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Olimpíada de História lança exposição com análises críticas do Bicentenário da Independência

Trabalho foi realizado por 5,5 mil alunos de escolas públicas e privadas participantes da edição de 2021 da Olimpíada

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A Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB), realizada pela Unicamp, lançou a exposição virtual “A Independência exposta”, que reúne o material sobre o Bicentenário da Independência produzido por 5,5 mil estudantes de escolas públicas e privadas de todo o país, entre maio e junho de 2021.  A exposição pode ser acessada aqui.

A atividade foi realizada pelas equipes participantes da 13ª edição da ONHB que chegaram à quinta fase da competição, com apoio dos professores orientadores, resultando em 1,8 mil exposições. Os trabalhos refletem sobre as diferentes interpretações da Independência do Brasil, abordando o contexto geral da data, informações sobre o próprio evento, questões regionais e as relações com os dias atuais.

Na tarefa proposta pela ONHB, as equipes deveriam imaginar terem recebido, em sua escola, uma sala de aula para realizar uma exposição. Assim, os estudantes deveriam desenvolver o trabalho em um espaço tridimensional, pelo qual as pessoas circulariam e onde poderiam acessar conteúdos por meio de textos, imagens, objetos e recursos digitais.

Segundo Cristina Meneguello, coordenadora da ONHB e professora do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp, a escolha do tema do Bicentenário ocorreu para que os estudantes refletissem sobre como as datas comemorativas integram a narrativa de identidade de uma nação e carregam diferentes interpretações ligadas aos usos políticos do passado. Ela também destaca a importância da elaboração da exposição do ponto de vista pedagógico e de ampliação de conhecimentos. “Nesse exercício, as equipes elaboraram textos, atentas à clareza da escrita e da argumentação, escolheram imagens cuja procedência tinha que ser indicada e até mesmo produziram descrições para pessoas com deficiência visual”, explica.

A independência do Brasil foi um processo longo e violento. Na Batalha do Jenipapo, no Ceará, morreram mais de 200 pessoas entre piauienses, maranhenses e cearenses que lutavam contras as tropas portuguesas. Na imagem, a pintura “Batalha do Jenipapo”, Piauí (2019). Crédito: Claudio Oliveira
A independência do Brasil foi um processo longo e violento. Na Batalha do Jenipapo, no Ceará, por exemplo, morreram mais de 200 pessoas entre piauienses, maranhenses e cearenses que lutavam contras as tropas portuguesas. Na imagem, a pintura “Batalha do Jenipapo”, Piauí (2019). Crédito: Claudio Oliveira

Para realizar a tarefa, as equipes tiveram acesso a 10 videoaulas sobre o Bicentenário da Independência, de cerca de 20 minutos cada, ministradas por professores especialistas de diversas universidades do país. Os conteúdos abordam diferentes aspectos do tema e estão disponíveis no canal do Youtube da ONHB (acesse aqui).

Sobre a exposição

A exposição (que pode ser acessada aqui) é composta por quatro paredes virtuais. O tema da primeira é “O processo de independência do Brasil: contexto e antecedentes”. A parede seguinte pretende aprofundar essa reflexão por meio do tema “O processo de independência não é um processo único”. A terceira versa sobre os contextos locais e regionais da independência. As equipes concluíram com uma reflexão, exercendo a criatividade e o espírito crítico e alinhavando temas que alcançam os dias atuais.

Página inicial da exposição organizada pela ONHB que teve a participação de alunos de escolas públicas e privadas de todo o país
Página inicial da exposição organizada pela ONHB que teve a participação de alunos de escolas públicas e privadas de todo o país

Para Meneguello, a expectativa é que o conhecimento gerado no ensino básico seja divulgado para outros públicos. “Buscamos reafirmar que a escola é local de produção do saber, e não de sua mera reprodução. Além disso, queremos inspirar as escolas a fazerem experimentos semelhantes, para a comemoração do Bicentenário da Independência ou outros temas”, afirmou.

Para Fernando Coelho, pró-reitor de Extensão e Cultura da Unicamp, a disseminação de conhecimento sobre a História do Brasil gerada pela ONHB é de “grande relevância para a Unicamp”, pois demonstra o papel a ser desempenhado pela universidade pública para o país. 

Sobre a Olimpíada de História

A ONHB é realizada com apoio do Departamento de História da Unicamp e da Associação Nacional de História (Anpuh). É aberta a estudantes dos ensinos Fundamental e Médio de todo o Brasil. Neste ano, em sua 14ª edição, teve mais de 73 mil inscritos de todo o país.

Imagem de capa JU-online
Painel frontal do Monumento à Independência do Brasil, do Escultor Ettore Ximenes e do arquiteto Manfredo Manfredi, inaugurado em 1922, no bairro do Ipiranga em comemoração ao centenário da independência

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