Pesquisadoras analisaram 203 pacientes internados entre março e junho de 2020 no HC da Unicamp, sendo 101 casos positivos para covid-19 e 102, negativos
A pesquisa intitulada Diagnóstico da Covid-19 e seu impacto sobre o risco trombótico em uma coorte de pacientes simultaneamente hospitalizados por Síndrome Respiratória Aguda Grave – realizada pela estudante de iniciação científica Andréa Coy-Canguçu, sob a orientação da docente do Departamento de Patologia Clínica da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, Fernanda Orsi – recebeu o prêmio principal do Congresso Latino-Americano de Hemostasia e Trombose (CLAHT), realizado de 18 a 21 de agosto, em plataforma on-line.
“Evidências prévias sugerem que o risco trombótico é maior na Covid-19 do que em outros tipos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG). Contudo, tal comparação foi baseada, sobretudo, na análise de pacientes com SRAG por outras etiologias internados em anos anteriores à pandemia da Covid-19. Assim, nosso estudo buscou avaliar a incidência de eventos tromboembólicos em pacientes internados com um quadro clínico compatível com SRAG, por Covid-19 ou outras etiologias, em um mesmo período de tempo”, comentou Fernanda.
As pesquisadoras analisaram 203 pacientes internados por SRAG entre março e junho de 2020 no Hospital de Clínicas da Unicamp, sendo 101 casos positivos para Covid-19 e 102, negativos. Os resultados obtidos revelaram que, embora elevado, o risco trombótico na Covid-19 se mostrou semelhante àquele constatado em outros tipos de SRAG.
"Além de o número de pacientes afetados por eventos trombóticos ter sido similar entre os grupos de estudo, observamos que não houve diferença estatisticamente relevante em relação a seus níveis de D-dímero – um marcador laboratorial utilizado na suspeição de trombose. Assim, nosso estudo sugere que um estado de hipercoagulabilidade sanguínea é inerente à SRAG em geral, independentemente da causa ser Covid-19 ou outra patologia", explicou a docente.
Matéria original publicada no site da FCM Unicamp.
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