Humanizar personagens que muitas vezes são rotulados, marginalizados pela sociedade. Mostrar que essas pessoas têm suas histórias, medos, vontades e inseguranças, comuns a todos os seres humanos. É transitando por essa temática que a Cia. Corpo Santo apresenta o espetáculo teatral Parque Floresta que tem como foco o homem gay. A peça será apresentada no CIS-Guanabara nos dias 14 e 15 de dezembro, às 19h00, com entrada franca.
Parque Floresta retrata as histórias de Renato, um homem gay assassinado dentro de um parque numa cidade. São oito histórias e oito lugares. Por meio de relatos fictícios ou verdadeiros, o elenco formado também por homens gays, dá vida ao protagonista apresentando ao público os seus medos, desejos, tristezas, alegrias e experiências. O espetáculo é resultado de um dos projetos em parceria com o CIS-Guanabara, no qual a companhia abre as suas portas para receber artistas da região possibilitando a participação no processo criativo do grupo.
“A sociedade tem passado por transformações constantes. Muitos progressos são visíveis nas últimas décadas no que diz respeito à participação das minorias em ações de cidadania, porém, em contrapartida, é necessário apontarmos que nos últimos tempos, há um ressurgimento de tendências conservadoras”, afirma Douglas Chaves, diretor do espetáculo. “ Foi através dessa percepção que surgiu a vontade de falar sobre o homem gay e suas histórias”, afirma.
Ele explica quer o foco no homem gay está relacionado com as vontades do grupo. “Desde sempre trazemos temas diversos às nossas peças, ora de forma poética, ora de forma mais explícita, porém, a imagem humana com todas as suas facetas e possibilidades sempre foram as inspirações para as nossas pesquisas e formação dos espetáculos. O tema homossexualidade, uma vez que é parte da humanidade, também apareceu em nossas produções. No entanto, dessa vez, optamos por fazer o caminho inverso. Ao invés de o homem gay ser uma temática aparente, agora ele é o foco e a sua humanidade é esmiuçada”, afirma.
Nesse sentido, Parque Floresta se torna uma alegoria que representa esses homens e as suas vontades. O parque é o local em que os personagens se sentem livres, tornam-se seres que a sociedade reprime. “O nosso parque representa o Brasil, com suas rachaduras e emendas, representa o holocausto de uma gente silenciada. É a representação poética de uma realidade dura, onde a palavra será o fio condutor de tudo que iremos retratar. Prestar atenção nisso será um objetivo entregue aos espectadores, ouvir o que queremos dizer”, afirma o diretor.
No CIS-Guanabara, o espetáculo, com apoio da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PROEC) da Unicamp, tem a coordenação da agente cultural Silvana Di Blasio. O CIS fica à Rua Mário Siqueira, 829, Botafogo, Campinas (estacionamento gratuito no local). Ingresso no chapéu. As senhas serão distribuídas uma hora antes de cada apresentação.
Ficha técnica
Criadores: Alex Oliveira, Bruno Cardoso, Douglas Chaves, Gabriel Bandini, Jefferson Artur, Jefferson Leardini, Luis Binotti e Peterson Ricardo
Participações Especiais: Elaine Ávila e Vitor Placca (voz em off)
Direção: Douglas Chaves
Consultoria artística: Bruno Cardoso e Luis Binotti
Textos de divulgação: Luis Binotti e Jefferson Leardini
Sonoplastia: Douglas Chaves
Luz: Douglas Chaves
Identidade visual (cartaz, programas, vídeo e web): Bruno Cardoso
Captação de imagens: Lucas Januário
Op. de som e luz: Lucas Januário
Assistência técnica: Lucas Januário
Produção: Cia. Corpo Santo
Apoio: CIS-Guanabara
Mais informações pelo e-mail amarildo@unicamp.br