Guilherme Gorgulho, jornalista do Instituto de Estudos Avançados (IDEA) da Unicamp, lança no 30 de outubro, o seu segundo livro: “Massa Crítica – Unicamp e a origem do polo de tecnologia de Campinas” (Editora Unicamp). O lançamento acontece às 16h30, no estande da Inova Unicamp, no evento Inova Campinas, que ocorre na Expo D.Pedro, O evento é aberto e gratuito, mas é necessário fazer inscrição no link. Mais informações no site
SOBRE O LIVRO
A escassez de investimentos em ciência e tecnologia levou o Brasil a ser privado de muitos de seus maiores talentos na área de pesquisa básica e aplicada, gerando consequências drásticas para o frágil sistema de inovação e para a consolidação do parque industrial brasileiro. Apesar da sensação de déjà vu, o episódio descrito aconteceu há meio século, quando um movimento de reconquista dos cérebros evadidos culminou com o nascimento daquela que se tornaria a melhor universidade da América Latina.
Liderada pelo reitor Zeferino Vaz, a Universidade Estadual de Campinas nasceu sob a égide da integração com a sociedade, se afastando do paradigma da “torre de marfim”. O trabalho de atração de cérebros foi efetivo e reuniu no interior de São Paulo nomes como Sérgio Porto, Rogério Cerqueira Leite, José Ripper, Manoel Sobral Júnior e Rege Scarabucci, entre muitos outros, com o apoio de verbas e das boas relações pessoais e institucionais com o alto escalão governamental.
O ideal nacionalista de parte do grupo de militares e civis que governavam o país durante a ditadura, associado à abundância de recursos financeiros advindos do “milagre econômico”, impulsionou o projeto de empregar a Unicamp como celeiro de tecnologias, mesmo sem um projeto bem delineado para esse fim. O foco majoritário foi na área de telecomunicações, consolidado em uma série de convênios firmados entre o Instituto de Física e a Faculdade de Engenharia da Unicamp e a estatal Telebrás, que em pouco tempo sediaria em Campinas seu Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (CPqD).
A partir da criação dessa cadeia de inovação, a pesquisa aplicada da Unicamp seria transferida para a fase de desenvolvimento industrial no CPqD, que repassaria as tecnologias finalizadas para empresas de capital nacional, gerando empregos qualificados e ocupando um espaço até então dominado pelas multinacionais. Lasers, fibras ópticas e sistemas de digitalização de comunicações ópticas foram alguns dos produtos que chegaram ao mercado no começo da década de 1980 como resultados de uma aposta de longo prazo no desenvolvimento científico. Baseado em tecnologias próprias, o desenvolvimento econômico seria mais autônomo e sólido, apostavam seus líderes.
Esse amálgama de cientistas, técnicos e estudantes produziu ainda outros capítulos importantes para a consolidação de um polo em Campinas, com empresas como a ABC-Xtal, a Elebra e a Companhia de Desenvolvimento Tecnológico (Codetec), o Centro Tecnológico para Informática (CTI), a Companhia de Desenvolvimento do Polo de Alta Tecnologia (Ciatec) e o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS). Todos, de alguma maneira, beberam na fonte da Unicamp.
Esses e outros episódios são narrados na obra “Massa Crítica - Unicamp e a origem do polo de tecnologia de Campinas”, um livro-reportagem que utiliza o formato do jornalismo literário com base em quase 70 horas de entrevistas com protagonistas e coadjuvantes, mais de mil reportagens de jornais da época e milhares de páginas de documentos de arquivos públicos e privados.
“Massa Crítica - Unicamp e a origem do polo de tecnologia de Campinas”
Autor: Guilherme Gorgulho
Editora: Editora da Unicamp
Lançamento: 30 de outubro de 2019, às 16h30
Local: Estande da Inova Unicamp no Inova Campinas 2019, no Expo D.Pedro
Endereço: Av. Guilherme Campos, 500, Bloco II, Campinas (centro de convenções anexo ao Parque D.Pedro Shopping)
Inscrições: https://www.eventbrite.com.br/e/inova-campinas-trade-show-tickets-73962266129
Mais informações: www.editoraunicamp.com.br/produto_detalhe.asp?id=1205