Vinte anos atrás, um artigo da Science, intitulado “Human Domination of Earth’s Ecosystems”, assim concluía sua avaliação das consequências dos impactos antropogênicos sobre os ecossistemas [I]:
“As consequências globais da atividade humana não são algo a ser enfrentado no futuro. Elas estão conosco agora. Todas essas mudanças estão em curso e em muitos casos, em aceleração. Muitas delas foram desencadeadas bem antes de que sua importância fosse reconhecida. (...) Cálculos recentes sugerem que as taxas de extinção de espécies são agora 100 a 1.000 vezes maiores que antes do domínio humano sobre a Terra”.
O trabalho mostrava a envergadura da catástrofe ambiental desencadeada no século XX e agravada na segunda metade desse século. Mas estávamos em 1997 e tudo ainda parecia possível. Afinal, desde os anos 1960, o mundo parecia haver tomado consciência do perigo. Em 1962, o alerta de Rachel Carson sobre os efeitos do DDT havia despertado pela primeira vez a atenção do grande público. Se o “socialismo real”, sobretudo após a denúncia dos crimes de Stalin em 1956 e as revoltas de Berlim (1953), da Hungria (1956) e de Praga (1968), mostrara-se desalentador, outros movimentos sociais, sobretudo juvenis, vinham criando uma visão de mundo alternativa ao consumismo grassante e à ideologia do “homem unidimensional”, para ressuscitar um termo então cunhado por Herbert Marcuse. A ação das ONGs ambientalistas, de intelectuais e de cientistas mobilizados nos EUA pela Union of Concerned Scientists (1968) havia ganhado escala, revigorando a política e o pensamento crítico. Mesmo os prognósticos de Paul e Anne Ehrlich sobre a iminência de uma crise maior de insegurança alimentar mundial pareciam ter sido afastados (ou, melhor, protelados) pela chamada Revolução verde, capitaneada por Norman Borlaug, detentor de múltiplas honrarias, além do Prêmio Nobel da Paz [II].
É fácil entender, nesse contexto, o impacto da ECO-92. A ressonância imensa desse encontro internacional coroava todo um processo de tomada de consciência da inviabilidade ambiental da lógica da acumulação capitalista, e seu élan foi então tal, que teve o poder de fazer acreditar até mesmo que o capitalismo podia-se tornar ambientalmente “sustentável”.
De fato, por ocasião da ECO-92, os chefes de Estado de 194 nações, ou seus representantes, assinaram a Convenção sobre a Diversidade Biológica, (CBD), a mais emblemática formulação da importância da biodiversidade e da necessidade de estancar sua destruição. Vale a pena, antes de tudo para saborear o estado de espírito prevalecente naqueles dias, recordar seu início [III]:
“As Partes Contratantes:
“Conscientes do valor intrínseco da diversidade biológica e dos valores ecológicos, genéticos, sociais, econômicos, científicos, educacionais, culturais, recreacionais e estéticos da diversidade biológica e de seus componentes.
Conscientes também da importância da diversidade biológica para a evolução e para a manutenção dos sistemas de sustentação da vida da biosfera.
Afirmando que a conservação da diversidade biológica é uma preocupação comum da humanidade (...)
Reafirmando que os Estados são responsáveis por conservar sua própria diversidade biológica e por usar seus recursos biológicos de modo sustentável
Preocupados pelo fato de que a diversidade biológica está sendo significativamente reduzida por certas atividades humanas (...)
Determinados em conservar e usar sustentavelmente a diversidade biológica para o benefício das gerações presentes e futuras
Concordam o que segue... (e a ler o que se seguia, tem-se a impressão que a comunidade das nações disputava com o Greenpeace e demais ONGs ambientalistas a palma da consciência ecológica).
A distopia atual
Hoje, passados 25 anos, vemos quanto as palavras dessa bela declaração, que tinha, de resto, o estatuto de tratado para os países que a ratificaram, foram sistematicamente contraditas pela ação ecocida de seus signatários. A globalização triunfante, que ganha ímpeto nos anos Reagan-Thatcher, favoreceu o processo pelo qual a agricultura metamorfoseou-se em agronegócio, controlado por uma minúscula elite corporativa e globalizada. O Big Food tornou-se o irmão siamês da indústria química e do Big Oil, e isso a tal ponto que, em nossos dias, cerca de 95% da produção de sementes, pesticidas, aditivos e fertilizantes químicos estão nas mãos de cinco megacorporações agroquímicas, um oligopólio que domina quase por completo o sistema alimentar mundial, como mostra a Figura 1.
Além disso, 17 trades – Dangote, Cargill, Bunge, Glencore etc – controlam o comércio internacional dos alimentos, transformados em soft commodities (gado bovino, gado suíno, cacau, café, leite, milho, trigo, soja etc), negociadas na Chicago Mercantile Exchange (CME) como derivativos na forma de opções e contratos futuros.
Se a tal sequestro dos alimentos pela rede estatal-corporativa acrescentarmos a bomba global do carnivorismo dos últimos decênios, detonada ela também pelo agronegócio, começaremos a perceber mais claramente as causas e as dinâmicas fundamentais da fulminante aniquilação em curso da vida no planeta. Desde 2001, esse complexo corporativo – agronegócio, indústria química, petróleo, trades e os mercados financeiros de commodities – é o maior culpado pela perda de mais de 2,5 milhões de km2 de floresta, habitat de “mais de 80% de todas as espécies de animais, plantas e insetos” [IV]. Ele é também o principal responsável pela crescente escassez hídrica, pelo avanço da fronteira agropecuária, pelo uso sempre mais intensivo do solo, com consequente perda de sua riqueza biológica [V], pela proliferação de zonas mortas no meio aquático causado pelos fertilizantes nitrogenados e pela morte ou intoxicação química dos organismos, decorrente do uso crescente de agrotóxicos.
A sexta extinção
Esses impactos somados e combinados estão na raiz do que se tem chamado a sexta, e potencialmente a mais exterminadora, extinção em massa das espécies de nosso planeta. Em relação às cinco grandes extinções em massa ocorridas no Fanerozoico (a última delas há cerca de 65 milhões de anos), a sexta extinção possui quatro características próprias:
(1) Causa. A sexta extinção não é desencadeada por um evento excepcional e externo, mas por um processo contínuo e interno à biosfera, a interferência antrópica sobre a biosfera, processo consciente, anunciado e em inequívoca aceleração.
(2) Dinâmica. Diversamente das cinco extinções anteriores, a dinâmica da sexta extinção não é a da irradiação de ondas a partir de um ponto de impacto (meteoros ou vulcões), tal como ocorre quando da queda de uma pedra num espelho d’água, cuja perturbação tende a arrefecer à medida que seu raio de ação se amplia no espaço e se prolonga no tempo. A dinâmica da sexta extinção é determinada por um processo que, ao contrário, se intensifica no espaço e no tempo e, além disso, amplifica-se mais na periferia do sistema econômico (os trópicos, mais ricos em biodiversidade) que em seu centro (os países industrializados).
(3) Rapidez. A terceira característica da sexta extinção, talvez a mais crucial, é sua rapidez fulminante. Ela não é, como as anteriores, mensurável numa escala geológica, mas numa escala histórica, e a unidade de tempo em que se mede essa escala está se abreviando. Em 1900, ela ocorria na escala de séculos. Cinquenta anos atrás, a escala de observação mais adequada seria talvez a década. Hoje, a unidade de mensuração do avanço da sexta extinção é o ano ou mesmo o dia. Segundo Rodolfo Dirzo e coautores de uma revisão de 2014 [VI], “estamos perdendo entre cerca de 11 mil e 58 mil espécies anualmente”, o que significa algo entre 30 e 159 espécies em média por dia. Já em 2005, o Millenium Ecosystem Assessment afirmava: “As taxas de extinções conhecidas de espécies no século XX foram de 50 a 500 vezes maiores que a taxa de extinção calculada a partir dos registros fósseis, que é de 0,1 a 1 extinção por 1.000 espécies por 1.000 anos. A taxa atual é até 1.000 vezes maior que as taxas de extinção de base, se incluirmos as espécies possivelmente já extintas”. E o mesmo documento projeta que em 2050 a taxa de extinção será uma ordem de grandeza maior que as taxas atuais, isto é, uma taxa 10.000 vezes maior que a taxa de base [VII].
(4) Consequências. A quarta singularidade da sexta extinção é o fato de se tratar de um processo sem vencedores. Longe de resultar no domínio de nossa espécie sobre outras, a sexta extinção vulnerabiliza também a espécie humana pelo desfazimento da teia de sustentação biológica que lhe permitiu prosperar e, por um instante, cultivar a ilusão de dominá-la. Em 2012, Julia Marton-Lefèvre, diretora geral da IUCN, em uma declaração às delegações reunidas na Rio+20, advertiu [VIII]: “Sustentabilidade é uma questão de vida ou morte para a humanidade. Um futuro sustentável não pode ser atingido sem que se conserve a diversidade biológica – espécies animais, seus habitats e seus genes – não apenas para a natureza mesma, mas também para os 7 bilhões de seres humanos que dependem dela”.
A Figura 2 mostra como a sexta extinção ameaça uma ampla gama de táxons
Baseado nessa avaliação, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente divulgou um documento intitulado Extinction crisis shows urgent need for action to protect biodiversity. Nesse ano, o quadro da sexta extinção afigurava-se assim [IX]:
“Um terço dos anfíbios do mundo, um quinto dos mamíferos e 70% de todas as plantas estão ameaçados. (...) Das 47.677 espécies avaliadas, 17.291 estão ameaçadas de extinção. Mais de 1.000 peixes de água doce estão ameaçados de extinção; 12% de todos os pássaros conhecidos, 28% dos répteis e 35% dos invertebrados estão ameaçados. (...) Cerca de 114 plantas estão nas categorias “Extintas” ou “Extintas na natureza”.
Em 2016, data da última edição da Lista Vermelha das espécies ameaçadas, da IUCN, das 85.604 espécies avaliadas, nada menos que 24.307 espécies (28,4%) são consideradas ameaçadas de extinção.
No que se refere à defaunação [X] do subfilo dos vertebrados, as estimativas do Global Living Planet Index (GLPI), adotando por Índice 100 o ano de 1970, mostram um declínio populacional médio global da ordem de 52% em 2010 e de 58% em 2012. Mais recentemente, o GLPI projeta para 2020, sempre em relação a 1970, um declínio de 67%, como mostra a Figura 3.
Invertebrados
As avaliações do declínio populacional dos invertebrados são muito menos precisas, sobretudo em escala global, antes de mais nada porque estes constituem a esmagadora maioria dos animais terrestres. Segundo Robert M. May, o número de espécies aumenta na proporção inversa de seu tamanho [XI], e os invertebrados compõem, segundo esse autor, 97% de todas as espécies animais, sendo que apenas os Artrópodes, o maior filo existente, abrangem 84% das espécies de animais conhecidas [XII].
Dado seu impacto sobre a agricultura, o atual colapso das abelhas tem sido muito estudado e publicitado, sendo há anos objeto de uma renhida luta política entre, de um lado, a sociedade civil e, de outro, as megacorporações, produtoras de agrotóxicos da classe dos neonicotinoides, um dos produtos identificados como responsáveis pela mortandade dos polinizadores. Na Europa, essa luta está sendo mais uma vez vencida pelas corporações. Malgrado o acúmulo de evidências científicas, as corporações, que influenciam as agências reguladoras, obtiveram em julho passado autorização para a comercialização do sulfoxaflor, produzido pela Dow AgroSciences, um agrotóxico similar aos neonicotinoides, já proibido nos EUA, e que age igualmente sobre os receptores do sistema nervoso central dos insetos [XIII].
A catástrofe populacional das abelhas, conhecida como Colony Collapse Disorder (CCD, ou Distúrbio do Colapso das Colônias) atinge hoje abelhas silvestres e apiários nos EUA, Europa, China, Taiwan, Japão, Oriente Médio e Brasil. Esse colapso das abelhas e de outros insetos polinizadores são a parte mais visível de um fenômeno muito mais amplo, que a Task Force on Systemic Pesticides, um coletivo de cientistas constituído em 2009, está caracterizando como “um declínio acelerado de todas as espécies de insetos desde os anos 1990” [XIV]. Pode-se estendê-lo aos invertebrados em geral, tal como afirmava em 2014 a já citada revisão proposta por Rodolfo Dirzo e colegas a partir dos poucos dados abrangentes então disponíveis [XV]:
“Globalmente, dados de um monitoramento de longo termo de uma amostra de 452 espécies de invertebrados indicam um declínio generalizado em abundância de indivíduos desde 1970. Apenas no que se refere aos Lepidoptera (borboletas e mariposas), para os quais há melhores dados, há forte evidência de declínios globais em abundância (35% em 40 anos)”.
Os autores chamavam então a atenção para o fato de que o declínio dos invertebrados, em tais amostras, era de 45%. Além disso, das 3.623 espécies de invertebrados avaliadas pela IUCN em 2014, 42% eram classificadas como ameaçadas de extinção.
Uma nova quantificação do declínio dos insetos
Na semana passada, um estudo publicado na PLOS One por Caspar A. Hallmann e colegas lança nova luz sobre a escala da catástrofe em curso na Europa, valendo-se não já de indicadores de abundância populacional de espécies específicas ou de grupos taxonômicos, mas de “mudanças na biomassa de insetos, as quais são mais relevantes para o funcionamento ecológico” [XVI]. A partir de observações conduzidas em 63 reservas naturais na Alemanha, seus autores estimam “um declínio sazonal de 76% e um declínio no meio do verão de 82% da biomassa dos insetos voadores ao longo de 27 anos de estudo”. A Figura 4, criada por Michael McCarthy a partir desse estudo, fornece uma imagem imediata da extensão desse declínio.
A vida em nosso planeta depende em larga medida dos insetos
Embora não se possam extrapolar esses mesmos dados para os trópicos [XVII], a premissa de que os insetos são um pilar estrutural de sustentação da biodiversidade é válida para todo o planeta. De fato, como afirmam Hallmann e colegas:
“A perda de insetos terá certamente efeitos adversos sobre a funcionalidade dos ecossistemas, pois os insetos desempenham um papel fundamental em uma variedade de processos, incluindo polinização, herbivoria, detritivoria, ciclos de nutrientes e fontes de alimentos para os níveis tróficos mais altos como os pássaros, os mamíferos e os anfíbios. Por exemplo, 80% das plantas silvestres dependem de insetos para a polinização e 60% dos pássaros têm nos insetos uma fonte de alimentação”.
Os reinos animal e vegetal não se sustentariam sem os insetos e notadamente sem os polinizadores invertebrados. Abelhas, moscas, vespas, besouros, borboletas, mariposas etc são fundamentais não apenas para a funcionalidade dos ecossistemas, mas também, e não menos, para os homens. Como demonstra o grupo Living with Environmental Change (LWEC), globalmente, os polinizadores melhoram ou estabilizam as colheitas de três quartos das culturas agrícolas, o que significa um terço das colheitas por volume. Além disso, 90% da vitamina C de que necessitamos provém de frutas, verduras, óleos e sementes polinizados por insetos [XVIII].
A ilusão de que podemos viver sem os insetos e sem a preservação de seus habitats revela, hoje, mais de meio século após Primavera silenciosa de Rachel Carson, a cegueira, a arrogância, a ganância e a criminosa irresponsabilidade do agronegócio e do complexo corporativo que o controla e que lucra a curto prazo com a mortandade dos insetos.
[I] Cf. Peter M. Vitousek, Harold A. Mooney, Jane Lubchenco & Jerry M. Melillo, “Human Domination of Earth’s Ecosystems”. Science, 277, 5325, 25/VII/1997, pp. 494-499: “The global consequences of human activity are not something to face in the future. They are with us now. All of these changes are ongoing, and in many cases accelerating; many of them were entrained long before their importance was recognized”.
[II] O próprio Borlaug advertia em 1970 que “a revolução verde obteve um sucesso temporário na guerra do homem contra a fome e a privação”. Citado por Anthony D. Barnosky & Elizabeth A. Hadly, End Game: Tipping Point for Planet Earth? Londres, 2015.
[III] Veja-se <http://www.cbd.int/doc/legal/cbd-en.pdf>.
[IV] United Nations, 2015: Transforming our world: the 2030 Agenda for Sustainable Development: “Forests are home to more than 80% of all terrestrial species of animals, plants and insects”. Sobre essa extensão de perda de florestas, mensurada pelo Global Forest Watch, cf. Matthew C. Hansen et al., “High-Resolution Global Maps of 21st-Century Forest Cover Change”. Science, 342, 6160, 15/XI/2013, pp. 850-853
[V] Cf. Martin M. Gossner et al., “Land-use intensification causes multitrophic homogenization of grassland communities”. Nature, 540, 8/XII/2016, pp. 266-269. Agradeço ao Prof. Thomas M. Lewinsohn, co-autor deste trabalho, por sua indicação.
[VI] Cf. R. Dirzo, Hillary S. Young, M. Galetti, G. Ceballos, N. J. B. Isaac & Ben Collen, “Defaunation in the Anthropocene”. Science, 345, 6195, 25/VII/2014, pp. 401-406.
[VII] Cf. Ecosystems and human well-being. Synthesis, 2005, p. 38 (em rede).
[VIII] Veja-se <http://www.ouramazingplanet.com/3060-updated-list-threatened-species.html>.
[IX] Cf. <http://www.unep.org/Documents.Multilingual/Default.asp?DocumentID=602&ArticleID=6360&l=en>.
[X] A defaunação inclui não apenas a extinção de espécies, mas seu declínio em abundância populacional.
[XI] Cf. R. M. May, “How Many Species are there on Earth?” Science, 241, 4872, 16/IX/1988, pp. 1441-1449.
[XII] Cf. R. Leakey & R. Lewin, The Sixth Extinction. Biodiversity and its Survival. Londres, 1996, pp. 38-39.
[XIII] Cf. Stéphane Foucart, “Les apiculteurs dénoncent l’autorisation d’un nouveau neónicotinoïde en France”. Le Monde, 19/X/2017.
[XIV] Cf. Stéphane Foucart, “Le déclin massif des insects menace l’agriculture”. Le Monde, 25/VI/2014.
[XV] Cf. R. Dirzo et al. (cit.).
[XVI] Cf. Caspar A. Hallmann et al., “More than 75 percent decline over 27 years in total flying insect biomass in protected areas”. Plos One, 18/X/2017 https://doi.org/10.1371/journal.pone.0185809.
[XVII] Agradeço ao Prof. Thomas M. Lewinsohn, do Instituto de Biologia da Unicamp, pelos esclarecimentos relativos à impossibilidade de paralelismos entre a situação europeia e tropical.
[XVIII] “What is causing the decline in pollinating insects?” LWEC (em rede).