Ranking da Times Higher Education destaca relacionamento da Universidade com o setor empresarial
Pouco mais de 50 anos depois de sua fundação, a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) alcançou o topo do ranking entre as universidades da América Latina, analisadas pela THE (Times Higher Education), graças sobretudo a um indicador: a inovação.
Alinhada às demandas do setor produtivo desde sua fundação, em 1966, justamente pelo conceito de universidade concebido por seu primeiro reitor, o professor Zeferino Vaz, a Unicamp acumula em sua trajetória feitos expressivos nessa área, que não apenas a fazem referência nos cenários nacional e internacional, como demonstram a eficiência de suas políticas de inovação e empreendedorismo.
De acordo com a Times Higher Education, neste critério é analisada a capacidade da universidade para auxiliar a indústria com inovações, invenções e consultoria. São considerados, no indicador de transferência de conhecimento, o quanto as empresas estão dispostas a pagar pela pesquisa e a capacidade de a universidade atrair financiamento no mercado.
Em entrevista à Unicamp, Ellie Bothwell, da Times Higher Education, afirmou que foi observado na Unicamp um aumento nos investimentos per capita feitos pela indústria. “As universidades do país estão lutando devido à crise econômica, mas o Brasil ainda possui o mais alto nível de investimento nacional em pesquisa e desenvolvimento (P&D) na região, e é por isso que é o país mais representado no ranking”, afirma. Lembrando que, nesta edição, 18 universidades brasileiras figuram entre as 50 primeiras do ranking. No ano anterior, eram 23.
No caso da Unicamp, só em 2016, foram fechados acordos da ordem de R$ 59,6 milhões em parcerias com empresas voltadas para P&D. O valor é mais do que o dobro em relação a 2015, que foi de R$ 26 milhões, de acordo com dados da Agência de Inovação Inova Unicamp.
Na opinião do secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTIC (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações), Álvaro Prata, o bom desempenho da Universidade está atrelado ao fato de a Unicamp ser dinâmica, capaz de combinar “muito bem ensino e pesquisa”. “É uma instituição aberta para a sociedade e que estimula as relações entre o mundo acadêmico e o setor industrial”, afirma.
Para o reitor da Unicamp, professor Marcelo Knobel, o fato de a Universidade ter nascido com esse DNA ligado à tecnologia permitiu que a Unicamp construísse esse bom relacionamento com o setor produtivo desde o começo. Exemplo disso, segundo Knobel, foi a participação da universidade na década de 1970 no desenvolvimento das telecomunicações no Brasil. “Os impactos dessa interação com o setor empresarial são muito positivos, porque vão além da pesquisa. Isso resulta em novas tecnologias, que geram benefícios para a sociedade. E permite também a formação de recursos humanos mais capacitados”, avalia.
Para o professor do DPCT (Departamento de Política Científica e Tecnológica) da Unicamp e Coordenador Ajunto de Pesquisa para Inovação da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), Sérgio Queiroz, o trabalho que a Universidade tem feito de divulgação de suas atividades relacionadas à inovação a coloca como referência na área. “A Unicamp é, das três universidades paulistas, a que mais tem atividades de pesquisa colaborativa com empresas. E, possivelmente, tem também uma liderança nacional nesse assunto”, avalia.
Para se ter uma dimensão desse trabalho, a Unicamp é responsável por mais de 75% de todo o P&D produzido na região administrativa de Campinas – que contempla 90 municípios. No entanto, é comprovado que o impacto da Unicamp ultrapassa os limites dessas cidades, já que a Universidade possui parcerias com empresas de outros Estados e até mesmo de outros países.
Fazem parte do rol de parceiros industriais da Unicamp: Samsung, IBM, Lenovo, Ambev, Motorola, Ericsson, Brasil Kirin, Repsol Sinopec, CPFL Energia, Sagitta, Vale, Petrobras, SickKids Foundation, Sugar Research Australia, MMV (Medicines for Malaria Venture), The Scripps Research Institute, entre outros. Algumas dessas empresas, inclusive, dispõem de laboratórios de pesquisa dentro do Parque Científico e Tecnológico da universidade, localizado no campus de Campinas.
A alma do negócio
Certa de que o relacionamento com o setor empresarial exige uma relação de confiança e consciência das disparidades entre esses dois mundos – o acadêmico e o mercado –, a Unicamp, por meio de sua Agência de Inovação, integra comitês, fóruns e outras redes ligadas à inovação, que a mantém em constante contato com gestores da área de inovação e alinhada às demandas das empresas.
“A Unicamp vem trilhando com primazia os pilares de sua gênese: educação de qualidade, vanguarda científica e apoio ao desenvolvimento da indústria. Formadora de profissionais qualificados, a Unicamp está presente nas atividades de inúmeras empresas, que geram riqueza e impulsionam a economia brasileira”, salienta Humberto Luiz de Rodrigues Pereira, presidente da Anpei (Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras) e vice-presidente de Engenharia e Tecnologia na Embraer.
Prova disso é a parceira de longa data que a Universidade Estadual de Campinas tem com a empresa Cargill, que começou com um convênio de pesquisa, resultou em uma patente e, posteriormente, no licenciamento dessa tecnologia que já está no mercado atualmente, completando assim o ciclo de inovação. “Unicamp tem um ótimo relacionamento com o setor empresarial, e que vem melhorando ao longo do tempo. Vemos mais pragmatismo no envolvimento da academia com a iniciativa privada, no sentido de transformar a pesquisa científica em oportunidades concretas de desenvolvimento e lançamento de novos produtos, melhoria de processos produtivos, dentre outros”, confirma o diretor técnico da Cargill, Marcos Guirardello.
Unicamp versus desempenho brasileiro
Ao mesmo tempo em que a Unicamp lidera o ranking entre as instituições de ensino superior da América Latina, o desempenho do Brasil no quesito inovação frente aos países das demais universidades analisadas no THE Ranking não se sustenta.
O Brasil ocupa hoje o 69º lugar no Índice Global de Inovação – organizado pela Universidade de Cornell, INSEAD e Wipo (Organização Mundial da Propriedade Intelectual) –, que analisa 127 economias.
Se comparado aos países das universidades da América Latina analisadas no THE Ranking – somente a Venezuela não consta no levantamento do Índice Global de Inovação –, o Brasil fica à frente apenas da Argentina (76º) e Equador (92º).
Chile (46º) – cuja Pontifícia Universidade Católica ocupa o 3º lugar no THE Ranking, logo após a Universidade de São Paulo –, Costa Rica (53º), México (58º) e Colômbia (65º) encontram-se em posições melhores do que o Brasil no Índice Global de Inovação.
Para efeito de comparação entre economias emergentes, se a lupa recai sobre os Brics – formado por Brasil (69º), Rússia (45º), Índia (60º), China (22º) e África do Sul (57º) –, o Brasil apresenta o pior desempenho no Índice Global de Inovação.
Diante de números aquém do esperado para o país-sede da melhor universidade da América Latina e da crise econômica que assola o país, uma notícia fez crescer ainda mais a preocupação com a inovação no Brasil: as reduções orçamentárias impostas pelo Governo Federal, que significaram ao MCTIC um corte de 44% na verba deste ano.
“É algo preocupante. Em razão da crise econômica, política e ética que vivemos hoje, é algo que nos assusta e que, certamente, terá impacto no futuro, na questão da inovação, nas pesquisas, e em outras ações. Esse cenário se torna ainda mais alarmante diante da crise financeira que a universidade vive, o que exige de nós alternativas criativas para manter nossas ações e programas, de maneira muito cuidadosa, para que quando a crise passar, possamos sair fortalecidos e consigamos nos reerguer novamente”, destaca o reitor da Unicamp, professor Marcelo Knobel.
“O corte no orçamento do MCTIC foi muito elevado e neste momento há uma grande preocupação do ministro Kassab em recompor nosso orçamento. Devemos considerar que esta é uma situação circunstancial e que será resolvida”, garante o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTIC.
A preocupação da comunidade científica brasileira está nos efeitos irreversíveis dessa redução, já que pode significar a descontinuidade de atividades de pesquisa e inovação.
“O Brasil investe em torno de 1,2% do seu PIB em P&D. Isto é pouco e precisamos elevar este índice para pelo menos 2%. O aspecto a ser destacado é que, quando separamos o investimento que vem dos setores público e privado, vemos que o investimento do setor público brasileiro não é baixo comparado com o investimento feito pelo setor público dos países que nos são referências tecnológicas, entre os quais Coreia do Sul, Suécia e Alemanha. Precisamos sim, fazer com que o investimento do setor público alavanque mais investimento pelo setor privado. O setor privado brasileiro investe pouco em P&D”, afirma o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTIC.
Ainda que essa seja a realidade brasileira, o cenário descrito pelo secretário Álvaro Prata, no entanto, não se encaixa no Estado de São Paulo, de acordo com dados da Fapesp. Com 74 mil pesquisadores, o sistema paulista de Ciência e Tecnologia detém 62 entidades com missão orientada a atividades de pesquisa, além de 14.787 empresas que desenvolvem atividades de inovação. Em 2015, foram R$ 27,4 bilhões aplicados em P&D no Estado – 57,2% provenientes de empresas, 22,7% do Governo Estadual, 17,7% do Governo Federal e 2,4% de Instituições de Ensino Superior Particulares.
Engana-se quem acha que as atividades de pesquisa e inovação são estratégia apenas das grandes empresas. Em 2016, ano em que a Fapesp bateu recorde no número de projetos aprovados no Programa Pipe (Pesquisa Inovativa na Pequena Empresa), foram 233 projetos apoiados, o que equivale a 0,92 projeto por dia útil. O total foi 69% maior do que em 2015.
As empresas que submeteram projetos são provenientes de 130 municípios. Logo depois da capital, que lidera o ranking, Campinas é a segunda cidade no Estado com mais projetos Pipe contemplados. Na visão da Fapesp, isso tem relação direta com o centro universitário de excelência da cidade. “Certamente isso tem relação. Todas as cidades que têm muitos projetos Pipe são também cidades com boas universidades, formação de recursos humanos altamente qualificados”, destaca Queiroz.
Parceria de sucesso
Um dos mais bem-sucedidos casos de relacionamento com o setor empresarial que a Unicamp tem hoje é com a empresa Cargill. A história começou em 2007, quando a empresa firmou o primeiro convênio de pesquisa com a Universidade e que resultou no desenvolvimento de uma tecnologia de baixo teor trans, para ser utilizado na indústria de alimentos e que gerou uma patente. As atividades de pesquisa ocorreram no laboratório de Óleos e Gorduras da FEA (Faculdade de Engenharia de Alimentos), sob o comando do pesquisador Renato Grimaldi e da professora Lireny Gonçalves.
“Como diferenciais observados na Universidade, destacamos o seu profundo conhecimento científico, a qualidade técnica dos pesquisadores e o comportamento das pessoas com as quais nos relacionamos. As discussões são francas, abertas e sempre voltadas para o fortalecimento das relações entre as partes e a busca de novas oportunidades de trabalhos em conjunto”, destaca o diretor técnico da Cargill, Marcos Guirardello.
A interação entre a empresa e a universidade deu tão certo que, em 2012, a Cargill estava de volta à Unicamp, para desenvolver conjuntamente uma solução inovadora para atender a uma nova exigência da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A resolução da agência, a partir daquele momento, previa uma exigência maior para utilizar a alegação de reduzido teor de saturado e Zero Trans nos rótulos dos produtos.
O foco da parceria Unicamp-Cargill estava então em desenvolver uma nova tecnologia que possuísse baixos teores de trans e saturados, e que oferecesse à indústria a possibilidade de ofertar ao mercado lançamentos que atendessem a exigência.
A partir daí, ocorreram testes de bancada, produção de escala piloto, aplicação em produtos finais e avaliação dos mesmos até a conclusão dos trabalhos com sucesso. A solução, que leva o nome de Lévia+e, faz parte da linha de óleos e gorduras saudáveis da Cargill e possui patente depositada em cotitularidade entre Cargill e Unicamp, e que está licenciada para a empresa.
O Lévia+e trouxe para o mercado brasileiro a primeira solução com baixo teor de saturados sem perder desempenho, referente à estrutura e sabor do alimento. A consistência e a textura da solução são ideais para aplicação em recheios de biscoitos, bolos e sorvetes.
“Avaliamos a parceria como uma grande história de sucesso, tanto sob a ótica de negócios quanto sob o relacionamento entre os profissionais de ambos os lados, e de apoio à pesquisa. Temos diversos projetos bem-sucedidos realizados em conjunto com a Universidade e também temos um ótimo network, envolvendo professores e pesquisadores, apoio a estudantes de graduação e pós-graduação, e desenvolvimento de talentos”, comenta Guirardello.
Do lado da Universidade, o pesquisador da FEA Renato Grilmadi destaca os ganhos do contato direto com processos industriais e a dinâmica do mundo empresarial. “São universos muito distantes. Por isso, esse relacionamento é uma troca de experiências para os dois lados. Conhecer o processo, os equipamentos que eles têm, compreender de que maneira as coisas acontecem dentro da empresa, são conhecimentos que não estão nos livros e fazem toda a diferença para a formação. Essa parceria é tão boa que sempre que precisamos de algo, seja até uma amostra para estudo, eles nos atendem prontamente. Isso demonstra confiança e estreitamento desses laços para parcerias futuras”, destaca Grimaldi.
De acordo com a Agência de Inovação Inova Unicamp, a universidade fechou o ano de 2016 com 87 contratos de licenciamento vigentes. Em número de tecnologias, das 1.042 patentes que compõem o portfólio da Unicamp, 133 estão no mercado – isso significa 12,7% do total. Só em 2016, 23 licenças de propriedade intelectual foram assinadas, frente a 15 em 2015.
“A Unicamp possui um portfólio extenso e diverso de parcerias com empresas. Isto nos diferencia dada a multiplicidade de setores com os quais trabalhamos e os formatos de colaboração. Sabemos que podemos ampliar ainda mais nossa contribuição com a sociedade e também com a nossa Universidade. Estamos trabalhando para isso”, afirmou o diretor-executivo da Inova Unicamp, Newton Frateschi.
Empreender para inovar
Além das empresas que buscam a Universidade para parcerias, a Unicamp desponta no Brasil pelo ecossistema empreendedor que se formou ao redor da universidade. As chamadas empresas-filhas da Unicamp – aquelas cujo sócio fundador ou sócio atual são alunos, ex-alunos, ex-docentes ou pessoas com vínculo com a universidade – formam uma forte rede de empreendedores.
O banco de dados da Agência de Inovação Inova Unicamp contabiliza 514 empresas-filhas cadastradas. Deste total, 434 delas estão ativas no mercado e outras 28 foram vendidas. As empresas-filhas são responsáveis por empregar 21.995 funcionários. E o faturamento anual dessas empresas, se somado, supera a cada de R$ 3 bilhões.
A área de atuação predominante é Tecnologia de Informação (37,8%). Na sequência aparecem: Consultoria (27,9%), Engenharia (18,7%), Educação (9,7%) e Saúde Humana e Bem-estar (7,6%).
<>De todas as empresas-filhas, 19,59% têm atuação internacional. Se segmentadas por porte, 100% das grandes empresas-filhas, 75% das médias-grandes e 59% das médias têm atividades no exterior.
A Movile, empresa responsável por aplicativos como o iFood e o PlayKids, é uma das empresas-filhas da Unicamp e é exemplo por sua atuação no mercado internacional. Criada em 1998, a empresa tem hoje 1.600 funcionários, em 15 escritórios espalhados pelo mundo, e é cotada para ser o primeiro “unicórnio” brasileiro – startup que atinge a casa de US$ 1 bilhão de valor de mercado.
Mas para chegar a esse patamar, o planejamento começou lá trás. O sonho – hoje realizado – de empreender surgiu antes mesmo de Fabrício Bloisi, CEO da Movile, entrar na graduação. E a escolha pela Universidade foi determinante nesse sentido. Segundo Bloisi, sempre esteve claro em sua cabeça que “estar nos melhores lugares faria a diferença”.
E foi isso que o motivou a sair de Salvador e vir estudar na Unicamp. “Amei ver a filosofia da Unicamp, o vestibular que estimulava as pessoas a pensarem criticamente, o foco em integrar as várias áreas de conhecimento, o destaque na área de tecnologia, o equilíbrio entre pessoas e conhecimento. Para mim, a Unicamp já era a melhor universidade do Brasil há 20 anos”, afirma.
Bem como Bloisi, outros alunos decidiram seguir o caminho do empreendedorismo. De acordo com uma pesquisa de egressos realizada em 2016 pela Inova Unicamp, estima-se que 6 mil ex-alunos da universidade se tornaram empreendedores.
À medida que esse ecossistema foi crescendo, iniciativas na universidade também surgiram para atender a essa demanda. Em 2001, foi criada a Incamp (Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp). De lá para cá, a incubadora já graduou 44 empresas e, hoje, existem 17 em processo de incubação, se preparando para entrar no mercado.
Em 2011, foi criado o Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica, competição de modelos de negócio para patentes e software da universidade. Desde o seu surgimento, cinco startups foram criadas a partir dos modelos de negócios desenvolvidos na competição. A Rubian Extratos é exemplo disso. A empresa licenciou, em 2015, uma tecnologia que consiste em um processo de extração e concentração de tocotrienóis da semente do urucum, desenvolvida pela professora Maria Ângela Meirelles, da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp e que foi a mentora acadêmica da equipe durante a competição. Atualmente, a empresa encontra-se em processo de incubação na Incamp.
“Empreender inserido no ecossistema da Unicamp significa ser reconhecido por participar de um ambiente do mais alto nível de estímulo e apoio ao empreendedorismo. No caso do Desafio Unicamp, a competição abre oportunidades para indivíduos de diversos perfis. Iniciei minha carreira de empreendedor após 36 anos de experiência em corporações. Encontrei na ocasião jovens ávidos para empreender. Graças ao modelo desenvolvido, iniciamos nossa startup e continuamos em um ambiente novo, cheio de energia, colaborativo, com muitos desafios, aprendendo e com muitos planos para o sucesso”, relata o sócio da Rubian Extratos, Eduardo Aledo.
A experiência com o Desafio Unicamp é tão bem-sucedida que, em 2014, foi a vez de pensar em uma competição de empreendedorismo para colégios técnicos e de ensino médio regular. Nascia ali o Programa Inova Jovem.
Outras iniciativas são destaque dentro da universidade, como a Liga Empreendedora e o Núcleo de Empresas Júnior da Unicamp. Fabrício Bloisi, inclusive, logo que ingressou na Unicamp também decidiu participar da Empresa Júnior da Computação. Foram quatro anos na Conpec (Consultoria, Projetos e Estudos em Computação).
“Acredito que o que diferencia a Unicamp é a excelência em técnica, com equilíbrio entre pesquisa, mercado, pessoas, empresas juniores e áreas de conhecimento diferentes. Para o início da Movile, isso foi fundamental, pois ao mesmo tempo que eu estudava computação, tinha experiências com as empresas juniores, com o mercado, com clientes, com liderança. Estas foram a base da criação da Movile”, finaliza.