Editora da Unicamp lança livros de Maria Eugênia Boaventura, docente do Departamento de Teoria Literária do IEL

Dia 17 de março, às 17h, a Editora da Unicamp, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Campinas, fará o lançamento dos livros de Maria Eugênia Boaventura: Couto de Barros (1896-1966) – A elite nos bastidores do Modernismo paulista e O filósofo da malta. O evento acontece presencialmente na Biblioteca Pública Municipal "Prof. Ernesto Manuel Zink". Avenida Benjamin Constant, 1.633 Centro, Campinas – SP.

Sobre os livros: 
Capa da publicaçãoCouto de Barros (1896-1966) – A elite nos bastidores do Modernismo paulista

A partir da fantástica coleção (arquivo, biblioteca e obras de arte) preservada pela família, Maria Eugenia Boaventura reconstrói a teia modernista em que Antônio Carlos Couto de Barros e seus amigos (quase todos ex-colegas da Escola Caetano de Campos, do Colégio São Bento e da Faculdade de Direito) estiveram envolvidos, rastreando sua atuação na vida cultural, política e econômica de São Paulo, em boa parte do século XX. A partir de um registro neutro da descrição, apontando para as ricas iconografia e documentação recolhidas, a obra esmiúça em detalhes a história miúda, a fim de mostrar a peculiaridade da vida familiar, jornalística e política, da formação escolar e da relação com os colegas de um intelectual, empresário, advogado, jornalista, escritor e professor paulista daquela época. Durante os preparativos da Semana de Arte Moderna de 1922, já se percebia a presença de Couto de Barros em artigos na imprensa local, depois na fundação e na montagem da Klaxon, no seu escritório junto com Tácito de Almeida; na direção de Terra Roxa e Outras Terras, ao lado de Alcântara Machado e Sérgio Milliet, e também em sua atuação como colaborador nas mais conhecidas revistas modernistas (Estética, Revista do Brasil, Verde, Revista Nova etc.). Ajudou a fundar o Partido Democrático em 1926 e foi um dos proprietários e diretor-redator do Diário Nacional (1927-1929). Por ocasião do conflito de 1932, esteve à frente da Comissão de Imprensa da Liga de Defesa Paulista. Participou da proposta de criação da Escola Livre de Sociologia e Política (1934), sendo conselheiro e seu professor de história econômica por mais de 30 anos. Tudo isso foi pormenorizado considerando, sobretudo, a presença do nosso personagem, ou a sua perspectiva dos acontecimentos.
 

capa da publicaçãoO filósofo da malta
Um conjunto de escritores hoje é lembrado, entre outros feitos, por sua atividade sistemática de crítica literária, com colunas regulares em jornais, cobrindo a produção modernista no calor da hora: Alceu Amoroso Lima (1893-1983), o Tristão de Ataíde, em O Jornal, Mário de Andrade (1893-1945) e Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982), ambos no Diário de Notícias, para citar apenas alguns dos principais. Antônio Carlos Couto de Barros (1896-1966) não tinha uma coluna regular de crítica literária ou de arte. Os textos reunidos em O filósofo da malta representam a sua participação nos diferentes periódicos do Modernismo que dirigiu, ou nas revistas dos amigos de quem recebia insistentes solicitações para colaborar, bem como no jornal do qual foi um dos sócios e diretor, o Diário Nacional (1927-1932). Alguns desses trabalhos também resultaram de palestras, quer na Villa Kyrial (1922 e 1923), quer em escolas e em associações culturais. Seus colegas o chamavam “o filósofo da malta”, expressão escolhida para nomear este volume.

Sobre a autora: Maria Eugênia Boaventura é ensaísta e professora titular de literatura brasileira do Departamento de Teoria Literária da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Publicou, entre outros, O salão e a selva – uma biografia ilustrada de Oswald de Andrade (Editora da Unicamp e Editora Ex Libris, 1995).
(Da Redação)

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