Tecnologia com pedido de patente depositado no INPI pela Inova Unicamp permite criar sonoridades modernas e únicas
Um estudo desenvolvido por Tiago Fernandes Tavares e Gustavo Nishihara, pesquisadores do Núcleo Interdisciplinar de Comunicação Sonora (NICS) da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC) da Unicamp, apresentou um método de controle de efeito Gate em áudio implementado por programa de computador. A tecnologia permite realizar a alternância do volume de saída de um ou mais canais de áudio, manipulando automaticamente o timbre e desenvolvendo novas sonoridades, que se alteram ao longo do tempo.
O efeito Gate é uma técnica que permite silenciar uma faixa de áudio quando determinadas condições são atingidas. Em geral, é usado para controlar o ruído de gravações ou para criar alterações nas dinâmicas acústicas. No entanto, o método desenvolvido na Unicamp, e com pedido de patente depositado pela Inova Unicamp no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), permite que o controle do efeito Gate produza sonoridades modernas e criativas, fugindo da uniformidade.
O grande diferencial da invenção é permitir que o próprio usuário, como um produtor musical, manipule as regras que levam à aplicação do efeito Gate, tornando-o aplicável a diversas formas de transformação de timbre, como explica o professor Tiago Fernandes Tavares. “A vantagem do nosso processo é que você cria variedades e sonoridades menos programadas. Isso pode ajudar seu design sonoro a ficar mais interessante ao longo do tempo, por possuir maiores variações”.
Como o novo método funciona?
O método atua sobre faixas de áudio em duas etapas, ambas configuráveis pelo usuário. Na primeira, um modelo estatístico define intervalos de tempo em que a faixa será ou não silenciada, preservando durações típicas desses intervalos. Na segunda etapa, uma rampa de ganho evita que as transições entre intervalos de silêncio e não-silêncio sejam muito abruptas. Dessa forma, é possível realizar entradas e saídas de áudio suaves, baseadas na densidade de sons ao longo do tempo. “O objetivo é criar sonoridades usando modelos gerativos. É um processo que auxilia a criar sonoridades exclusivas, que busca novas sonoridades e variações do que você está produzindo”, explica Tavares.
Apesar de ser um método que exige conhecimentos prévios sobre seus parâmetros, ele pode ser uma ferramenta de suporte para o processo de composição musical. Dessa forma, é possível obter um ambiente propício para a nova tecnologia dentro do campo da música eletrônica, cada vez mais em alta no Brasil e no mundo.
Novas dinâmica para a música eletrônica
Uma pesquisa da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI, em inglês), revelou que a música eletrônica/dance é o terceiro estilo musical mais popular do mundo, com mais de 1 bilhão de ouvintes globais, atrás apenas do pop e do rock.
O método desenvolvido por pesquisadores da Unicamp permite criar novas composições sonoras promovendo uma maior variação de produções musicais em um ambiente no qual a busca por novas sonoridades faz parte do processo de produção no tratamento de som, como destaca o professor. “Quando você tem todo mundo produzindo música eletrônica, você tem um problema novo. Como fazer para que a minha música não seja igual à do outro? A partir desse cenário, o músico pode se diferenciar usando timbre e texturas”, finaliza Tavares.
Saiba mais sobre a tecnologia sonoridades
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Para mais informações sobre essa e outras tecnologias da Universidade Estadual de Campinas acesse o Portfólio de Patentes e Softwares da Unicamp.
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O Relatório Anual completo da Agência de Inovação está disponível para download e consulta.
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Matéria original publicada no site da Agência de Inovação Inova Unicamp.
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