A fotógrafa Ana Angélica encontra em seus registros visuais sua inspiração profissional. Sempre vislumbrou nessa modalidade artística um campo fértil de pesquisa e atividades. Durante a graduação em Educação Artística, na Universidade Estadual do Rio de Janeiro, conheceu a fotografia pinhole, ou processo alternativo de se fazer fotografia sem a necessidade do uso de equipamentos convencionais. A partir dessa experiência, nunca mais parou de fotografar. É uma das fundadoras do projeto Subsolo, responsável pela realização de exposições e produção de sites, livros e oficinas de artes visuais e fotografia. Essa experiência será o mote da palestra que ministrará no dia 28 de novembro (quinta-feira), as 19h00 no CIS-Guanabara. O encontro, com entrada franca, é uma promoção do NUFCA, Núcleo de Fotografia de Campinas.
“Eu brinco que a minha história com a fotografia vem desde o útero: meus pais namoravam sob a luz vermelha do laboratório”, afirma Ana Angélica. Ela lembra que na adolescência participou de alguns grupos de fotografia que giravam em torno do laboratório e produções em preto em branco. Formou-se em Educação Artística com habilitação em História da Arte na UERJ, no Rio de Janeiro, cidade onde viveu por 18 anos. “Lá desenvolvi meus estudos e pesquisas artísticas até retornar a Campinas no início de 2015. Durante a graduação conheci a fotografia pinhole, ou fotografia feita com câmeras artesanais. Em 2005, fundamos, no Rio de Janeiro, o projeto Subsolo e ao longo de 10 anos trabalhamos em diferentes frentes, inclusive na produção do livro Possibilidades da Câmera Obscura. Hoje percebo que a minha produção artística é totalmente entremeada pela pesquisa, acadêmica ou não, e pela produção cultural. Assim, durante os últimos 15 anos coordenei oficinas, seminários, exposições, livros, sites e objetos em torno de processos fotográficos”, afirma.
Atualmente é coordenadora da Casa de Eva (www.casadeeva.com.br), onde acabou de lançar o Clube da Câmera, uma espécie de laboratório coletivo. “A ideia é difundir práticas e técnicas oriundas da fotografia analógica e conectar artistas e fotógrafos da região de Campinas, oferecendo um espaço coletivo de aprendizagem e trocas”, explica. A Casa de Eva conta, ainda, com o Clube de Colecionadores que tem o objetivo de difundir a produção de artistas que vivem e trabalham em Campinas para um público não especializado que gosta e valoriza a arte brasileira. O espaço dispõe de uma galeria que tem abrigado exposições com obras de artistas de todo o Brasil. “Trabalho ainda na Câmera Lúcida, empreendimento que proporciona experiências no campo da fotografia e da formação da imagem”, complementa Ana Angélica.
Segundo o jornalista e diretor do NUFCA, Celso Palermo, o Núcleo encerra essa série de reuniões no CIS-Guanabara no dia 12 de dezembro, às 19h00, com a palestra do fotógrafo Vitor Casemiro. O primeiro dos três encontros ocorreu no dia 7 de novembro com o fotógrafo Gui Galembeck. No CIS-Guanabara, o evento, com a coordenação da agente cultural Elizabeth Aparecida Piva da Silva Oliveira, tem o apoio da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PROEC), da Unicamp. O CIS fica à Rua Mário Siqueira, 829, Botafogo, Campinas (estacionamento gratuito no local).