A Unicamp encerrou hoje (1º) a segunda fase do Vestibular 2026 com abstenção de 8,9% — dos 13.046 candidatos, 11.880 compareceram para concorrer às 2.530 em 69 cursos de graduação. Segundo o diretor da Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest), José Alves de Freitas, houve um pequeno aumento em relação ao primeiro dia da segunda fase (7,9%), mas o índice ficou dentro da média histórica dos últimos anos.
A menor abstenção foi registrada na cidade de São Carlos, com apenas 5,8% de ausentes. Em Campinas, o índice também ficou abaixo da média geral, com 6,5% de ausentes. As maiores abstenções foram registradas em Recife (25,7%) e Curitiba (25%).
Temas atuais
Realizada em dois dias, o último dia da segunda fase é dedicado às provas de Matemática e interdisciplinares de Ciências Humanas — comum a todos os candidatos —, além das provas de conhecimentos específicos de acordo com a área escolhida (Ciências Biológicas/Saúde, Ciências Exatas/ Tecnológicas ou Ciências Humanas/Artes). As provas já estão disponíveis para consulta no site da Comvest. A lista de aprovados será divulgada em 23 de janeiro.
Nessa segunda-feira, as provas mantiveram o caráter de trabalhar temáticas atuais. “Na prova de matemática, os alunos fizeram cálculos, trabalharam com probabilidade para discutir, por exemplo, os jogos de azar [conhecidos como bets]”, destacou o diretor.
Já as questões interdisciplinares de Ciências Humanas trabalharam, por exemplo, a questão da violência no universo escolar. “Nas áreas de conhecimento específico, cada prova tem seu próprio destaque. Nas humanidades, [as questões fizeram] pensar aspectos relacionados à desigualdade e a possibilidade de progressão na vida”.
Na área de Ciências da Natureza, Freitas mencionou perguntas relacionadas à explicação química sobre por que um pernilongo pica uma pessoa e não pica outra. “Tudo isso foi trazido e abordado com bastante pertinência nas nossas provas, cobrando conhecimentos básicos e fundamentais do ensino médio”.
As Provas de Habilidades Específicas para os cursos de Artes Cênicas, Artes Visuais e Dança, serão realizadas entre os dias 3 e 5 de dezembro de 2025, somente em Campinas.

Preparo
Juan Eufrásio, de 18 anos, deixou o local de provas por volta de 12h30. O candidato está fazendo o seu primeiro Vestibular Unicamp, em busca de uma vaga no curso de licenciatura em Física.
No ano anterior, apesar de ter participado de outros processos seletivos, Eufrásio não se candidatou à Unicamp por sentir que ainda não estava preparado. Mas, agora, está mais confiante. “Este ano, eu estava trabalhando menos, então consegui estudar bastante”.
O estudante contou que, neste ano, disputa uma vaga apenas na Unicamp, onde realmente deseja estudar. “Eu adoro o Instituto de Física [IFGW], me sinto muito bem lá, além do renome da Universidade”.
Para sua preparação, Eufrásio contou com o apoio do cursinho popular Malunga. “Isso fez muita diferença. Ano passado, eu não conseguia fazer uma redação simples, e também estava perdido em relação ao curso que eu queria”.


Veteranos
Eduardo Reis, de 19 anos, é natural de Jaguariúna e já cursa Engenharia Mecânica na Unicamp, mas decidiu refazer o Vestibular para testar seus conhecimentos. “Achei a prova interessante, envolve temas bastante atuais, como a violência contra a mulher [no primeiro dia da segunda fase] e a questão das bets. São coisas muito importantes de se levantar a discussão e dar uma ‘acordada’ nas pessoas”.
Bibi Ivo, de 25 anos, também é aluna da Universidade e tenta o reingresso no curso de Pedagogia. “Eu achei a prova legal, bem complexa e abrangente. Gosto bastante das provas da Comvest por causa da interdisciplinaridade das questões”.


Treneiras
Sofia Paulino, de 16 anos, é aluna do ensino médio em Campinas e participa, pela primeira vez, como treineira do Vestibular Unicamp e também de outras instituições. “Daqui a alguns anos, vou estar fazendo a prova ‘para valer’, então é importante já ir me acostumando com o ambiente. Ano que vem, vou tentar obter uma nota mais alta”, disse.
A estudante pensa em cursar Engenharia Química e, por isso, realizou a prova específica na área de Ciências Exatas/ Tecnológicas. “Achei que, como aluna do primeiro ano, consegui fazer algumas questões. A parte mais difícil foi física, mas eu até gosto porque foi desafiador para mim”, falou.
Já Gabriela Simões, de 16 anos, está no segundo ano do ensino médio e também teve o primeiro contato com a prova, neste ano, como treineira, a fim de se preparar para o Vestibular 2027. A jovem, que fez questões específicas da área de Ciências Biológicas/Saúde, disse que achou o segundo dia de provas mais tranquilo do que o primeiro. A partir da experiência, Simões detectou alguns pontos em que precisa fortalecer a sua preparação. “Ler os livros [da lista de leitura obrigatória] e focar nas matérias específicas cobradas pela Unicamp”.
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