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Unicamp bate recorde com 1.515 empresas-filhas ativas no mercado, 12,3% a mais em relação a 2024

Nove a cada dez empresas fundadas por pessoas que têm ou tiveram vínculo com a Unicamp estão localizadas no Sudeste; juntas, essas empresas faturaram R$ 28,3 bilhões e geraram 54.524 postos de trabalho diretos

A Agência de Inovação da Universidade Estadual de Campinas (Inova Unicamp) registrou 1.758 empresas-filhas cadastradas em seu mapeamento deste ano, sendo 1.515 empresas ativas no mercado, o que representa um aumento de 12,3% em relação a 2024. Juntos, esses empreendimentos ativos empregaram diretamente 54.524 pessoas e faturaram R$ 28,3 bilhões em 2025.

As informações estão no Relatório de Empresas-filhas da Unicamp 2025, publicado pela Inova Unicamp nesta quinta-feira (6/11). O documento reúne o mapeamento e o cenário desses negócios, mensurando o impacto gerado pelos empreendimentos, cujos fundadores possuem vínculo com a Universidade, seja como alunos, egressos, docentes ou funcionários, além de empresas spin-off acadêmicas e negócios incubados na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp (Incamp).

As informações são coletadas de forma voluntária junto às empresas-filhas, que se cadastram para compor o ecossistema da Unicamp, conforme explica o professor Renato Lopes, diretor-executivo da Agência de Inovação da Unicamp.

“O Relatório de Empresas-filhas da Unicamp 2025 é o resultado de um longo e contínuo trabalho da Inova. Desde 2006, nosso objetivo tem sido mapear, cadastrar e analisar o desenvolvimento desses empreendimentos, não apenas para medir seu impacto, mas também para fomentar ativamente a comunicação e a integração da Universidade com toda sua rede de empresas-filhas, sendo que desde 2020 passamos a publicar os dados e análises em formato de relatório”, explica Lopes.

O acesso ao relatório das Empresas-Filhas da Unicamp e às análises de 2025 é gratuito. O download do documento é feito na biblioteca do site da Inova Unicamp.

Informações foram divulgadas nesta quinta-feira (6/11); o acesso ao relatório das Empresas-Filhas da Unicamp e às análises de 2025 é gratuito
Informações foram divulgadas nesta quinta-feira (6/11); o acesso ao relatório das Empresas-Filhas da Unicamp e às análises de 2025 é gratuito

Novas empresas mapeadas  

As empresas-filhas da Unicamp estão espalhadas por 195 cidades e 22 estados, em todas as cinco regiões do Brasil, com presença em 10 países diferentes. O protagonismo é da região Sudeste, onde estão sediadas 1.397 empresas-filhas. O dado representa 92,2% dos empreendimentos ativos, sendo que, destas empresas, 5 em cada 10 estão localizadas na Região Metropolitana de Campinas (RMC).

Essa concentração regional pode ser explicada pela infraestrutura da Unicamp, que está completando 60 anos e abriga seu campus principal em Barão Geraldo, distrito de Campinas (SP). O Colégio Técnico (Cotuca) da Unicamp também fica em Campinas, e o Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA) da Unicamp está localizado em Paulínia (SP), como comenta o professor Rangel Arthur, diretor-executivo associado da Inova Unicamp.

“A proximidade das empresas-filhas com os campi da Universidade favorece não só a economia local como a transferência de conhecimento, o desenvolvimento de pesquisas em parceria, a atração e a fixação de talentos e a criação de soluções. Em 2025, foram 149 novas empresas-filhas cadastradas na base da Inova Unicamp, responsáveis por 858 empregos diretos e mais de 165 milhões de reais em faturamento”, comenta Arthur.

Um exemplo de empresa criada para levar ao mercado um conhecimento desenvolvido na Unicamp é a 4C DataLab Inteligência Artificial, fundada em 2024 pelos docentes Henrique Nogueira De Sá Earp, Cristiano Torezzan e Leonardo Tomazeli Duarte – do Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (Imecc) e da FCA – e por Raul Mariano Cardoso, egresso da Faculdade de Engenharia Mecânica (Fem).

A empresa aplica inteligência artificial e ciência de dados para apoiar decisões estratégicas e gerar inteligência de mercado. Seus modelos preditivos, baseados em know-how desenvolvido na Universidade, ajudam a prever a evasão de clientes ou estudantes e a reduzir a rotatividade de profissionais em empresas. É uma empresa-filha e spin-off acadêmica da Unicamp.

“A Unicamp apoiou a 4C DataLab desde a transferência da tecnologia que desenvolvemos na Universidade até o desenvolvimento do empreendimento. Se não fosse pela Inova Unicamp, não teríamos chegado aonde chegamos. A Agência foi essencial para nos dar segurança no processo de empreender”, afirma Torezzan.

Internacionalização  

O Relatório das Empresas-filhas da Unicamp 2025 mostra também um avanço na internacionalização. Atualmente, 343 empresas-filhas atuam fora do país, um aumento de 13,9% em relação a 2024. O número de empresas com escritórios internacionais cresceu 11,5%, e os negócios sediados com matriz no exterior aumentaram 45,4%, distribuídos pelos países Canadá, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, Estônia, França, Inglaterra, Países Baixos, Panamá e Suécia. No total, 22,6% das empresas-filhas da Unicamp declararam ter presença internacional, seja por exportação, escritório no exterior, parcerias ou eventos.

O ecossistema de inovação da Unicamp tem gerado empresas que já nascem com visão global. Entre elas, destaca-se a Hardera Inc., sediada na Califórnia, nos Estados Unidos. Fundada em 2018 por Francisco Gomes e Ricardo Cotrin Teixeira, egressos da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC) da Unicamp, a startup desenvolveu uma tecnologia química que amplia a durabilidade da madeira de reflorestamento, equiparando-a às madeiras nobres protegidas por leis ambientais. O foco em sustentabilidade ambiental levou a Hardera a ser selecionada, ainda em 2018, para o programa de aceleração da Singularity University, instituição do Vale do Silício.

“Em vez de adquirir e processar a madeira, estamos procurando parceiros industriais que aplicarão a tecnologia diretamente em suas operações. Nos Estados Unidos e na Europa, principalmente nos países escandinavos, existem metas para que até 70% das construções utilizem madeira. A nossa tecnologia é adequada a esse movimento global de construção verde”, afirma Gomes.

A pesquisadora Renata Iwamizu, sócia-fundadora da Ehrena (Foto: Divulgação)
A pesquisadora Renata Iwamizu, sócia-fundadora da Ehrena (Foto: Divulgação)

Novos dados de diversidade, governança e impacto socioambiental

O Relatório de Empresas-filhas da Unicamp 2025 também traz novos dados de diversidade, governança e impacto socioambiental. As questões de diversidade incluídas buscam identificar a cor ou raça declarada, a orientação sexual e se o sócio tem deficiência física ou mental. Dentro do número de respondentes, 5 fundadores de empresas-filhas indicaram ser indígenas; 17 declararam-se como pessoas com deficiência; e 45 como LGBTQIAP+.

O mapeamento buscou ainda compreender quais são as ações no âmbito Ambiental, Social e de Governança (ESG) das empresas e, pela primeira vez, identificou com quais Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) esses negócios atuam.

“Estamos construindo um mapeamento mais plural e inclusivo. Ainda que os resultados de 2025 não representem a totalidade dos sócios, esse é um passo importante para ampliarmos o conhecimento sobre a diversidade presente no ecossistema empreendedor da Unicamp”, disse Lopes.

A diversidade e a multidisciplinariedade nas empresas-filhas é ilustrada por deep techs – empresas que atuam com inovação complexa baseada em investigação científica –, como a Ehrena, uma empresa de nanotecnologia fundada em 2022 por Renata Iwamizu, aluna do Instituto de Geociências (IG), e Angélica Fernandez, egressa do Instituto de Química (IQ), em parceria com farmacêutico Gustavo Bramajo.

A empresa desenvolve a tecnologia Nanoativ, que potencializa Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs) por meio da nanoencapsulação, e mantém ativo o relacionamento com a Universidade ao ter se instalado no Parque Científico e Tecnológico da Unicamp. Seu produto mais avançado, o NanoCX, está em fase pré-clínica e busca combater fungos e bactérias resistentes.

“O ecossistema da Unicamp tem nos ajudado no processo de crescimento ao nos dar voz e construir pontes com stakeholders fundamentais para ultrapassar os desafios naturais de uma deep tech, com o auxílio da estrutura e dos profissionais atuantes nesse universo”, disse Fernandez.

Baixe o relatório de empresas-filhas

Matéria publicada originalmente no site da Inova Unicamp.

Foto de capa:

O diretor da Inova Unicamp, professor Renato Lopes durante apresentação do relatório das empresas-filhas
O diretor da Inova Unicamp, professor Renato Lopes durante apresentação do relatório das empresas-filhas

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