Provocar ou agradar: afinal, qual o papel da arte?

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Resumo

Em um passado não tão distante, no fim da década de 1990, Londres sediou a exposição Sensation promovida por jovens e provocadores artistas ingleses. Assim como acaba de ocorrer em Porto Alegre, a reação pública foi violenta, especialmente em relação ao pintor Chris Ofili, que representou a Virgem Maria como uma negra, cor pintada com excremento de elefante, e cercada por símbolos sexuais (a obra de 1996 seria vendida por 4,6 milhões de dólares em 2015), lembra Lygia Eluf, artista e docente do Instituto de Artes da Unicamp. “A arte tem esse poder transformador de provocar, até de forma agressiva, de tirar o espectador da zona de conforto. O desafio da democratização de espaços públicos é que pessoas que não estão preparadas para ver um determinado trabalho e acabam reagindo de forma extrema. É necessário que o público entenda que a obra é a necessidade de um artista que quer dialogar com o pensamento da época.”

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