“NORMAS PARA ACOMPANHAMENTO MÉDICO E EPIDEMIOLÓGICO, E TESTAGEM DA COMUNIDADE DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19”
GT - 6:
Patrícia Asfora Falabella Leme (CECOM)
Mara Patrícia Traina Chacon Mikahil (PRG)
Marco Antônio Santos Dias (DSO)
Daniela de Almeida Martins (DSO)
Maria Luiza Moretti (FCM/CCIH/NVE)
Carolina Carvalho Ribeiro do Valle (FCM/CCIH/NVE)
Márcia Teixeira Garcia (FCM/CCIH/NVE)
Helena Altmann (SAE)
Tânia Maron Vichi Freire de Mello (SAPPE)
Lucimara Andréia Trevizam (SAR)
Marcelo Menossi Teixeira (IB)
JULHO/2020
1. INTRODUÇÃO
Desde o início da pandemia pelo Covid-19, declarada pela OMS em 11/03/2020, a
Unicamp tem sido proativa no sentido de minimizar seus impactos dentro da
comunidade universitária, a exemplo da suspensão das suas atividades presenciais
a partir de 13 de março (GR no 24-2020). Cerca de 2 meses depois - 17/05/2020 -
foi desenhado um plano de três fases para a retomada das atividades presenciais
nos campi de Campinas, Limeira e Piracicaba. Mesmo ainda sem prazo definido
para este retorno, o Gabinete da Reitoria publicou em 17/06/20 portarias (39 a
49/2020) designando grupos de trabalho para pensar e estabelecer fluxos e
normativas direcionados à perfeita atenção às demandas geradas durante e após a
pandemia - e, assim, oportunizar o cumprimento de sua missão institucional em um
ambiente de segurança e tranquilidade.
O objetivo do GT-6, declarado através da sua Portaria de criação GR-044/2020, é o
de “criar normas para acompanhamento médico e epidemiológico, e testagem da
comunidade durante a pandemia da Covid-19”.
2. OBJETIVOS
2.1 GERAL
Definir normativas gerais para o acompanhamento médico, epidemiológico e
testagem da comunidade durante a pandemia da Covid-19
2.2 ESPECÍFICOS
- Elaborar protocolo para diagnóstico e acompanhamento de pessoas com
suspeita ou confirmação de Covid-19
- Elaborar protocolo para identificação, afastamento e testagem de pessoas
que tiveram contato com casos confirmados de Covid-19
- Descrever ações de vigilância epidemiológica relacionadas à Covid-19
- Definir estratégia de testagem para Covid-19 na comunidade universitária
- Estimar a prevalência da Covid-19 na comunidade da Unicamp
3. METODOLOGIA
Um grupo de trabalho com onze membros foi instituído através de portaria do
Gabinete do Reitor. Criou-se através da ferramenta Google Drive documento
compartilhado entre os integrantes do grupo, onde foram inicialmente inseridas e
pactuadas premissas para nortear as tarefas (Quadro 1) e uma proposta de plano
de ação (Quadro 2). Ao longo do tempo, foi-se redigindo progressivamente um
consenso construído através de contribuições individuais e coletivas - estas últimas
ofertadas em "X" encontros virtuais realizados pela ferramenta Google Meet, com
duração média de 2h. As reuniões foram gravadas, e atas foram elaboradas.
Outra ferramenta utilizada durante todo o tempo de trabalho para o
compartilhamento instantâneo de mensagens, informações e publicações foi um
grupo de Whats App.
Quadro 1. Premissas de Trabalho
Tomar como base o Plano de Retorno Gradual às Atividades Presenciais da
Universidade Estadual de Campinas, respeitando-se a autonomia e
responsabilidade dos Institutos e Órgãos e considerando-se o escalonamento do
retorno
Respeitar as normativas da Unicamp, das autoridades sanitárias e de outros
Órgãos oficiais - embasamento legal
Embasar as normativas em conhecimento técnico-científico consolidado -
evidências científicas
Considerar as especificidades dos estudantes, funcionários e terceiros
Considerar as ações e procedimentos de retorno da educação infantil e a relação
com seus responsáveis funcionários
Considerar a interface das atividades deste GT com aquelas dos demais
instituídos simultaneamente (ex., na necessidade de aquisição de EPIs e outros
insumos - GT1; nas ações direcionadas à Moradia Estudantil - GT3, entre outras)
Quadro 2. Plano de Ação
1 - Reunir normativas e diretrizes estabelecidas pelas autoridades sanitárias
nacionais e internacionais, pelos Órgãos oficiais de Previdência e Trabalho e pelos
Órgão oficiais de Educação
2 - Reunir evidências científicas relacionadas ao diagnóstico e acompanhamento
médico clínico, ao acompanhamento em saúde mental, à vigilância epidemiológica e
à testagem para Covid-19
3 - Estabelecer protocolo com fluxo de acompanhamento médico e epidemiológico
4 - Definir estratégia de testagem para toda a comunidade
5 - Criar planilha de insumos e custo
6 - Redigir normativas para acompanhamento médico e epidemiológico, e testagem
da comunidade durante a pandemia da Covid-19
7 - Validar as normativas estabelecidas pelos demais grupos de trabalho criados
pela Unicamp para o enfrentamento da pandemia que possuam interface com
aquelas deste grupo
8 - Implantar e divulgar as normativas elaboradas
4. RESULTADOS
SARS-CoV-2 (severe acute respiratory syndrome coronavirus 2)
Vírus responsável por causar a doença Covid-19, recebeu este nome pelo Comitê
Internacional de Taxonomia dos Vírus, em 11 de fevereiro de 2020, porque está
geneticamente relacionado ao coronavírus responsável pelo surto de SARS (Severe
Acute Respiratory Syndrome, ou Síndrome Respiratória Aguda Grave) em 2003.(1)
A transmissão do SARS-CoV-2 parece ocorrer principalmente por gotículas e
contato próximo com casos sintomáticos infectados (2); uma pessoa doente elimina
gotículas respiratórias ou secreções contendo o vírus ao tossir, espirrar, falar ou
cantar, e estas entram em contato direto ou indireto (através do toque de superfícies
contaminadas) com pessoas saudáveis pelo nariz, olhos ou boca.
Pessoas pré-sintomáticas (que estão no período de incubação do vírus,
especialmente dois ou três dias antes do início dos sintomas) e assintomáticas (em
menor número) também podem transmitir o SARS-CoV-2 a outras pessoas.
Outra forma de transmissão, comum em Unidades de Saúde, denomina-se
transmissão aérea, e em geral ocorre durante certos tipos de procedimentos
médicos geradores de aerossóis (gotículas respiratórias com menos de 5
micrômetros de diâmetro, capazes de permanecer suspensas no ar por longos
períodos de tempo), em pessoas que não estão usando equipamentos de proteção
individual (EPIs) apropriados. A OMS, juntamente com a comunidade científica, tem
discutido e avaliado ativamente se o SARS-CoV-2 também pode se espalhar por
aerossóis na ausência destes procedimentos, particularmente em ambientes
internos com pouca ventilação (por exemplo restaurantes e academias).
Finalmente, transmissão intra uterina e pelo aleitamento materno do vírus ainda não
foram comprovadas através de estudos científicos sólidos.
PROCEDIMENTOS GERADORES DE AEROSSÓIS (PGA) (3)
São procedimentos realizados geralmente em estabelecimentos de saúde, e que
geram aerossóis, gotículas respiratórias com menos de 5 micrômetros de diâmetro,
que podem carrear o SARS-CoV-2.
São considerados PGA pela OMS: intubação traqueal, ventilação não invasiva,
traqueostomia, ressuscitação cardiopulmonar, ventilação manual antes da
intubação, broncoscopia, indução de escarro com solução salina hipertônica
nebulizada, e procedimentos de autópsia.
COVID-19 (coronavirus disease)
A COVID-19, ou doença do coronavírus, é a doença causada pelo vírus
SARS-Cov-2. Seus primeiros casos, apresentados como “uma pneumonia de
origem desconhecida”, foram identificados em dezembro de 2019 em Wuhan,
capital da província de Hubei, na China. (4) No Brasil, a primeira notificação de um
caso confirmado de COVID-19 recebida pelo Ministério da Saúde ocorreu no dia 26
de fevereiro de 2020, e em 11 de março de 2020, a OMS declarou estado de
pandemia por Covid-19. Atualmente, existem 216 países, áreas ou territórios com
casos positivos por esta doença. (5)
- EPIDEMIOLOGIA(6-9)
Segundo análise preliminar de dados feitos pela OMS, existe uma distribuição
relativamente uniforme de casos entre mulheres e homens (47% versus 51%,
respectivamente), mas parece haver um número maior de óbitos entre os homens
(58%). Entre os profissionais de saúde, no entanto, as mulheres correm maior risco
de infecção, porque compõem a maior parte desta classe profissional (maior que
70%).
No Brasil, os dados disponíveis de gênero e faixa etária se concentram nos casos
de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por COVID-19: cerca de 57% são
do sexo masculino; a faixa etária mais acometida se mantém entre 60 a 69 anos de
idade (20,0%), e a raça/cor mais prevalente é a parda, seguida da branca, preta,
amarela e indígena. Quanto aos casos de Covid-19 em profissionais de saúde, as
profissões mais registradas dentre os casos confirmados de Síndrome Gripal por
COVID-19 são técnicos/auxiliares de enfermagem, seguido dos enfermeiros,
médicos, agentes comunitários de saúde e recepcionistas de unidades de saúde. Já
os casos que evoluem para internação e para óbito, acometem mais
técnicos/auxiliares de enfermagem, seguido dos médicos e dos enfermeiros.
Entre as pessoas da comunidade universitária da Unicamp atendidas pelo CECOM
com suspeita de Covid-19 até 31 de maio de 2020, a mediana de idade dos casos
suspeitos notificados foi de 40 anos, variando de 18 a 89 anos; cerca de 80% eram
do sexo feminino e a categoria profissional mais acometida foi a de
auxiliares/técnicos de enfermagem, seguindo-se de médicos e enfermeiros.
- MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS (10-17)
O período de incubação da doença (tempo entre a exposição ao vírus ou infecção e
o início dos sintomas) varia entre 2 e 14 dias, sendo em média, de 5 dias.
Os sintomas que aparecem com frequência na COVID-19 são febre (≥37,8oC) ou
calafrios, tosse, falta de ar ou dificuldade em respirar, fadiga ou cansaço, dores
musculares ou corporais, nova perda de paladar ou olfato, dor de cabeça, dor de
garganta, congestão nasal ou coriza, náuseas, vômitos e diarréia. Pessoas idosas e
imunossuprimidas, entretanto, podem apresentar sintomas atípicos, como estado de
alerta e mobilidade reduzidos, e delirium, e podem não apresentar febre.
Cerca de 80% dos adultos desenvolverão a forma leve ou moderada da doença
(incluindo pessoas sem pneumonia ou com pneumonia leve). Para efeito de
monitoramento epidemiológico, o Ministério da Saúde tem considerado como casos
leves aqueles com início dos sintomas há mais de 14 dias e que não necessitaram
de hospitalização (Boletim); e, para efeito de monitoramento clínico, aqueles que
podem ser acompanhados completamente no âmbito da Atenção Primária
(APS/ESF) devido à menor gravidade do caso.
A forma grave da doença ocorre em 15% dos casos, com deterioração do quadro
em geral após cerca de uma semana do início dos sintomas; e apenas 5% evoluirão
para uma fase crítica, com insuficiência respiratória, choque séptico ou falência
múltipla de órgãos. Os seguinte sinais e sintomas alertam para a possibilidade de
agravamento: surgimento de dificuldade respiratória, saturação de oximetria de
pulso <95, lábios ou rosto azulados, dor ou pressão persistente no peito, hipotensão
arterial (com sistólica abaixo de 90mmHg e/ou diastólica abaixo de 60mmHg); piora
nas condições clínicas de doenças de base, como cardiopatias e doença
respiratória crônica; alteração do estado mental, como confusão e letargia; e
persistência ou aumento da febre por mais de 3 dias ou retorno após 48 horas de
período afebril.
Os casos graves necessitam de estabilização na APS/ESF e encaminhamento a
centro de referência/urgência/hospitais para avaliação ou intervenções que exijam
maior densidade tecnológica.
São consideradas condições de risco para agravamento:
● Idade igual ou superior a 60 anos;
● Sexo masculino
● Tabagismo
● Obesidade (IMC>30)
● Cardiopatias graves ou descompensadas (insuficiência cardíaca, cardiopatia
isquêmica);
● Pneumopatias graves ou descompensados (asma moderada/grave, DPOC);
● Imunodepressão;
● Doenças renais crônicas em estágio avançado (graus 3, 4 e 5);
● Diabetes mellitus, conforme juízo clínico;
● Doenças cromossômicas com estado de fragilidade imunológica;
● Gestação de alto risco; e
● Doença hepática em estágio avançado;
No Brasil, as comorbidades ou fatores de risco mais frequentes dentre os óbitos de
SRAG causados por COVID-19 notificados pelo Boletim Epidemiológico coronavírus
N21 foram cardiopatia e diabetes, sendo que a maior parte dos indivíduos que
evoluíram para óbito apresentavam comorbidades e tinham 60 ou mais anos de
idade.
- DIAGNÓSTICO(12,15)
O diagnóstico de COVID-19 pode ser feito através de informações clínicas (sinais e
sintomas) e epidemiológicas (história de exposição a pessoas com a doença); por
testes laboratoriais específicos para a detecção do SARS-CoV-2; ou por exames de
imagem, em especial a tomografia computadorizada de tórax.
O teste recomendado para o diagnóstico laboratorial da COVID-19 é o teste
molecular de amplificação de ácido nucleico de SARS-CoV-2 por PCR em tempo
real precedido por reação de transcrição reversa (RT-PCR).
A tomografia computadorizada de de alta resolução (TCAR) do tórax é, segundo o
Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), uma ferramenta
aliada para o diagnóstico da Covid-19, pois apresenta alta especificidade e
moderada sensibilidade. Entretanto, não deve ser usada isoladamente para
identificar a Covid-19, e tampouco deve ser realizada para rastreamento da doença,
sendo sua indicação apenas para pacientes hospitalizados com recomendação
clínica específica quando sintomáticos.
DEFINIÇÃO DE CASO SUSPEITO DE COVID-19:(16)
- DEFINIÇÃO 1: SÍNDROME GRIPAL (SG):
Indivíduo com quadro respiratório agudo, caracterizado por pelo menos dois (2) dos
seguintes sinais e sintomas: febre (mesmo que referida), calafrios, dor de garganta,
dor de cabeça, tosse, coriza, distúrbios olfativos ou distúrbios gustativos.
- DEFINIÇÃO 2: SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE (SRAG):
Indivíduo com SG que apresente: dispneia/desconforto respiratório OU pressão
persistente no tórax OU saturação de O2 menor que 95% em ar ambiente OU
coloração azulada dos lábios ou rosto.
DEFINIÇÃO DE CASO CONFIRMADO DE COVID-19:(16)
1. POR CRITÉRIO CLÍNICO: Caso de SG ou SRAG com confirmação clínica
associado a anosmia (disfunção olfativa) OU ageusia (disfunção gustatória)
aguda sem outra causa pregressa.
2. POR CRITÉRIO CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO: Caso de SG ou SRAG com
histórico de contato próximo ou domiciliar, nos 14 dias anteriores ao
aparecimento dos sinais e sintomas com caso confirmado para COVID-19.
3. POR CRITÉRIO CLÍNICO-IMAGEM: Caso de SG ou SRAG ou óbito por
SRAG que não foi possível confirmar por critério laboratorial E que apresente
pelo menos uma (1) das seguintes alterações tomográficas:
● OPACIDADE EM VIDRO FOSCO periférico, bilateral, com ou sem
consolidação ou linhas intralobulares visíveis ("pavimentação"), OU
● OPACIDADE EM VIDRO FOSCO multifocal de morfologia arredondada com
ou sem consolidação ou linhas intralobulares visíveis ("pavimentação"), OU
● SINAL DE HALO REVERSO ou outros achados de pneumonia em
organização (observados posteriormente na doença).
4. POR CRITÉRIO LABORATORIAL: Caso de SG ou SRAG com teste de:
● BIOLOGIA MOLECULAR: resultado DETECTÁVEL para SARS-CoV-2
realizado pelo método RT-PCR em tempo real.
● IMUNOLÓGICO: resultado REAGENTE para IgM, IgA e/ou IgG* realizado
pelos seguintes métodos:
❏ Ensaio imunoenzimático (Enzyme-Linked Immunosorbent
Assay - ELISA);
❏ Imunocromatografia (teste rápido) para detecção de anticorpos;
❏ Imunoensaio por Eletroquimioluminescência (ECLIA),
● PESQUISA DE ANTÍGENO: resultado REAGENTE para SARS-CoV-2 pelo
método de Imunocromatografia para detecção de antígeno.
5. POR CRITÉRIO LABORATORIAL EM INDIVÍDUO ASSINTOMÁTICO:
Indivíduo ASSINTOMÁTICO com resultado de exame:
● BIOLOGIA MOLECULAR: resultado DETECTÁVEL para SARS-CoV-2
realizado pelo método RT-PCR em tempo real.
● IMUNOLÓGICO: resultado REAGENTE para IgM e/ou IgA realizado pelos
seguintes métodos:
○ Ensaio imunoenzimático (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay -
ELISA);
○ Imunocromatografia (teste rápido) para detecção de anticorpos.
DEFINIÇÃO DE CONTATO OU EXPOSIÇÃO DE CONTATO COM PESSOA
SUSPEITA: (17)
Toda pessoa sem sintomas que teve contato com caso suspeito de COVID-19, entre
dois (02) dias antes e quatorze (14) dias após o início dos seus sinais/sintomas, em
uma das situações abaixo:
a) ter contato por mais de quinze minutos a menos de um metro de distância;
b) permanecer a menos de um metro de distância durante transporte;
b) contato físico direto;
c) compartilhar o mesmo ambiente domiciliar;
d) ser profissional de saúde ou outra pessoa que cuide diretamente de um caso da
COVID-19, ou trabalhador de laboratório que manipule amostras de um caso da
COVID-19 sem a proteção recomendada.
DEFINIÇÃO DE CONTATO OU EXPOSIÇÃO DE CONTATO COM PESSOA
CONFIRMADA:(17)
Toda pessoa sem sintomas que teve contato com caso suspeito de COVID-19, entre
dois (02) dias antes e quatorze (14) dias após o início dos seus sinais/sintomas ou
da sua confirmação laboratorial, em uma das situações abaixo:
a) ter contato por mais de quinze minutos a menos de um metro de distância;
b) permanecer a menos de um metro de distância durante transporte;
c) compartilhar o mesmo ambiente domiciliar; ou
d) ser profissional de saúde ou outra pessoa que cuide diretamente de um caso da
COVID-19, ou trabalhador de laboratório que manipule amostras de um caso da
COVID-19 sem a proteção recomendada.
O risco de infecção após contato com pessoa suspeita ou confirmada de
Covid-19 irá depender do nível de exposição ao vírus, o qual por sua vez, será tão
maior quanto a proximidade do contato (menor distância, toque, conversa face a
face), o tempo de exposição, e quando ocorrido em ambientes menores e mais
fechados. (16)
DEFINIÇÃO DE CASO RECUPERADO (7,8, 16)
A estimativa de recuperados inclui o número de pacientes hospitalizados com
registro de alta no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe
(SIVEP-Gripe) do Ministério da Saúde.
DEFINIÇÃO DE QUARENTENA E DE ISOLAMENTO (17)
A quarentena é a restrição de atividades e a separação de pessoas que não estão
doentes, mas que foram potencialmente expostas; e o isolamento é a separação
de uma pessoa com uma doença contagiosa de outras pessoas, a fim de prevenir a
disseminação da infecção.
SOBRE AFASTAMENTO E RETORNO (18)
1. SOBRE O AFASTAMENTO
1.1 Toda pessoa que apresentar sintomas suspeitos de Covid-19 e estiver em
jornada presencial de trabalho ou estudo deve se afastar imediatamente e se
colocar em isolamento domiciliar. Tratando-se de funcionário, comunicar sua
condição à chefia imediata; e, sendo aluno, ao coordenador de graduação do curso
ou ao orientador do curso de pós-graduação.
1.2 Pessoas com sintomas e com teste positivo para Covid-19 devem se afastar por
um período de 14 (catorze) dias a contar da data de início dos sintomas.
1.3 Pessoas sem sintomas e com teste positivo para Covid-19 devem se afastar por
um período de 14 (catorze) dias a contar da data do teste. Se estas pessoas
desenvolverem sintomas durante o período de afastamento, devem adotar as
recomendações para as pessoas sintomáticas.
1.4 Pessoas que são contatos de caso confirmado da COVID-19 devem se afastar
por um período de 14 (catorze) dias a contar do último dia de contato com o caso
confirmado.
1.5 Pessoas que residem com portadores de teste positivo para Covid-19 devem se
afastar pelo período de 14 (catorze) dias a contar da data de início dos sintomas do
seu contato domiciliar, devendo ser apresentado documento comprobatório.
1.6 Pessoas que são contatos de caso suspeito da COVID-19 não necessitam de
afastamento.
2. SOBRE O RETORNO
2.1 Para pessoas com sintomas e com resultado positivo para Covid-19, o retorno
às atividades deve respeitar o período mínimo de 3 dias (72 horas) após a
recuperação (ausência de febre sem o uso de analgésicos e melhora dos outros
sintomas), E havendo se passado 14 dias desde o início dos sintomas.
2.2 Para pessoas com sintomas e com resultado negativo para Covid-19, o retorno
às atividades deve respeitar o período mínimo de 3 dias (72 horas) após a
recuperação.
2.3 Para pessoas sem sintomas e com resultado positivo para Covid-19, o retorno
às atividades deve respeitar o período mínimo de 10 (dez) dias após a coleta do
exame; caso se torne sintomático durante este período, considerar recomendações
do item 1.
2.4 O retorno antes do período determinado de afastamento poderá ocorrer quando
exame laboratorial descartar a COVID-19 E houver ausência de sintomas por mais
de 72 horas.
2.5 O retorno não está necessariamente ligado à presença de um ou mais testes
negativos para Covid-19.
PROTOCOLO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE COVID-19 NO ÂMBITO DA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (19-25)
OBJETIVOS GERAIS
Estabelecer normas que auxiliem o sistema de Vigilância Epidemiológica da
Universidade Estadual de Campinas na identificação da ocorrência de casos
COVID-19 em pessoas da comunidade Universitária, e na estratégia de prevenção e
controle da transmissão viral nesta população.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
● Identificar precocemente a ocorrência de casos de doença pelo novo
coronavírus em pessoas da comunidade universitária;
● Identificar precocemente a ocorrência de contato próximo ou domiciliar com
casos confirmados de COVID-19 e estabelecer critérios para a investigação
destes contatos;
● Estabelecer critérios para o encaminhamento ao Centro de Saúde da
Comunidade (CECOM) onde serão realizados avaliação clínica, notificação
ao Sistema de Vigilância Nacional de Agravos, investigação laboratorial e
afastamento, quando necessário;
● Estabelecer critérios para investigação laboratorial;
● Monitorar indicadores que auxiliem no acompanhamento da situação
Epidemiológica nesta comunidade;
● Estabelecer critérios para identificar situações de surto, e definir medidas a
serem adotadas para controle da transmissão viral; e
● Reduzir a transmissão do vírus no âmbito da comunidade.
IDENTIFICAÇÃO DO CASO
1 CANAIS DE COMUNICAÇÃO
Os fluxos para atendimento e testagem devem ser amplamente divulgados, a fim de
se evitar atraso no diagnóstico e no afastamento dos suspeitos. É preciso
disponibilizar e divulgar os canais de comunicação que facilitarão o contato imediato
da pessoa sintomática com o sistema de Saúde e Vigilância Epidemiológica da
Universidade:
● Pronto atendimento no CECOM
● Teleatendimento
● Endereço Eletrônico
● Site com orientações e Chat para esclarecimento de dúvidas
● Aplicativo
2 IDENTIFICAÇÃO DE PESSOAS COM MAIOR RISCO DE COMPLICAÇÕES
Pessoas com comorbidades ou condições clínicas de risco para desenvolvimento de
complicações da Covid-19 deverão preferencialmente realizar suas atividades à
distância (teletrabalho), até que a circulação do novo coronavírus esteja reduzida na
comunidade. São elas: (12)
● Pessoas com 60 anos ou mais;
● Cardiopatas graves ou descompensados (insuficiência cardíaca, infartados,
revascularizados, portadores de arritmias, hipertensão arterial sistêmica
descompensada);
● Pneumopatas graves ou descompensados (dependentes de oxigênio,
portadores de asma moderada/grave, DPOC);
● Imunodeprimidos;
● Doentes renais crônicos em estágio avançado (graus 3, 4 e 5);
● Diabéticos, conforme juízo clínico;
● Gestantes de alto risco; e
● Obesidade.
3 RASTREAMENTO E MONITORAMENTO ELETRÔNICOS DE PESSOAS
SINTOMÁTICAS
Com a finalidade de aumentar a eficácia desta ação de vigilância epidemiológica e
integrar os atores que por ela se responsabilizam, propõe-se o uso de uma
ferramenta eletrônica integrada (aplicativo) com o seguinte fluxo:
● Professores, alunos e funcionários deverão realizar uma auto avaliação,
respondendo diariamente a um inquérito que investiga sintomas sugestivos
de COVID-19 antes do início de suas atividades presenciais, cujas respostas
irão desencadear uma árvore de decisão.
● Pessoas sem sintomas serão orientados a permanecer em seu local de
trabalho/aula;
● A ferramenta enviará notificação aos serviços de saúde e vigilância
epidemiológica, e à chefia imediata (no caso de funcionário) no momento de
resposta afirmativa a sintomas compatíveis com COVID-19.
● Pessoas sintomáticas deverão:
❏ Receber orientações sobre a necessidade de interrupção imediata e
afastamento de suas atividades presenciais, ainda que apresente
sintomas leves; e que permaneça afastado durante todo o período
recomendado, e até que se resolvam os sintomas;
❏ Ser encaminhados ao serviço de saúde correspondente às suas
necessidades, de acordo com os sintomas relatados - CECOM ou
Hospital de Clínicas, com a possibilidade de contato com este serviço
para esclarecimento de dúvidas. Devem procurar atendimento médico
para avaliação clínica, investigação laboratorial, notificação e
afastamento;
❏ Receber instruções de isolamento domiciliar, etiqueta respiratória
(cobrir nariz e boca ao espirrar), higiene das mãos e uso de máscara
facial de proteção;
❏ Informar o resultado de teste positivo para SARS-CoV-2 sempre que o
diagnóstico for externo à Universidade;
● A plataforma do aplicativo permitirá a inserção dos resultados que confirmam
o diagnóstico, com envio de mensagem automática para chefia, saúde
ocupacional, vigilância epidemiológica e contatos da equipe; e mensagem
para que a pessoa com teste positivo complete o nome dos seus contatos
pertencentes à organização em até 48h antes do início dos sintomas.
● Os dados incluídos e gerados na plataforma terão permissão de acesso
apenas pelos serviços de saúde, vigilância epidemiológica e saúde
ocupacional; uma parte limitada destes dados, voltada somente ao rastreio
dos contatos e gestão dos afastamentos e recursos humanos seria
disponibilizada às chefias.
NOTA: Sempre que necessário, o afastamento individual deverá acontecer
sem prejuízos para alunos, docentes e funcionários.
IDENTIFICAÇÃO E MONITORAMENTO DE CONTATOS
A definição de contato foi descrita anteriormente neste documento. Esta ação, que
consiste na busca ativa e testagem de todos os contatos de uma pessoa positiva,
com afastamento daqueles com resultado detectado, é de extrema importância para
a interrupção de nichos de transmissão do SARS-CoV-2 dentro da comunidade
universitária, e será explicada com detalhes mais adiante.
- FORMAS DE IDENTIFICAÇÃO DOS CONTATOS:
● Rastreamento eletrônico por aplicativo, já descrito acima;
● Entrevista com o próprio caso confirmado, solicitando-lhe informar seus
contatos. As perguntas, durante a entrevista, devem ser feitas de forma ativa,
por telefone ou pessoalmente, com base nas definições de exposição de
contato, já descritas neste documento.
● Entrevista com o coordenador ou gerente da área, solicitando-lhe fornecer a
lista dos profissionais/alunos com potencial exposição; e
● Listar todas as pessoas que trabalham e dividem o mesmo espaço.
ASSISTÊNCIA À SAÚDE
1 PESSOAS SINTOMÁTICAS
1.1 Pessoas que apresentarem sintomas leves deverão procurar o Centro de Saúde
da Comunidade (CECOM) para avaliação clínica, notificação, testagem (RT-PCR
SARS-CoV-2) preferencialmente entre o terceiro e quinto dia do início dos sintomas,
e afastamento.
1.2 Pessoas que evoluem com agravamento dos sintomas(12), como na presença de
desconforto respiratório, dor no peito, taquipnéia (respiração rápida, com frequência
respiratória >24), fadiga ou cansaço intenso, devem se dirigir a uma Unidade de
Emergência, a fim de investigar a presença de complicações e a necessidade de
internação hospitalar.
1.3 Todas as pessoas sintomáticas atendidas no CECOM serão acompanhadas e
monitoradas quanto aos seus sintomas e evolução clínica diariamente por telefone,
recebendo as orientações pertinentes a cada caso.
2 PESSOAS ASSINTOMÁTICAS, CONTATOS DE CASO CONFIRMADO DE
COVID-19
2.1 Pessoas assintomáticas que entrarem em contato com caso confirmado de
COVID-19 deverão procurar o CECOM para testagem (RT-PCR SARS-CoV-2) e
afastamento pelo período de 14 dias.
2.2 Estas pessoas serão monitorados por teleatendimento para observar possível
aparecimento de sintomas e evolução clínica.
3 RESULTADO DOS TESTES DIAGNÓSTICOS (26-28)
3.1 A confirmação diagnóstica em pessoas com sintomas deve ser feita através de
teste de biologia molecular RT-qPCR (Quantitative reverse transcription polymerase
chain reaction) realizado por coleta de swab nasofaríngeo, segundo padrão
estabelecido pela OMS e seguido pela ANVISA. A coleta deve ser realizada
preferencialmente entre o terceiro e o sétimo dia do início dos sintomas, a fim de
aumentar a confiabilidade do exame. Fora deste período, mesmo que a pessoa
esteja com a doença, o resultado do exame tem maior chance de ser negativo.
3.2 RT-PCR positivo para Covid-19 representa em quase 100% das vezes infecção
pelo novo coronavírus. Pessoas que recebem o resultado deste exame devem
permanecer sob isolamento domiciliar para evitar a transmissão do vírus e observar
dia a dia se estão apresentando a melhora gradual esperada.
3.3 Pessoas com RT-PCR negativo para Covid-19 podem estar apresentando
outros quadros respiratórios (gripe pelo vírus da Influenza, resfriado comum, alergia
respiratória, etc.). No entanto, em cerca de 20% dos casos, o teste pode resultar
negativo em um portador de Covid-19; isto acontece por fatores relacionados ao
período ou técnica da coleta, ou por limitação de desempenho do próprio teste.
Assim, mesmo diante de um resultado negativo, deve haver também o
monitoramento dos sintomas, até sua melhora ou desaparecimento.
3.4 Os resultados dos testes laboratoriais serão encaminhados preferencialmente
por email, assim como atestados médicos, nas situações onde for necessário o
prolongamento do período de afastamento. Casos excepcionais que não dispõem
de endereço eletrônico poderão retirar os documentos no própria CECOM.
4. NOTIFICAÇÃO DE CASOS (16)
4.1 AO SISTEMA NACIONAL DE VIGILÂNCIA
A Infecção Humana pelo novo Coronavírus (COVID-19) é um evento de saúde
pública de notificação imediata (em até 24h). Casos suspeitos que atendam à
definição de caso do Ministério da Saúde devem ser notificados pelas equipes de
Vigilância Epidemiológica da Universidade conforme fluxos já existentes:
● Casos de Síndrome Gripal - sistema e-SUS VE.
● Síndrome Respiratória Aguda Grave - Sistema de Informação da Vigilância
Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe).
4.2 NOTIFICAÇÃO INTERNA
Diante de um caso suspeito de COVID19, o CECOM deverá comunicar, conforme o
caso: ● Chefias imediatas dos funcionários
● Divisão de Saúde Ocupacional (DSO) UNICAMP e SESMT Funcamp,
conforme vínculo contratual
● Coordenador(a) de Graduação ou Pós-Graduação
5. MONITORAMENTO EPIDEMIOLÓGICO
5.1 MONITORAMENTO DA CIRCULAÇÃO VIRAL NA COMUNIDADE
UNIVERSITÁRIA
Com esta finalidade serão realizados inquéritos sorológicos, descritos adiante, com
estimativa da prevalência de coronavírus na comunidade universitária.
5.2 MONITORAMENTO DE INDICADORES
As ações de vigilância epidemiológica devem ter sua eficácia medida, monitorada e
analisada com frequência através de indicadores chave, como:
● Número de casos suspeitos de COVID19 por data de atendimento
● Número cumulativo de casos suspeitos segundo data de atendimento
● Número de casos confirmados por data de atendimento
● Número cumulativo de casos confirmados segundo data de atendimento
● Número de casos confirmados por semana epidemiológica do início dos
sintomas
● Taxa de incidência de casos confirmados na Universidade
● Número de casos confirmados distribuídos por data de atendimento e
Instituto, Unidade ou Órgão onde exerce suas atividades
● Taxa de incidência de casos confirmados por Instituto, Unidade e Órgão
● Prevalência de anticorpos IgM e IgG na comunidade universitária
5.3 MONITORAMENTO DE TRANSMISSÃO LOCAL E SITUAÇÕES DE SURTO
Os resultados de exames de RT-PCR serão monitorados em tempo real, com
análise de dados referentes ao caso positivo e ao local onde exerce suas atividades.
Na ocorrência de dois ou mais casos na mesma unidade, ou ainda na ocorrência de
surto, medidas administrativas serão tomadas.
Dependendo da situação epidemiológica vigente, a comunidade universitária
receberá a recomendação sobre qual forma deverá realizar suas atividades - se
presencial, ou à distância.
A ocorrência de casos isolados de Covid-19 poderá resultar em suspensão das
atividades presenciais por curtos períodos, enquanto que suspensões mais
prolongadas poderão ser necessárias nas situações de surto. Nestas situações, os
trabalhos educativos de prevenção deverão ser reforçados, assim como as medidas
de higienização e limpeza dos ambientes.
6. PROTOCOLO DE TESTAGEM E VIGILÂNCIA NO PANORAMA ATUAL E
VISANDO O RETORNO DAS ATIVIDADES PRESENCIAIS (29-33)
Em nossa investigação epidemiológica para diagnosticar casos e procurar vínculos
entre estas pessoas, visando esforços de contenção, serão utilizados tanto testes
por RT-PCR quanto testes sorológicos. Esta estratégia complementar justifica-se
pela limitação do uso isolado de RT-PCR, que só é capaz de detectar o
SARS-CoV-2 durante a fase aguda da infecção, onde ocorre o derramamento viral.
Desta forma, a aplicação de teste sorológico auxiliará na detecção de infecção
prévia em pessoas que já se recuperaram.
6.1 NÃO PERTENCENTE À ÁREA DE SAÚDE DA UNICAMP
6.1.1 Para o panorama ATUAL da comunidade da UNICAMP que não pertence à
área de saúde E está trabalhando ou estudando, in locu, na Universidade,
propõe-se o seguinte plano de ação:
a. Levantamento do número real de pessoas que têm comparecido ao local de
trabalho ou estudo, pelo menos 3 ou mais vezes durante a semana, com suas
respectivas áreas e funções;
b. Realização do teste de RT-PCR em todas estas pessoas, como será descrito
mais abaixo;
c. Planejamento de inquérito soro epidemiológico para estas mesmas pessoas,
com discriminação de custos;
d. Composição de um grupo ou time de profissionais da Unicamp para trabalhar
nas ações deste plano de testagem e vigilância, durante as diferentes fases do
retorno ao trabalho/estudo. Os profissionais destinados a este trabalho
deverão ser de múltiplas áreas do saber, incluindo a presença da área da
saúde; e deverão se dedicar com intensidade e exclusividade a esta tarefa.
Trata-se de uma ação que requer grande dedicação dos times de profissionais
e, portanto, não será possível dedicação parcial a estes times.
AÇÕES DE TESTAGEM UNIVERSAL
As ações de testagem universal estão sendo desenhadas com foco na
identificação de pessoas, sintomáticas ou não, através de inquérito
sintomatológico dos que estão atualmente trabalhando in loco (formato
presencial). Paralelamente, será realizada a coleta de swab de nasofaringeo
com teste de RT-PCR para SARS-CoV-2. Os resultados dos exames serão
utilizados para a aplicação de medidas no sentido de reduzir a transmissão de
COVID-19, no local de trabalho e na comunidade da Unicamp.
DETALHAMENTO DO PROCESSO DE TESTAGEM:
1. Inicia-se com a auto avaliação diária das pessoas envolvidas com trabalho ou
estudo in loco, através de um inquérito quanto à presença de sintomas
gripais
2. Pessoas com sintomas respiratórios ou outros sintomas sugestivos de
COVID-19 serão afastadas imediatamente de suas atividades presenciais
3. Concomitantemente, todas estas pessoas são testadas para SARS-CoV-2
através de coleta de swab nasofaringeo e realização de RT-PCR, estando ou
não com suspeita de COVID-19;
4. Aqueles que apresentarem resultado de RT-PCR = detectado serão
afastados de suas atividades presenciais;
5. A partir da detecção de um caso positivo para SARS-CoV-2, será elaborada
sua lista de contatos, e todos os contatos que façam parte da comunidade da
Unicamp serão testados imediatamente por RT-PCR;
6. Os contatos positivos serão notificados e afastados segundo normas já
instituídas pelo CECOM/DSO;
Estas etapas do processo visam evitar a ocorrência de surtos no ambiente de
trabalho/estudo.
7. Tendo em mãos os resultados dos exames de RT-PCR, será determinada a
prevalência de colaboradores com RT-PCR = detectado (positivo) para
SARS-CoV-2 dentro da comunidade universitária;
8. Finalmente, também será efetuado inquérito sorológico de todas as pessoas,
com estimativa de prevalência da presença de pessoas com anticorpos na
comunidade, como será descrito a seguir.
A investigação posterior de casos será feita por busca ativa de contatos
através da metodologia “cluster-based approach” / “contact tracing”
A partir do momento em que todos que estejam com atividade presencial na
Unicamp forem testados por RT-PCR, com a identificação e manejo dos casos
positivos, e que seja determinada a prevalência de pessoas com presença de
anticorpos “protetores”, será mantida uma estratégia de vigilância epidemiológica
baseada nas metodologias “cluster-based approach” e “contact tracing”, descrita a
seguir:
METODOLOGIAS “CLUSTER-BASED APPROACH” E “CONTACT TRACING”
A metodologia aqui proposta para identificação de casos positivos de COVID-19 e
monitoramento dos seus contatos, a fim de evitar a disseminação do vírus, é
fundamentada na associação de duas ferramentas complementares:
1. “Cluster-based approach” - nesta estratégia pequenos agrupamentos de
pessoas confirmadas com resultado positivo (“clusters”) são rastreadas em
busca da rápida identificação e isolamento da pessoa com alto grau de
transmissibilidade que foi a fonte original da infecção no grupo, impedindo a
propagação da infecção.
2. “Contact Tracing” significa o processo de identificação e manejo de pessoas
que foram expostas à uma doença infecciosa e transmissível, prevenindo,
assim, a transmissão no local. Quando aplicada de forma sistemática, esta
ferramenta tem o grande potencial de quebrar a cadeia de transmissão da
doença infecciosa, sendo valiosa para o controle de surtos em comunidades.
Assim, todas as pessoas da comunidade que estiveram presentes no mesmo
local onde ocorreu um caso positivo (RT-PCR=detectado) sintomático ou
assintomático irão ser identificadas e testadas, também sem relação com a
sua presença ou ausência de sintomas;
Para tanto, a “cluster-based approach” e a “contact tracing” irão requer a
formação de uma equipe de profissionais, detectando e acompanhando
ininterruptamente possíveis “clusters”, casos fonte e contatos por até 14 dias
do momento de exposição ao “caso detectado”.
Com o propósito de adesão dos membros da comunidade da Unicamp a este
ambicioso plano de ação coletivo (premissa para que seja bem sucedido), será
fundamental que todos se sintam parte importante dele. Deve-se, ademais, enfatizar
a necessidade de solidariedade e reciprocidade para o bem estar comum da
comunidade universitária.
CENÁRIOS EPIDEMIOLÓGICOS
Tendo em vista a disponibilidade do teste molecular de RT-PCR para a comunidade
da UNICAMP e a testagem para detecção de anticorpos, todo o processo do cenário
epidemiológico será baseado em testagem e diagnóstico.
O ciclo desta ação de vigilância estará completo com:
● Identificação eficaz dos contatos (formas já descritas anteriormente)
● Informação destes contatos quanto à sua condição de exposição, e
orientações para autoavaliação de sintomas, cuidados de quarentena e
testagem
● Monitorização diária - refere-se à comunicação regular entre o time de
contact tracing e a pessoa exposta, para monitorização de sintomas de
doença. No entanto, deve-se estimular que a pessoa exposta também se
comunique com o time de contact tracing para reportar o início de sintomas.
Caso a pessoa exposta não consiga ser encontrada, deve-se entrar em
contato com amigos e familiares em sua busca.
● Análise de Indicadores - deve-se compilar e analisar diariamente os
indicadores resultantes da busca ativa de contatos e do seu seguimento. São
exemplos de indicadores diários:
INDICADOR DEFINIÇÃO APLICAÇÃO
Proporção de contatos avaliados
No contatos avaliados/no contatos em seguimento (estratificado por tipo de contato, área, etc.)
- Monitorar a
- Monitorar a
cobertura de Vigilância - Identificar áreas de baixa vigilância - Identificar baixa performance do método “contact tracing” ou do “contact tracer”
cobertura de Vigilância - Identificar áreas de baixa vigilância - Identificar baixa performance do método “contact tracing” ou do “contact tracer”
Proporção de contatos perdidos no seguimento (ex. > 2 dias)
No contatos não avaliados por >2 dias consecutivos/No contatos em seguimento
- Identificar áreas
- Identificar áreas
com baixa cobertura e alto risco de disseminação - Identificar indivíduos que precisam ser localizados
com baixa cobertura e alto risco de disseminação - Identificar indivíduos que precisam ser localizados
Proporção de contatos que se tornaram “casos”
No novos casos confirmados/No contatos em seguimento
- Monitorar a
- Monitorar a
qualidade do método “contact tracing” (a ausência de contatos suspeitos pode sugerir que o monitoramento não está sendo de qualidade) - Monitorar a
qualidade do método “contact tracing” (a ausência de contatos suspeitos pode sugerir que o monitoramento não está sendo de qualidade) - Monitorar a
dinâmica do surto
Proporção de casos novos que eram sabidamente contatos
No casos novos confirmados entre os contatos/No casos novos confirmados
Traçar a qualidade e quanto foi completado da identificação do contato
Traçar a qualidade e quanto foi completado da identificação do contato
Tempo entre o início do sintoma e a confirmação do
No horas/dias entre o início do sintoma no contato e o
Traçar a performance da rapidez em identificar o caso
Traçar a performance da rapidez em identificar o caso
caso isolamento do
caso/confirmação
[i]WHO, Contract tracing in the context of COVID-19. Interim guidance, 10 May, 2020.
PROTEÇÃO DOS DADOS
Como esta metodologia envolve a comunicação de problemas e informações sobre
as pessoas e seu estado de saúde, estas deverão ser informadas a respeito da
privacidade e confidencialidade dos seus dados pessoais. Da mesma forma, todo o
time envolvido em contact tracing deve ser treinado para que a informação
coletada seja resguardada sob princípios éticos e o sigilo que lhe é devido. Os
dados deverão estar sob a guarda da UNICAMP, devendo ser definido pela própria
Universidade a sua utilização em prol da comunidade.
INQUÉRITO SINTOMATOLÓGICO
Deverá ser respondido diariamente por todos os alunos, professores e
profissionais que estejam com atividades in locu na Universidade. A forma
preferencial de preenchido será através de aplicativo, que pode ser baixado em
smartphone ou computador; em casos restritos de impossibilidade, deverá ser
respondido manualmente em formulário de papel. Consta das seguintes etapas:
● Todos os dias, antes de iniciar suas atividades presenciais, deve-se acessar
o aplicativo e inserir código identificador e senha. Não acessar o aplicativo
implicará em ausência, e poderá ser considerado como falta ao
trabalho/estudo.
● Na sequência, deverão ser respondidas questões relativas à presença de
sinais e sintomas, que, em conjunto, poderão sugerir a COVID-19. São
exemplos:
i. Já teve COVID-19 ?
❏ Confirmada por RT-PCR ou sorologia
❏ Teve apenas sintomas
❏ Data do início da doença
ii.Teve ou tem contato no núcleo familiar com pessoa suspeita de COVID-19,
ou com doença confirmada?
iii.Febre – medida ou não
iv.Tosse
v. Falta de ar
vi. Cefaleia
vii. Dor de garganta
viii. Sensação de opressão no peito
ix. Anosmia (não sentir cheiros)
x. Ageusia (não sentir o gosto dos alimentos)
xi. Mal-estar intenso
xii. Fadiga
● Um software deverá rastrear e apontar as pessoas com sintomatologia que
compõe um quadro suspeito de COVID-10, e enviar mensagem automática
para comparecimento ao CECOM com o fim de avaliação clínica e coleta de
swab nasofaringeo para testagem de SARS-CoV-2 por RT-PCR.
TESTAGEM PARA DETERMINAÇÃO DE INQUÉRITO SORO EPIDEMIOLÓGICO
Pode-se ter como base dois tipos de testes para a determinação de anticorpos:
teste rápido ou teste com dosagem sérica de anticorpos. A testagem sorológica
será realizada, em um primeiro momento, em todos os profissionais que estão
trabalhando in loco, para determinar a prevalência de colaboradores já com
presença de anticorpos “protetores”. Um segundo inquérito soro-epidemiológico
somente será realizado se ocorrerem situações consideradas excepcionais e após
análise do GT-6.
1. Teste rápido para detecção de anticorpos totais IGG/IGM (point-of-care):
❏ Vantagens: Custo menor; rapidez e facilidade na execução; não requer
pessoal da área da saúde especializado; resultado rápido;
❏ Desvantagens:Menor sensibilidade do que os testes realizados a partir
de soro; baixa sensibilidade na primeira semana do início da infecção
ou dos sintomas (<30.1%) - a sensibilidade aumenta a partir da 3a
semana após o início da infecção ou dos sintomas.
❏ É qualitativo: a leitura do resultado é “positivo” ou “negativo”, através
do aparecimento de banda; portanto, não possui leitura de títulos de
anticorpo (teste quantitativo)
❏ É recomendado e encorajado pela OMS para fins de pesquisa, até que
sejam definidas as indicações[i]. Não é recomendado para o cuidado
do paciente e para decisão diagnóstica.
2. Teste sorológico com dosagem sérica de anticorpos IGG/IGG ou somente de
anticorpos IGG[ii]:
❏ Vantagem: Maior sensibilidade do que os testes point-of-care (testes
rápidos);
❏ Desvantagens: Maior custo; requer pessoal especializado para coleta
de sangue e para a realização do teste; requer equipamento
laboratorial; maior demora na obtenção dos resultados;
❏ Sensibilidade varia de acordo com o período após a infecção ou início
dos sintomas e de acordo com o tipo de anticorpo pesquisado (IgG,
IgM ou IgA)
6.1.2 PLANO PARA A FASE DE RETORNO ESCALONADO AO
TRABALHO/ESTUDO
Antes de ser dado início ao retorno destas pessoas em porcentagem pré-definida
em plano institucional aos seus postos de trabalho/estudo, é importante que seja
conhecido o cenário soro-epidemiológico atual de cada área da Universidade,
através do desvelo da situação atual de cada um que encontra-se atuante in locu
(plano descrito no item 6.1.1).
CONSIDERAÇÕES:
● Os times de testagem e vigilância deverão tomar conhecimento prévio das
áreas que estarão retornando, bem como o nome e o número de cada
pessoa.
● O plano de testagem será o mesmo já aplicado para as pessoas em situação
presencial atual.
● As pessoas deverão ser convocadas pelo menos 48 a 72 horas antes da data
prevista para seu retorno para a avaliação do inquérito de sintomas e da
testagem.
● É muito importante que cada pessoa seja orientada sobre a importância de
responder (e responda diariamente) ao inquérito sintomático, assim como a
respeito das recomendações de precaução para COVID-19 adotadas pela
UNICAMP;
● Serão colhidos RT-PCR e o teste sorológico que for definido pela UNICAMP;
● A pessoa deverá aguardar os resultados e orientações antes do retorno às
atividades.
● Esta ação deverá ser repetida para cada grupo de pessoas que estiver
voltando à Unicamp.
Finalmente, recomenda-se manter a vigilância dos sintomas e da testagem durante
todo o período em que houver a pandemia, esperando-se aprimorá-la a partir da
inclusão de novos conhecimentos sobre a COVID-19.
6.2 PLANO DE TESTAGEM PARA A ÁREA HOSPITALAR (34-38)
DEFINIÇÃO DE PROFISSIONAL DE SAÚDE (PS)
Todo profissional que trabalha na área da saúde do HC e do CAISM -UNICAMP,
incluindo médicos, enfermagem, farmacêuticoS, dentistaS, psicólogos, nutrição,
limpeza (mesmo sendo colaboradores de empresa contratada pela Unicamp),
fisioterapeutas, entre outros.
O CENÁRIO
Segundo a OMS,
“os profissionais de saúde estão na linha de frente de resposta ao surto de COVID-19 e, como tal, estão expostos a riscos que os colocam em risco de infecção. Os riscos incluem exposição a patógenos, longas horas de trabalho, sofrimento psicológico, fadiga, esgotamento profissional, estigma e violência física e psicológica”. (34)
Por esta razão, impelem empregadores e gestores a assumir sua responsabilidade
na garantia de que todas as medidas preventivas e de proteção necessárias sejam
tomadas para minimizar os riscos de saúde e segurança profissional desta classe
de trabalhadores, e oferecem uma ferramenta de avaliação de risco de exposição,
que leva em consideração a presença e tipo de interação com pacientes portadores
de Covid-19, e tipos de procedimento realizados nestes pacientes, com ênfase aos
geradores de aerossóis.(35)
E este risco tem consequências comprovadas cientificamente: de 138 pacientes
internados com pneumonia por COVID-19 em Wuhan, China, 57 (41,3%) haviam
sido presumivelmente infectados no hospital: 17 (12,3%) já estavam hospitalizados
por outros motivos e 40 (29%) eram trabalhadores de saúde. (36)
Huff & Sing também analisaram as evidências de transmissão assintomática do
SARS-CoV-2 para profissionais de saúde em instituições de saúde de vários países,
encontrando índices preocupantes de contaminação de profissionais de saúde na
Itália (10% até 5 de abril de 2020); EUA (19% dos casos relatados ao CDC entre
12/02 e 9/4/2020); China (29% dos casos internados em um hospital de Wuhan) e
Reino Unido (50% da força de trabalho da sala de emergência de um hospital).(37)
No Brasil, até 14 de maio de 2020 os profissionais de saúde representavam cerca
de 16% dos casos confirmados de COVID-19 (com mais 114.301 em investigação),
sendo 34% técnicos de enfermagem, 16,9% enfermeiros, 13,3% médicos e 4,3%
recepcionistas.(38)
Desta forma, fez-se necessário planejar e implantar um plano contínuo de testagem
para profissionais que trabalham na área de saúde da Universidade, e para os
pacientes internados em suas instalações.
PLANO DE AÇÃO
1) Realizar testagem universal de todos os pacientes internados no HC e CAISM E de
todos todos os pacientes que se internam nestes hospitais, no momento da
internação;
2) Realizar testagem semanal de todos os pacientes que estão internados por outros
motivos (“não COVID-19), e de todos que testaram negativos anteriormente;
3) Investigar pacientes e profissionais, em situação de surto, através da metodologia
“cluster-based approach”, e “contact tracing”, incluindo todos os profissionais
envolvidos da área médica, enfermagem, nutrição, fisioterapia, limpeza (terceirizado)
e qualquer outro profissional que tenha tido contado com o caso de SARS-CoV-2
detectado;
4) Testar todos os demais profissionais das áreas hospitalares de acordo com a sua
classificação de risco.
As ações acima descritas foram desenhadas com foco na identificação de indivíduos
com RT-PCR = DETECTADO para SARS-CoV-2, para, posteriormente, serem
aplicadas medidas cabíveis com foco em se reduzir a transmissão intra-hospitalar de
COVID-19, no atual momento pandêmico.
Em conjunto com o RT-PCR, será realizado inquérito sorológico com todos os PS do
HC e do CAISM, com o objetivo de determinar a soroprevalência de anticorpos contra
SARS-COV-2, indicando infecção anterior (passada). Para isso, serão utilizados dois
testes sorológicos: um teste que detecta anticorpos totais IgM / IgG ( Roche®) e,
somente naqueles que apresentarem anticorpos detectados no primeiro teste, em
seguida, será realizado um segundo teste para determinar se os anticorpos
detectados são do tipo IgG (Abbott®).
1. Toda população - pacientes e profissionais da saúde - será
testada através da técnica de RT-PCR em material obtido do
swab combinado de oro e nasofaringe
2. Todos os profissionais da saúde serão testados para a
detecção de anticorpos IGM/IGG e IGG por testes sorológicos
Com base nestes dados, e sob a abordagem já descrita anteriormente baseada em
clusters, cada cluster é rastreado para o encontro de uma possível fonte original de
infecção, que pode ser um PS ou um paciente infectado. Pessoas doentes ou com
testes de RT-PCR = detectado podem apresentar alta transmissibilidade, devendo ser
afastadas e isoladas para impedir a propagação da infecção. Por esse motivo, é
realizado um teste molecular, não sendo necessária uma ampla testagem de toda a
comunidade do hospital, em um primeiro momento, em contraste com abordagens
adotadas em outros locais. A estratégia, baseada em cluster, é condicionada a um
ambiente onde existe um número de pessoas infectadas, e onde os clusters são
rastreáveis desde o início.
OBJETIVOS PRINCIPAIS
1. Detectar precocemente pacientes e profissionais de saúde portadores de
SARS-CoV-2, sintomáticos ou assintomáticos, visando a redução da
transmissão intra hospitalar deste vírus e a promoção da saúde de toda a
comunidade dos hospitais em questão; e
2. Determinar a soroprevalência de anticorpos contra SARS-COV-2 nos PS.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1. Testar todo e qualquer paciente que interna, independente do mesmo ter a
suspeita de estar com COVID-19;
2. Determinar a prevalência de pacientes internados com RT-PCR= detectado para
SARS-CoV-2;
3. Fazer coorte de pacientes com RT-PCR = detectado/não detectado/quarentena;
4. Determinar a prevalência de PS com RT-PCR = detectado para SARS-Cov-2;
a. A partir da detecção de um caso positivo para SARS-CoV-2, seja em paciente
ou em PS, será elaborada uma lista de contatos e todos serão testados,
notificando-se e afastando-se os positivos;
5. Promover a auto avaliação diária dos profissionais da saúde que estão
envolvidos na assistência aos pacientes, em relação à presença de sintomas
gripais.
6. Realizar avaliação de inquérito sorológico de todos os PS do HC UNICAMP,
com identificação de anticorpos, como descrito a seguir.
7. Afastar os PS sintomáticos respiratórios ou com sintomas sugestivos de
COVID-19 e afastar os PS assintomáticos com resultado de RT-PCR=
detectado;
8. Reduzir a ocorrência de surtos intra-hospitalares.
Os resultados desta testagem servirão para embasar os gestores na redefinição de
algumas estratégias para atividades hospitalares e assistenciais, tais como no
redimensionamento de leitos para pacientes COVID-19 e não COVID-19; fornecer
informações minuciosas sobre o panorama do atual momento da infecção, tanto em
pacientes como em PS; a aplicação de medidas administrativas baseadas em dados
atualizados; e na redução da ocorrência de surtos e infecção cruzada no HC e
CAISM-UNICAMP.
CONSIDERAÇÕES COM A TESTAGEM E MANEJO DOS PACIENTES
INTERNADOS
● A coleta do swab não deverá retardar a Internação;
● Será feita em sala de procedimentos, ou no próprio leito do paciente;
● Não há necessidade de limpeza terminal após a coleta do swab;
● Em caso de paciente pediátrico, deve ser coletado swab também do
acompanhante.
● Inicialmente serão testados com RT-PCR todos os pacientes internados, na sua
própria unidade de internação, com coletado realizada pela equipe de
enfermagem da área, com o objetivo de identificar os pacientes que ainda não
realizaram testagem molecular. A seguir, a testagem será realizada
semanalmente, em todos os pacientes que resultarem negativos, durante TODO
o tempo de internação.
● RT-PCR detectado/não detectado e quarentena
❏ Os pacientes que apresentarem resultados de RT-PCR = detectado nas
unidades de internação, sempre que possível, irão dividir o mesmo quarto;
❏ Os pacientes que apresentarem resultados de RT-PCR = não detectado, nas
unidades de internação, sempre que possível, irão dividir o mesmo quarto ;
❏ Os pacientes que apresentarem resultados de RT-PCR = indeterminado,
insuficiente ou pendente, deverão permanecer no mesmo leito, até o resultado
de um segundo RT- PCR.
❏ Pacientes em Quarentena: são todos os pacientes que compartilharam o
mesmo quarto por mais de 24 horas com um ou mais pacientes com
RT-PCR=detectado.
DETERMINAÇÃO DA PREVALÊNCIA DE PS com RT-PCR = DETECTADO PARA
SARS-CoV-2 COM BASE NA METODOLOGIA “CLUSTER-BASED RESEARCH”
A partir da detecção de um caso positivo para SARS-CoV-2, seja ele paciente ou PS,
será elaborada uma lista, por área ou setor hospitalar, de todos os contatos expostos
temporo- espacialmente, e, todos serão testados; os positivos serão afastados e
notificados.
A determinação da prevalência dos PS será realizada em duas fases:
1. A primeira, em paralelo com a investigação da prevalência dos pacientes, para
os profissionais que foram expostos por ocasião de surto intra-hospitalar ou de
exposição desprotegida a colega de trabalho ou paciente com RT-PCR=
detectado (“cluster- research based”); e
2. A segunda será uma fase de testagem universal dos PS sintomáticos ou
assintomáticos, através de prioridades determinadas por área de risco
CONSIDERAÇÕES
1. Deverá se formar uma sólida e dinâmica estratégia de reconhecimento de todo
paciente internado em área hospitalar ou de todo PS com resultado de RT-PCR
= detectado, através da vigilância laboratorial diária de COVID-19.
2. Frente a um resultado positivo para SARS-CoV-2, o supervisor de enfermagem
deverá elaborar uma lista com os profissionais expostos das diversas
categorias - enfermagem, fisioterapia, nutrição e limpeza (terceirizado) - que
circularam na área no mesmo período do “caso detectado”; o chefe médico da
especialidade fará o mesmo com a lista de médicos expostos; e os responsáveis
das demais áreas como engenharia, capelania, informática, também farão as
suas respectivas listas.
3. A listas contendo o nome dos profissionais médicos e de enfermagem serão
checadas, com o fim de verificar aqueles que já foram testados e cujos
resultados foram = “detectado”; esses profissionais NÃO irão colher novo teste.
4. Será então, elaborada uma planilha de testagem em escalonamento diário, para
a coleta de swab nasofaringeo para RT-PCR.
5. No dia e local agendados para coleta, o PS deverá inicialmente ser avaliado
quanto à presença de sintomatologia suspeita de COVID-19, através de
formulário Google forms. Se o PS estiver sintomático, ele será encaminhado ao
CECOM para exame físico, coleta de swab e afastamento do trabalho; e,
estando sem sintomas, é encaminhado para que se proceda a coleta de swab.
6. Os resultados serão comunicados aos profissionais, para que sejam tomadas as
medidas preventivas de disseminação intra-hospitalar, e serão comunicados às
equipes que cuidam dos pacientes.
7. Todos os profissionais que apresentarem RT-PCR = detectado serão afastados
por 14 dias, de acordo com plano elaborado, em conjunto, por
SEH-HC-UNICAMP, CECOM, CCIH-CAISM, DSO e SESMT.
AUTO AVALIAÇÃO DIÁRIA DOS PS ENVOLVIDOS NA ASSISTÊNCIA
Um formulário com um conjunto de dados estará disponível em cada unidade de
internação; todo profissional que prestar assistência, em qualquer período, deverá
preencher os dados deste formulário, assim que adentrar à sua unidade. As respostas
servirão para a identificação precoce de profissionais sintomáticos, que serão
instruídos a procurar atendimento e realizar testagem no CECOM.
O formulário também servirá como material para a investigação de futuros surtos intra-
hospitalares, sendo utilizado como um rastreador de profissionais que adentraram à
unidade em questão, e que, consequentemente, tiveram potencial exposição.
AFASTAMENTO DE PS SINTOMÁTICOS RESPIRATÓRIOS OU COM OUTROS
SINTOMAS SUSPEITOS DE COVID-19
Todos os PS com sintomas compatíveis com COVID-19, assim como aqueles com RT-
PCR=detectado serão afastados do trabalho de acordo com as normas já
estabelecidas. Toda a lógica deste projeto está baseada na busca ativa de casos
COVID-19, sintomáticos ou assintomáticos, a partir de um caso RT-PCR= positivo.
Desta forma, a detecção de casos, o afastamento e a notificação são as chaves para o
controle da transmissão: o afastamento de potenciais pessoas/pacientes
transmissores do SARS-CoV-2 é fundamental para o controle de novos
casos/infecções no ambiente hospitalar.
CONTER A OCORRÊNCIA DE TRANSMISSÃO INTRA HOSPITALAR
A prevenção da ocorrência de surtos intra-hospitalares de COVID-19 e da transmissão
de SARS-CoV-2 entre PS, representará a eficácia do resultado deste trabalho como
um todo.
REALIZAR INQUÉRITO DE SOROPREVALÊNCIA DE ANTICORPOS DE
SARS-CoV-2 ENTRE PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Seu objetivo é conhecer a soroprevalência de SARS-CoV-2 desta população pela
detecção da presença de anticorpos reagentes.
Inicialmente será realizado exame sorológico para detecção de anticorpos totais
IgG/IgM (Roche-Elecsys®); caso este primeiro esteja reagente, realizar-se-á o
segundo teste confirmatório, para dosagem de IgG (Abbott®), utilizando-se a mesma
amostra. Ambos os exames são realizados pela técnica de eletroquimioluminescência.
O teste sorológico será coletado através de punção venosa periférica de todos os
profissionais da saúde do HC e CAISM no mesmo momento da coleta de swab para
RT-PCR, dentro de rotina já instituída.
Serão convocados para coleta: PS que não tenham apresentado sintomas gripais em
nenhum momento durante a pandemia; PS com história de quadro gripal com RT-PCR
positivo ; e PS com história de quadro gripal e RT-PCR negativo.A interpretação e
conduta em relação ao resultado está descrita na tabela abaixo:
SOROLOGIA RT-PCR SIGNIFICADO
Não reagente Não detectado Não há evidência de
infecção pelo novo coronavírus
1o Reagente
2o IgG reagente
Não detectado Há evidência de infecção
anterior pelo novo coronavírus
1o Reagente
2o IgG não reagente
Não detectado Há evidência de infecção
anterior pelo novo coronavírus
1o Reagente
2o IgG não reagente
Detectado Há evidência de infecção
atual pelo novo coronavírus
Não reagente Detectado Há evidência de infecção
atual pelo novo coronavírus
É importante enfatizar que os profissionais que apresentarem testes sorológicos
reagentes devem manter suas rotina de trabalho, realizando as mesmas medidas de
proteção individual.
Finalmente, os PS com resultados RT-PCR=detectado e aqueles com resultados não
reagentes para os teste sorológicos serão orientados e acompanhados pelo CECOM,
DSO e SESMT.
8. PROPOSTA DE ACOMPANHAMENTO EM SAÚDE MENTAL DA
COMUNIDADE DA UNICAMP NO RETORNO ÀS SUAS ATIVIDADES
A comunidade da Unicamp é composta por docentes, servidores da carreira
PAEPE, alunos de graduação e de pós graduação, além de alunos especiais e
estagiários, somando uma população de aproximadamente 50 mil pessoas.
Os diferentes corpos da Universidade apresentam perfis sociodemográficos e de
transtornos mentais distintos, o que implica na necessidade de se dispor de
diferentes abordagens e estratégias no cuidado em saúde mental dessa população.
8.1 ACOMPANHAMENTO EM SAÚDE MENTAL DE ESTUDANTES
A população de estudantes, em sua maioria, está bastante familiarizada com a
tecnologia e com o uso de mídias digitais, além de ter acesso a esses meios, tendo
em vista que equipamentos foram providenciados para todos aqueles que não os
7. FLUXO DE ACOMPANHAMENTO MÉDICO E EPIDEMIOLÓGICO
possuíam, a fim de que pudessem acompanhar as aulas remotas.
Além disso, foi necessário fechar de maneira temporária o prédio onde o SAPPE
funciona, planejando-se realizar a adaptação do seu espaço físico para que seja
possível voltar a utilizá-lo com segurança.
Ciente destas considerações, o SAPPE tem procurado realizar a maioria dos seus
atendimentos em psiquiatria via telemedicina, pois as médicas psiquiatras já haviam
providenciado sua certificação digital.
No entanto, é importante destacar que existe uma parcela menor de estudantes que
não regressaram para suas cidades de origem (em especial os indígenas), e que
não se adaptaram ao meio eletrônico; e outros, ainda, sem privacidade em casa
para esta modalidade de atendimento. Além disso, casos mais graves também
exigem avaliação presencial. Para atender esse grupo, o SAPPE tem oferecido
atendimento psiquiátrico presencial em esquema de plantão, diariamente, das 11 às
14h, em sala no prédio do CECOM, que já oferece as condições de higiene
necessárias.
8.2 ACOMPANHAMENTO EM SAÚDE MENTAL DE FUNCIONÁRIOS DOCENTES
E NÃO DOCENTES NO CECOM
A população de funcionários não docentes acompanhada em saúde mental pela
equipe do CECOM possui perfil sociodemográfico diferente dos alunos, sendo a
faixa etária superior a dos alunos de graduação e maioria dos alunos de
pós-graduação. Não se conhece ao certo quantos deles têm acesso, ou quantos
são adeptos a uma abordagem através de mídias digitais. Para citar um exemplo, o
CECOM desenvolve um programa voltado para quadros demenciais (Programa
“Cuide de Sua Memória”) – que tem cerca de 250 pacientes inscritos. Ou seja, há
uma parcela da população atendida que sofre de déficit cognitivo em algum grau
(vide tabela de diagnósticos de atendimento pela psiquiatria), e que pode
representar alguma dificuldade para essa abordagem.
Em 2019, no CECOM, foram realizadas 2738 consultas em psiquiatria e 2092
atendimentos de psicologia. O gráfico abaixo apresenta a sua distribuição por CID:
Gráfico – Consultas psiquiátricas CECOM 2019 por CID
Já na Divisão de Saúde Ocupacional (DSO), em 2019 foram atendidos 359
servidores com alguma demanda em saúde mental; destes, 130 apresentavam
quadros crônicos relacionados a transtornos mentais (CID F), que necessitam de
alguma modalidade de intervenção. Desses, 42 possuíam problemas relacionados
ao uso abusivo e/ou dependência de álcool ou substâncias psicoativas, sendo
acompanhados semanalmente pelo programa de dependência química da DSO, em
parceria com o ASPA (Ambulatório de Substâncias Psicoativas do HC Unicamp), e
pelo CECOM, em alguns casos. Quanto aos funcionários em afastamento por
transtornos mentais, cerca de 80% deles são acompanhados no CECOM. Durante o
período de isolamento social, a DSO vem realizando contatos telefônicos ou por
áudio com pacientes que necessitam de acompanhamento mais próximo, pois
perceberam que são mais acessíveis a essa modalidade do que a atendimento via
computador ou por chamada de vídeo em smartphones.
Na fase zero do plano de retorno institucional à volta das atividades presenciais, o
atendimento no CECOM tem sido oferecido na modalidade de plantões presenciais
da equipe de saúde mental, composta por psiquiatras e psicólogos, em turnos de
6h. Excepcionalmente, a equipe de psicologia tem realizado alguns atendimentos
via remota, através de computador. Como já era esperado, e seguindo-se a
tendência observada em outros serviços, a procura e a frequência dos atendimentos
sofreram redução, ao menos inicialmente. No entanto, os pacientes mantêm suas
condições exigentes de atenção, o que se faz supor a existência de um
represamento progressivo da demanda, além de não ser possível avaliar a presença
de agravamento da doença, uma vez que os retornos não estão ocorrendo com a
sua frequência adequada. No contexto da pandemia, além do agravamento de
patologias preexistentes, também ocorrem transtornos adaptativos, luto, estresse
pós-traumático, dentre outras condições que merecem atenção da equipe de saúde
mental.
Levando em conta esse cenário, a proposta de cuidado para pacientes
acompanhados pelo CECOM nas próximas fases envolve as seguintes estratégias:
1. Busca ativa/monitoramento dos pacientes mais graves ou em crise através de
contato telefônico, que pode ser realizado por membro da equipe de psicologia ou
estagiário;
2. Retomada do atendimento presencial destes casos mais graves ou em crise
observando-se cuidados de higiene, ventilação da sala, e principalmente a
separação entre os fluxos de pacientes suspeitos de Covid e atendidos pela saúde
mental, tendo em vista reduzir a exposição dos profissionais envolvidos.
ACOMPANHAMENTO EM SAÚDE MENTAL DE DOCENTES NO CONTEXTO DA
PANDEMIA – INICIATIVA SAPPE/CECOM
O CECOM é o serviço de referência para a população de docentes da Unicamp, e
tem realizado esse acompanhamento. No entanto, frente a situações ocorridas no
contexto da pandemia, dentre os quais há luto, transtornos adaptativos e
dificuldades no manejo de situações envolvendo alunos, decidiu-se por implantar
uma ação conjunta entre SAPPE e CECOM no desenvolvimento de atividades
direcionadas à saúde mental dessa população.
Essa iniciativa consistirá na oferta de atendimento remoto em grupos, conduzidos
por membro da equipe do SAPPE em conjunto com membro da equipe de
psicologia do CECOM. O atendimento será oferecido semanalmente, às terças –
feiras, das 12 às 13:30h, em grupo aberto e rotativo, com início programado para a
segunda quinzena de julho de 2020. A oferta desta nova ação deverá ser mantida
enquanto se fizer necessário, dentro do contexto da pandemia.
9. MANUTENÇÃO DA SAÚDE OCUPACIONAL DOS PS E ESTUDANTES DA
ÁREA EM MEIO À PANDEMIA (40)
As recomendações a seguir acatam a hierarquia de controles preconizada por
entidades como a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a European Agency
for Safety and Health at Work (OSHA-EU), a Occupational Safety and Health
Administration (OSHA-US) e a Fundação Jorge Duprat e Figueiredo – Fundacentro
(Brasil):
9.1 MEDIDAS DE CONTROLE DE ENGENHARIA
São alterações aplicáveis aos processos e ambientes de trabalho para prevenir a
propagação e reduzir a concentração de agentes infecciosos no ambiente de
trabalho, minimizar o número de áreas em que há exposição ao SARS-CoV-2 e
diminuir o número de pessoas expostas. Dentre as muitas medidas já em curso, o
DSC recomenda atenção para as seguintes:
● Considerar a impossibilidade de estabelecer com segurança, as áreas de
atendimento COVID e não-COVID, tomando o mais alto nível de proteção de
acordo com o princípio da precaução.
● Definir fluxos de acolhimento e triagem que possibilite a identificação e o
isolamento) de pacientes suspeitos de COVID-19, antes ou imediatamente
após a sua chegada ao estabelecimento de saúde, incluindo a realização de
testes de detecção do SARS-Cov-2.
● Disponibilizar, em todos os locais de trabalho, dispositivos de álcool gel 70%,
toalhas descartáveis, pias com água e sabão e lixeiras com capacidade
dimensionada para o serviço.
● Sinalizar, de modo claro e facilmente inteligível, todos os locais de trabalho
com as adequadas medidas de higiene pessoal e do ambiente.
● Providenciar que existam áreas destinadas para repouso dos trabalhadores
da área da saúde (médicos, enfermagem, outros), e que os repousos sejam
limpos adequadamente, no mínimo, a cada troca de turno, garantindo que
colchões e travesseiros sejam cobertos com capas impermeáveis e de fácil
limpeza, incluindo lençóis e cobertores devidamente higienizados e
acondicionados em sacos plásticos. Sempre que possível, identificar camas
e/ou poltronas com os nomes dos usuários do plantão.
● Garantir que equipamentos e superfícies de trabalho sejam higienizados,
idealmente, três vezes ao dia, ou mais frequentemente se necessário.
9.2 MEDIDAS DE CONTROLE ADMINISTRATIVO
Estas medidas exigem ações tanto do empregador/contratante quanto dos
trabalhadores. Normalmente, são alterações nas políticas ou rotinas de trabalho que
visam reduzir ou minimizar a exposição a um risco, sua duração, frequência ou
intensidade. Dentre as muitas medidas já em curso, o DSC recomenda atenção
para as seguintes:
● Ampla divulgação do plano do serviço para contingência e enfrentamento à
COVID-19, com livre acesso a todos os trabalhadores de saúde.
● Ampla divulgação dos dados referentes à COVID-19 como doença
relacionada ao trabalho no serviço de saúde.
● Ampliação dos programas de treinamento, em modelo que permita a
interação dos trabalhadores da saúde e possibilite interação com os
responsáveis pelo treinamento, incluindo três frentes:
❏ Treinamento sobre a COVID-19, visto se tratar de doença emergente
dentro de um cenário de incertezas e novas informações sobre meios
de transmissão,diagnóstico e tratamento;
❏ Treinamento sobre o serviço, incluindo o uso de sistemas, fluxos de
atendimento, protocolos terapêutico e de exames; e
❏ Treinamento sobre medidas de proteção, não exclusivamente ao uso
de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), mas também em
relação às medidas de proteção coletiva.
● Estabelecimento transparente sobre a cadeia de ajuda e/ou o
preceptores-supervisores do atendimento, especialmente para médicos
residentes e assistentes.
● Revisão dos protocolos de higienização e guarda de EPI, especialmente para
aqueles de uso prolongado e/ou de reuso.
● Revisar todos os fluxos de atendimentos, a fim de eliminar fluxos cruzados
que aumentem o risco de contaminação entre pacientes e trabalhadores de
saúde, em ambos os sentidos.
● Restringir o trânsito de indivíduos que possam servir de veículos de
transmissão para o SARS-CoV-2, incluindo familiares e visitantes de todos os
pacientes internados.
● Revisar os procedimentos de paramentação e desparamentação, priorizando
que estas ações sejam feitas com a devida assistência de um profissional
devidamente treinado.
● Redimensionar equipes de trabalho, considerando todos os trabalhadores da
saúde, incluindo próprios e terceirizados, articulando eficientemente equipes,
gestores e Recursos Humanos.
● Providenciar um survey diário sobre sintomas suspeitos de COVID-19 para
todos os trabalhadores, a cada início de turno, garantindo que casos
sintomáticos serão encaminhados e atendidos no Centro de Saúde
Comunitária (CECOM) para devida avaliação clínica e conduta.
● Garantir que todas as áreas serão submetidas a avaliação de risco para
transmissão de SARS-CoV-2, incluindo as frequentemente subestimadas
como restaurante, copa, áreas administrativas, dentre outras.
● Testar por RT-PCR todos os pacientes que sejam admitidos no serviço, a fim
de garantir o adequado manejo durante a internação.
● Testar por RT- PCR todos os pacientes internados que ainda não o tenham
feito, a fim de garantir o adequado manejo de internação.
● Testar por RT- PCR todos os trabalhadores da saúde, incluindo terceiros, a
fim de garantir o adequado manejo de equipes. Retestar periodicamente os
casos negativos.
● Treinar representantes de equipes para avaliar a efetividade das medidas de
prevenção e controle, através de observações de campo das condições de
trabalho.
● Criar canais de escuta para todos os trabalhadores, a fim de identificar
potenciais falhas e obter sugestões, em um ambiente seguro (blame free
environment).
9.3 MEDIDAS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
As Medidas de Proteção Individual são imprescindíveis para minimizar os riscos de
contato de trabalhadores de saúde com o vírus SARS-CoV-2. Envolvem o uso de
Equipamentos de Proteção Individual (EPI), mas também medidas de suporte para
as pessoas. Por serem a camada mais frágil na hierarquia de controles, merecem
atenção especial e contínua para garantir sua eficiência. Dentre as muitas medidas
já em curso, o DSC recomenda atenção para as seguintes:
● Disponibilizar EPI adequados para cada indicação de uso.
● Identificar situações não planejadas onde o uso de EPI possa ser
redimensionado.
● Garantir que o local de higienização de EPI reutilizados não seja o mesmo do
local de paramentação ou armazenamento e guarda de EPI sem utilização.
● Disponibilizar local adequado de guarda de EPI evitando-se a contaminação
cruzada dos dispositivos.
● Oferecer apoio psicológico/de saúde mental para todos os trabalhadores
potencialmente expostos, proativo e de busca espontânea, divulgando
constantemente os serviços já disponíveis para esse fim na Universidade
como o GAPS/FCM, a DSO/DGRH e o CECOM.
10. NORMATIVAS ESTABELECIDAS PELO GOVERNO DO ESTADO DE SÃO
PAULO PARA A ÁREA DA EDUCAÇÃO (41-43)
De acordo com o Decreto Estadual no. 65.061, de 13.07.2020, a retomada das aulas
e demais atividades presenciais no Estado de São Paulo irá ocorrer em três etapas,
com a presença de até 35% do número de estudantes matriculados na etapa I, 70%
na etapa II e 100% na etapa III. A implementação da primeira etapa terá início se a
área geográfica da unidade de ensino estiver na fase amarela ou verde, e se, no
período anterior de 28 dias consecutivos, observe-se o seguinte:
● Nos primeiros 14 dias, áreas que representam 80% da população do Estado
estejam classificadas nas fases amarela ou verde;
● Nos 14 dias subsequentes, a totalidade do território estadual esteja
classificada nas fases amarela ou verde.
Conforme previsto no artigo 3o, a passagem das unidades de ensino de uma etapa
a outra está condicionada aos seguintes critérios:
● Para a Etapa II, dependerá da classificação, por 14 dias consecutivos, na
fase verde, de áreas que concentrem ao menos 60% da população do
Estado;
● Para a Etapa III, dependerá da classificação, por 14 dias consecutivos, na
fase verde, de áreas que concentrem ao menos 80% da população do
Estado.
Para o ensino superior e educação profissional, no entanto, algumas atividades
poderão ser retomadas antes, desde que o Departamento Regional de Saúde
esteja, no mínimo, 14 dias na fase amarela do Plano São Paulo:
Artigo 3o, § 4 As instituições de ensino superior e de educação profissional
poderão retomar atividades presenciais práticas e laboratoriais, bem como,
nos cursos de medicina, farmácia, enfermagem, fisioterapia e odontologia,
as atividades de internato e estágio curricular obrigatório, desde que as
respectivas unidades: 1. Localizem-se, no período anterior de 14 dias
consecutivos, em área de fase amarela; e 2. Limitem a presença a até 35%
do número de alunos matriculados.
O governo estadual recomenda que o ensino remoto seja combinado com o retorno
gradual das atividades presenciais, e que estudantes e profissionais do grupo de
risco fiquem em casa na primeira fase.
O plano de retorno da Unicamp, publicado em junho de 2020, prevê, a princípio, um
retorno gradual do corpo discente, apenas a partir do período 3: com 25% dos
estudantes por 14 dias, 50% dos estudantes no período 4, por 14 dias, e 100% dos
estudantes a partir do período 5.
A realidade de cada unidade e curso deverá ser estudada para definir as disciplinas
que exigirão complementação presencial obrigatória. Entende-se que devem ser
priorizados os alunos concluintes de 2020, e, posteriormente, os ingressantes.
Foi realizada uma previsão, de acordo com os levantamentos de disciplinas
obrigatórias e priorizando-se os possíveis concluintes de 2020, do número de
estudantes de graduação da Unicamp que estará frequentando de forma presencial
a Universidade, durante o 2o semestre deste ano, e que será mostrada abaixo:
Tabela 1. Estudantes de graduação, tecnológicas e Ensino Técnico nos diversos Campi da Unicamp
que necessitam desenvolver atividades presenciais na Universidade (grupos prioritários com
disciplinas com vetores Práticas (P) e Laboratórios (L), que necessitam de atividades presenciais e
concluintes em 2020).
Campus Número de
estudantes
Número
estudantes
do grupo
% do total
% do total
no grupo
no grupo
prioritário
Cursos (disciplinas com
Cursos (disciplinas com
Cursos (disciplinas com
vetores práticas (P) e
vetores práticas (P) e
vetores práticas (P) e
Laboratórios (L), que
Laboratórios (L), que
prioritário:
com
atividades
práticas# e
concluintes
em 2020
necessitam de atividades
presenciais e concluintes em
2020
Estudantes
de Graduação e
Tecnológicos
Barão
Geraldo
14812 856 5,78 Medicina, Enfermagem,
Farmácia, Fonoaudiologia,
Engenharia Mecânica, Química,
Alimentos, Agrícola, Elétrica,
Química, Física, Dança, Teatro,
Música
Limeira-FT 2638 127 6,14 Engenharia Ambiental,
Engenharia de
Telecomunicações, Tecnologia
de Construção Civil, Tecnologia
de Manufatura, Análise e
Desenv. Sistemas, Tecnologia
de Construção de Estradas
Limeira -
FCA
1461 93 6,78 Engenharia de Produção,
Engenharia de Manufatura,
Nutrição, Ciências do Esporte
Piracicaba -
FOP
467 69 14,78 Odontologia
Estudantes
dos Colégios
Técnicos
Campinas -
COTUCA*
1931 483 25,00 Enfermagem, Eletroeletrônica,
Mecatrônica, Informática,
Eletrotécnica,Plásticos,
Segurança do Trabalho,
Desenvolvimento de Sistemas,
Meio Ambiente,
Telecomunicação e
especializações .
Limeira -
1417 450 31,70 Enfermagem Construção,
COTIL*
Cartografia, Mecânica,
Informática, Qualidade.
Total Geral
de estudantes
22726 2078 9,14% do
total dos
estudantes
# Práticas ou laboratório & Excluídas as licenciaturas (178 concluintes) * Anuário Estatístico 2019.
As atividades de pós-graduação dos estudantes envolvem em especial o
desenvolvimento dos projetos de pesquisa, que podem exigir que sejam feitos
experimentos e análise de dados em laboratórios especializados, ou coletas de
dados em ambientes específicos, como ocorre nas áreas da saúde e educação.
Desta forma, haverá uma real necessidade de retorno de parte dos estudantes de
pós- graduação da Unicamp, que hoje representam cerca de 140 mil alunos
matriculados nos programas de Mestrado e Doutorado, e de Mestrado profissional.
Na tabela abaixo, constam informações relativas ao número de estudantes de
pós-graduação que necessitam realizar suas atividades de forma presencial nos
campi em 2020. A tabela apresenta os números totais de estudantes por área de
conhecimento, e por campus, considerando-se: Campinas, Limeira-FCA, Limeira-FT
e Piracicaba-FOP.
Tabela 2. Estudantes de pós-graduação, por área de conhecimento nos diversos Campi da Unicamp
que necessitam desenvolver atividades presenciais na Universidade (laboratórios e locais de coletas
de dados).
CAMPUS ÁREA No ESTUDANTES
Campinas Artes 20
Saúde e Biológicas 413
Engenharias 302
Exatas 201
Humanas 331
TOTAL - Campinas 1257
Limeira - FCA Saúde e Biológicas 35
Engenharias e Tecnológicas 11
Humanas 8
TOTAL Limeira - FCA 55
Limeira - FT Engenharias e Tecnológicas 17
Piracicaba - FOP Saúde e Biológicas 206
Total Geral 1544
Fonte: levantamento realizado pela PRPG - Unicamp - julho 2020.
Permanecem suspensos: Feiras, palestras, seminários, competições e
campeonatos esportivos, espetáculos artísticos e culturais, comemorações,
assembleias, cerimônias de colação de grau presenciais, dentre outras atividades.
Horários de entrada e saída devem ser organizados evitando aglomeração, e,
preferencialmente, fora dos horários de pico do transporte público . 1
O governo estadual ainda instrui para que o calendário de retorno seja publicado
com, no mínimo, sete dias de antecedência. No entanto, o plano da Unicamp prevê
que este retorno seja programado com no mínimo de 30 dias antes do início do
retorno para as atividades de ensino e pesquisa presenciais.
O Decreto Estadual no. 65.061 recomenda a adoção de protocolos sanitários gerais
e específicos para o setor da educação, no contexto da pandemia de COVID-19:
● Estudantes, docentes e funcionários devem ser orientados a aferir sua
temperatura antes de sair de casa, devendo permanecer em suas residências
caso esteja acima de 37,8° C. Recomenda-se também a aferição de
temperatura a cada entrada no estabelecimento de ensino; e
● Sugere-se ainda a separação de uma sala ou uma área para isolar pessoas
que apresentem sintomas na instituição de ensino, até que possam voltar
1 SÃO PAULO, Governo do Estado. Plano de retorno da educação – divulgação para a imprensa. 24.06.2020.
para suas casas . 2
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28) ANVISA: Testes para Covid-19: perguntas e respostas. Disponível em:
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29) ECDC. Contact tracing: public health management of persons, including
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30) WHO. Contact tracing in the context of COVID-19 Interim guidance 10 May
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contingência e enfrentamento da COVID-19 da UNICAMP. 23 de junho de 2020.
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42) SÃO PAULO, Governo do Estado. Plano de retorno da educação. 24.06.2020.
MATERIAL COMPLEMENTAR PARA APOIO
USO DE MÁSCARAS NO CONTEXTO DA PANDEMIA DE COVID-19
1. INTRODUÇÃO
- O novo coronavírus é transmitido de uma pessoa para outra da seguinte
forma: A pessoa doente expira, tosse, espirra, fala ou canta, e lança no ar
gotículas respiratórias contendo o vírus; e a pessoa saudável se infecta ao
entrar em contato com estas gotículas pela sua inspiração (nariz e boca), ou
quando toca superfícies onde as gotículas se depositaram e passam a mão
nos olhos, nariz e boca.
- Em Unidades de Saúde, a transmissão também pode ocorrer através da
inalação de aerossóis gerados durante a realização de certos tipos de
procedimento nos pacientes, como inalação, intubação orotraqueal e
reanimação cardiopulmonar.
- Evidências científicas recentes indicam fortemente a presença de outra forma
de transmissão, a “transmissão aérea”, quando gotículas respiratórias muito
pequenas liberadas pela pessoa infectada permanecem no ar, representando
um risco de exposição a distâncias maiores que 1 ou 2 metros - fala-se até
de dezenas de metros, podendo passar de uma sala para outra.
- Lugares fechados, com pouca ventilação e pouca iluminação, e por onde
circulam muitas pessoas, são propícios para a transmissão do vírus.
2. JUSTIFICATIVA - PARA QUE USAR MÁSCARAS?
- Para reduzir a propagação da Covid-19.
- Pessoas saudáveis usam máscaras para se proteger do vírus, e pessoas
doentes usam com o objetivo de evitar a transmissão para outras pessoas.
- Pessoas sem sintomas também podem transmitir o vírus, embora menos que
as que se sentem doentes. Quem vê cara, não vê Covid-19!
3. QUE TIPOS DE MÁSCARA EXISTEM?
Atualmente existem 3 tipos principais de máscaras, com nível de proteção
crescente de acordo com a sua capacidade de filtrar gotículas menores: as
de tecido; as médicas ou cirúrgicas; e as máscaras chamadas de
respiradores, do tipo N95, FFP2, FFP3 ou equivalentes.
4. MÁSCARAS DE TECIDO
Este tipo de máscara serve principalmente para evitar a transmissão do vírus
por pessoas que não apresentam sintomas.
4.1 QUEM DEVE USAR?
- Qualquer pessoa com mais de 2 anos de idade sem sintomas de
Covid-19, ao sair de casa.
- Recomenda-se fortemente o uso de máscaras de tecido na visita a
espaços fechados e movimentados, como supermercados, shopping
centers, ou em transportes públicos; e para profissões que envolvem
proximidade física com muitas outras pessoas (por ex. vigilantes,
recepcionistas, caixas).
- Não devem usar máscaras de tecido: crianças menores de 2 anos;
pessoas com dificuldade para respirar; e pessoas inconscientes,
incapacitadas ou incapazes de remover a máscara sem assistência.
- Pessoas que praticam corridas ao ar livre e longe de outras pessoas
podem dispensar o uso de máscaras.
4.2 CUIDADOS ANTES, DURANTE E APÓS O USO
- É de uso individual e não deve ser compartilhada.
- Coloque corretamente: Inicialmente higienize suas mãos; coloque a
máscara tentando cobrir totalmente a boca e nariz, sem deixar espaços
nas laterais, e certifique-se de respirar facilmente;
- Evite tocar a máscara durante seu uso;
- Troque sempre que estiverem molhadas ou visivelmente sujas;
- Retire adequadamente: Inicialmente higienize suas mãos; toque apenas
nos laços ou elásticos atrás das orelhas;dobre os cantos externos;
deposite em um saco plástico até que possa ser lavada; higienize
novamente as mãos após a retirada;
- Lave as máscaras com frequência; e
- Descarte as máscaras rasgadas ou que pareçam gastas.
4.3 COMO LAVAR AS MÁSCARAS DE TECIDO
- Na máquina de lavar: podem ser colocadas junto com as roupas,
utilizando-se sabão comum.
- À mão: prepare uma solução alvejante (4 colheres de chá de água
sanitária por litro de água), mergulhe a máscara nesta solução por 5
minutos e enxágue.
- Deixe secar completamente a máscara, se possível sob a luz direta do
sol, antes de utilizá-la.
5. MÁSCARAS CIRÚRGICAS
Este tipo de máscara pode proteger as pessoas saudáveis de serem
infectadas (prevenção), bem como impedir aqueles que apresentam sintomas
de infectar outras pessoas (controle de origem).
As máscaras cirúrgicas são dispositivos regulamentados e classificados como
EPIs.
5.1 QUEM DEVE USAR?
- Trabalhadores de saúde, durante todo seu turno, independentemente de
estar sendo prestado atendimento direto a pacientes com COVID-19;
- Pessoas com sintomas sugestivos de COVID-19; e
- Pessoas que cuidam de casos suspeitos ou confirmados de COVID-19.
Quando não se pode garantir uma distância de pelo menos 1 metro de
outras pessoas, e se os suprimentos forem adequados, também
recomenda-se o uso de máscaras cirúrgicas por :
- Pessoas com 60 anos ou mais
- Pessoas de qualquer idade com problemas de saúde como doença
respiratória crônica, doença cardiovascular, câncer, pacientes
imunocomprometidos ou diabetes mellitus
5.2 CUIDADOS ANTES, DURANTE E APÓS O USO
- As mãos devem ser limpas com álcool a 70% ou água e sabão antes de
colocar uma máscara limpa e depois de removê-la;
- Coloque corretamente: Fixe as tiras ou o elástico no meio da cabeça e no
pescoço; ajuste a tira flexível para a ponte do nariz, e ajuste de forma
confortável para o rosto e abaixo do queixo, tentando minimizar os
espaços entre o rosto e a máscara;
- Evite tocar a máscara durante seu uso; se isto ocorrer, higienize suas
mãos.
- Troque sempre que estiver suja ou úmida; se remover a máscara para
comer ou beber; ou ao cuidar de um paciente que necessite de
precauções contra gotículas/contato por outros motivos (por ex.,
influenza), para evitar qualquer possibilidade de transmissão cruzada.
- Retire adequadamente: Remova as tiras ou elásticos sem tocar a parte
frontal da máscara, pois está contaminada; incline o corpo para frente
enquanto retira a máscara; descarte em uma lixeira, de preferência
fechada; higiene suas mãos.
- As máscaras cirúrgicas são descartáveis, não devendo ser reutilizadas.
6. RESPIRADORES - MÁSCARAS N95, FFP2, FFP3
- São indicadas para o uso de profissionais de saúde em ambientes onde são
realizados procedimentos geradores de aerossóis, como Unidades de
Tratamento Intensivo e Semi-Intensivo. Considerar o uso também em
ambientes onde possa haver grande circulação de pacientes com suspeita de
Covid-19 ou doença confirmada, como as Unidades de Emergência.
- São considerados pela OMS Procedimentos Geradores de Aerossóis:
intubação traqueal, ventilação não invasiva, traqueostomia, ressuscitação
cardiopulmonar, ventilação manual antes da intubação, broncoscopia,
indução de escarro com solução salina hipertônica nebulizada, e
procedimentos de autópsia.
7. SOBRE A TRANSMISSÃO AÉREA
- Evidências científicas recentes sugerem que existe um potencial de
propagação aérea da Covid-19. Isto significa que o vírus lançado no ar pelas
pessoas infectadas pode conter micropartículas pequenas o suficiente para
permanecerem no ar e viajar por dezenas de metros, representando um risco
de exposição em distâncias superiores a 1 ou 2 metros entre as pessoas.
- As medidas que devem ser tomadas para mitigar o risco de transmissão
aérea incluem:
❏ Fornecer ventilação suficiente e eficaz (abrir portas e janelas, realizar
as atividades necessárias ao ar livre), particularmente em edifícios
públicos, ambientes de trabalho, escolas, hospitais e lares de idosos;
❏ Suplementar a ventilação geral com controles de infecção aérea, como
exaustão local, filtragem de ar de alta eficiência e luzes ultravioletas
germicidas; e
❏ Evitar a superlotação, principalmente em transportes e edifícios
públicos.
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
- Não relaxe pelo fato de estar usando máscara!
- O uso de máscaras deve ser considerado uma medida complementar, e não
uma substituição ao cumprimento das demais medidas preventivas
estabelecidas, a saber: distanciamento físico mínimo de 1 metro entre as
pessoas; etiqueta respiratória; higiene meticulosa das mãos com água e
sabão ou álcool a 70%; limpeza e desinfeção das superfícies frequentemente
tocadas - mesas, maçanetas, interruptores de luz, bancadas, mesas,
telefones, teclados, banheiros, torneiras, pias, etc.
- O uso de máscaras cirúrgicas pelos profissionais de saúde deve ter
prioridade sobre o uso pela comunidade em geral.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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guidance (5 June 2020). Disponível em:
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5) ECDC. Using Face Masks in the community - Reducing Covid-19
Transmission from potentially asymptomatic or pre-symptomatic people
through the use of face masks. Disponível em:
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