LUIZA BRAGION MORETTI
A TV Unicamp (Secretaria de Comunicação) publica mais uma reportagem dentro da temporada de #BaúUnicamp, série de programas com o objetivo de resgatar momentos culturais e artísticos da universidade, preservados em acervo. Trata-se da participação especial do compositor e percussionista Djalma Corrêa no show de Toquinho, em 1986, na Unicamp. O vídeo também traz entrevista com o músico, que elogia a iniciativa da Universidade em criar um curso específico de música popular.
Especialista em percussão, Fernando Hashimoto, atual pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários e professor do curso de Música, viu as imagens de Djalma Corrêa registradas no #BaúUnicamp. Ele observou que a visita do renomado percussionista à Unicamp foi exatamente no ano de criação do curso de Música Popular, pioneiro no país, no qual o então maestro da Orquestra Sinfônica de Campinas, Benito Juarez, teve papel fundamental. “A presença do Djalma é emblemática nesse show do Toquinho e, se não estou enganado, a participação dele na Universidade nessa época consistiu em dar algumas aulas de música para alunos e professores que estavam por aqui”, comenta o professor.
Nascido em Minas Gerais, Corrêa tem a música correndo nas veias: avô e pai já tocavam em orquestras, muitas delas centenárias. Ao se mudar para o Estado da Bahia, onde fez carreira artística, o músico ingressa no primeiro grupo de percussão erudita do país, na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Hashimoto destaca, especialmente, a importância do percussionista no movimento tropicalista, por conta da linguagem instrumental que ele desenvolveu, ainda referência para os músicos contemporâneos. “Ele traz muita experimentação, explora sons, diferentes instrumentos, usa voz, usa elementos do candomblé, enfim, algo muito inovador na época”, define o pró-reitor.
A revirada do #Baú continua...
Na década de 80, grandes shows aconteceram no Ginásio Multidisciplinar dentro do Projeto “Aquarela do Brasil”. O trabalho, desenvolvido pela equipe de Produção da TV Unicamp, em parceria com o Arquivo, envolveu artes gráficas, produção de vídeo, pesquisa de conteúdo, seleção de trechos e, especialmente, tratamento de imagens, ainda produzidas em VHS. Nesse sentido, o professor valida a importância do projeto: “Precisamos melhorar a forma de contar a nossa história. Muitos que chegam aqui não sabem o que a Unicamp simboliza em termos de cultura e arte para o Brasil. Recuperar e divulgar esses grandes momentos do passado é valorizar a Universidade”, conclui Hashimoto. As próximas edições estão em fase final e resgatam as apresentações de Paulinho da Viola e Chico Buarque.
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