Emissoras universitárias resistem ao retrocesso da Comunicação Pública; ao menos 23 fecharam as portas nos últimos anos
A vocação do rádio como veículo educativo remonta às primeiras transmissões realizadas no Brasil há mais de cem anos. Mesmo tendo se tornado um veículo majoritariamente comercial no país, o modelo educativo resistiu ao longo da história da radiodifusão brasileira, tendo como importantes aliadas as rádios universitárias.
Nesta reportagem especial, conversamos com pesquisadores e radiodifusores que têm participado ativamente do movimento de articulação e fortalecimento das emissoras universitárias brasileiras, enfatizando seu papel estratégico na defesa e construção de um sistema público de rádio no país.
Se entre as décadas de 1990 e 2000 vivíamos uma fase de expansão e conquistas para as emissoras do campo público, nos últimos anos há consenso entre pesquisadores da área de que os retrocessos foram muitos, em especial pela ingerência de governos e gestores nessas emissoras – o que, somado à falta de investimentos, tem colocado muitas rádios universitárias em situação crítica: ao menos 23 delas encerraram suas transmissões nos últimos anos, segundo pesquisa que vem sendo liderada pelo professor Marcelo Kischinhevsky, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Para unir forças e fazer frente a esse cenário de retrocessos, foi criada em 2017 a Rede de Rádios Universitárias do Brasil (Rubra), importante espaço de articulação, fortalecimento e mobilização das emissoras ligadas a instituições de ensino superior do país.
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Ficha técnica:
Produção, reportagem e edição de áudio: Juliana Franco
Edição de imagem: Alex Calixto
Edição de vídeo: Beto Minetto
Imagem de capa: Freepik