidade conhecem os trabalhos e os alunos. “Recebemos os projetos com antecedência para uma avaliação prévia. Durante o congresso, interagimos com os alunos para ver o quanto eles se envolveram com a pesquisa”, comentou Ricardo Suyama, egresso da Unicamp e hoje professor de Engenharia de Informação da Universidade Federal do ABC (UFABC). Para o avaliador Marcelo Gehlen, professor do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP) no campus de São Carlos, “é um prazer constatar a qualidade do trabalho científico, mas avaliamos também o entusiasmo dos alunos e o esmero na preparação dos resumos”.

Palestras
Além das apresentações dos trabalhos, os participantes contam ainda com uma programação de palestras que, nesta edição, voltou-se para questões relacionadas à inteligência artificial. Na abertura, a pró-reitora de Pesquisa apresentou o resultado de um estudo sobre reciclagem de plástico que envolveu IA e segue em desenvolvimento, na palestra intitulada “Sons que permitem reciclar plásticos: a IA na escuta”.

Nesta quinta, o professor Marko Synésio Alves Monteiro, do Instituto de Geociências (IG), compareceu com a palestra “Algoritmos têm política? Reflexões sobre as relações entre ciência, tecnologia e sociedade”. No encerramento, nesta sexta-feira, o professor Rodolfo de Carvalho Pacagnella, da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), falará sobre “Potência algorítmica, propósito humano: o caminho para uma IA significativa na área da saúde”.

Foto de capa:

No total, 1.499 pôsteres serão apresentados nos três dias do evento, com a participação de 1.661 alunos (em 2024, foram 1.436 trabalhos e 1.593 estudantes)
No total, 1.499 pôsteres serão apresentados nos três dias do evento, com a participação de 1.661 alunos (em 2024, foram 1.436 trabalhos e 1.593 estudantes)

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