Pesquisadora do Centro de Memória da Unicamp, Maria Alice Rosa Ribeiro defendeu em sua tese de doutorado a relação entre saúde pública e o avanço do capitalismo. Desse trabalho nasceu o premiado livro "História sem fim, Inventário da saúde pública", que aborda, entre outros pontos, o impacto da febre amarela.
Para Maria Alice, a epidemia de 1889 foi o divisor de águas na história do município. "Campinas era a capital agrícola da província e, na transição do período escravagista para a república, recebia muitos imigrantes. A doença estava ligada a cidades com portos, como o Rio de Janeiro e Santos (SP). No verão de 1889, ela veio com tudo. Esses imigrantes eram contaminados ao chegar no Brasil, e o caminho da estrada de ferro serviu para espalhar a doença e alcançar Campinas", lembra a pesquisadora.